terça-feira, 30 de março de 2010

seu corpo é um campo de batalha

tá agitado o negócio aqui, heim? é que simplesmente não pude deixar pra amanhã. assunto: erykah badu e clipe fodão da música "window seat", o primeiro a sair de seu mais recente disco, new amerykah, part 2 - return of the ankh (universal motown, 2010). ela, que é texana de dallas, fez o clipe nas ruas de sua cidade natal em um único plano sequência. de tempos em tempos tira uma peça de roupa e no final, próximo de onde john kennedy foi assassinado, está toda nua e também é alvejada. foda. em matéria no new york daily news, erykah disse que estava mais preocupada com o possível aparecimento de policiais do que com a própria nudez. disse também que o clipe é uma declaração contra o "pensamento de grupo" (groupthink), no qual o pensamento independente é deixado de lado pela busca de uma coesão coletiva e confortável (acertei, psicólogos/sociólogos de passagem?).



o mais curioso é que fiquei sabendo do clipe, sem saber que era de erykah, pelo twitter do jornalista gabriel priolli (tv cultura) que disse assim: "cantora grava clipe tirando a roupa no local onde mataram john kennedy. apelação não tem pátria nem limite". o que mostra que 1) não sabe nada de erykah badu, que de mulher hortifrutigranjeira não tem nada e 2) não entendeu uma vírgula do clipe. ah, o myspace da moça é aqui e o clipe que serviu de inspiração para "window seat" é do matt & kim e se chama "lessons learned" (valeu bettoni).

p.s. 1: e vi lá no blog do kibe uma entrevista de erykah para o wall street journal.



p.s. 2 (do dia 11 de agosto): "window seat" ganhou uma nova versão, com participação do rapper rick ross, e um novo clipe. via @sheilaspago.

2 comentários:

Gabriel Priolli disse...

Você tem razão. Não sou especialista em Erykah Badu e deveria ter examinado em mais detalhe a música. O ritmo acelerado do Twitter, às vezes, conflita com o rigor jornalístico. Mas fiz o comentário porque fiquei um pouco chocado com as circunstâncias do clipe. A morte de John Kennedy foi um trauma da minha geração e me pareceu uma leviandade marqueteira desnudar-se no local em que ele foi morto. Devo ter me enganado.

Dafne Sampaio disse...

olá gabriel, muito obrigado pela visita e pela educação. tem sido muito raro nos dias de hoje ver jornalistas admitindo um erro, um pré-julgamento, qualquer coisa assim. a melhor defesa da corporação é o ataque. mas saiba que erykah badu é uma grande artista, extremamente política e nada leviana.