sábado, 30 de abril de 2011

fique atento! criolo no microfone!

só se você esteve fora do ar na semana. só assim pode não ter cruzado com alguma coisa-notícia-dica relacionada ao paulistano criolo e seu segundo disco, nó na orelha, que foi liberado para download gratuito pelo próprio (agora em maio saem as versões em cd e vinil). se você não ouviu nada a respeito fique atento porque logo vai ter gente aí do seu lado falando que é o disco do ano, que o cara detona, numa corrente daquelas que vira onda grande, unanimidade surpreendente e nada burra. fique atento!

alguns meses atrás um dos produtores do disco, daniel ganjaman colocou em seu soundcloud três aperitivos do disco: o rap forte "grajauex", a balançante e malandra "subirusdoistiozin" e a soul "não existe amor em sp". aí já deu pra sacar que um dos comandantes da lendária rinha dos mcs de são paulo, e que em 2006 estreou com o convencional ainda há tempo, tinha mudado. o rap continuava ali nas suas músicas, mas de repente aquele rap era uma canção! com cara de clássico, "não existe amor em sp" é um bom exemplo de que o tema da cidade, tão caro ao rap, está ali, mas sob violinos, batidas e sentimentos soul. quando as outras sete faixas de nó na orelha caíram oficialmente na rede no início da semana, a variedade de caras e sons de criolo se mostrou ainda maior e melhor (com ajuda de ganjaman e marcelo cabral, do trio marginals, o outro produtor). escuta só o disco todo aí embaixo e me diz se estou mentindo.

Criolo - Nó Na Orelha by PoesiaRitmada

o disco começa com "bogotá" em ritmo de afrobeat, mas tem afrosamba em "mariô" (parceria com kiko dinucci), reggae adubado em "samba sambei", bolerão setentista em "freguês da meia noite", mais rap em "sucrilhos", orientalidades em "lion man" e o sambão divertido "linha de frente", com direito a uma turma da mônica do asfalto. sem parecer esquizofrênico, e muito menos oportunista, a variedade de vozes e ritmos de criolo é toda natural, absolutamente autêntica, fazendo de nó na orelha um microcosmos de achados e possibilidades para o rap e a canção brasileira. são as coisas que se ouve saindo do jeito que se sente. e sem as amarras de um gênero. afinal, quem disse que um rapper não pode fazer um bolero?

mas essas dez faixas são apenas um pedacinho de sua produção. parece que o sujeito está compondo como quem respira. então separei aqui videos de outras músicas. começando com uma homenagem a "cálice", aquela mesmo cantada por chico buarque e milton nascimento.



ou então "pra quê cerol?", numa versão ao vivo, rap meio punk e meio jazz com participações de lurdez da luz e os marginals.



e encerrando com a nordestina "lantejoula", dedicada aos seus pais cearenses (e como meus pais, como eu, também são cearenses, aproveito e dedico também a eles).



e o sujeito tem uma presença de palco que vou te falar...

p.s.: vale ler as resenhas do camilo rocha no bate estaca e a do velot wamba na + soma, e a reportagem do pedro alexandre sanches.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

yahoo #04

e a nau dos insensatos comentários sobre a minha quarta coluna pro yahoo achou que eu estava defendendo que a pornochanchada voltasse para entrar no lugar dos filmes que estão sendo feitos agora. "logo agora que o cinema brasileiro tá legal", foi o que mais ouvi. o pessoal tem um medo da palavra "sacanagem" que vou te contar... não sacaram que falei mais de um espírito e não necessariamente do "gênero". vai entender. enquanto a isso, tem nova coluna por lá ("a peleja do forró junino").

ah, as histórias que nossas babás não contavam!

VAMOS GOZAR OUTRA VEZ?

Acho que está faltando um pouco de sacanagem no cinema brasileiro. Sinceramente. E quando digo sacanagem não me refiro a sexo explícito, taras obscuras ou fetiches do arco da velha. É mais uma coisa assim à la pornochanchada mesmo, um espírito daquele tempo em que peitinhos conviviam em paz com um humor meio ingênuo, quase infantil, similar a um quadro d’Os Trapalhões. Também pode ser uma loucura ou liberdade ou qualquer outra palavra que se queira dar. Só que sempre com uma pitada de sexo. Não só porque é um bom assunto, mas principalmente porque o Brasil (e o mundo) estão precisando encarar a sexualidade, e sua diversidade, com mais leveza. Repressão cria monstros, e monstros matam, de verdade.

Imagina como seria inusitado assistir hoje em dia um filme como
A Árvore do Sexo (1977), de Silvio de Abreu (ele mesmo, o autor de novelas), no qual uma árvore de frutos muito peculiares causa um alvoroço em uma cidadezinha depois que as mulheres os comem e engravidam. Ou ainda um Kung Fu Contra as Bonecas (1975), de Adriano Stuart (que, pouco anos depois, dirigiria cinco filmes de Didi & Cia., incluindo Os Trapalhões na Guerra dos Planetas). Nesse filme, um mestiço de chinês com pernambucana volta a sua terra natal para vingar o pai que morreu nas mãos de um grupo de cangaceiros gays. É isso, estou falando desse tipo de loucura. Seria ótimo ter novamente um cinema popular como a pornochanchada foi na década de 1970. Louco, livre e bem humorado.



Mas o pessoal da época, tanto a esquerda quanto a direita, não curtia muito uma sacanagem e esse cinema acabou sendo taxado como o grande vilão do abismo que se criou posteriormente entre o público brasileiro e seu cinema. Bobagem. Agora está tudo bem e existem motivos de sobra para se comemorar algumas ótimas bilheterias recentes, principalmente depois da terrível década de 1990. Os dois
Tropa de Elite, Carandiru, os dois Se Eu Fosse Você, Nosso Lar, A Mulher Invisível, 2 Filhos de Francisco, Bruna Surfistinha, Cidade de Deus e Chico Xavier, entre outros, foram responsáveis por um importante amadurecimento comercial do cinema brasileiro e uma nova identidade com seu público. Lindo. Mas tem uma coisa faltando aí. Está tudo muito certinho.

Claro que hoje é impossível haver um cinema popular nos moldes do que aconteceu com a pornochanchada. Existem muito menos salas de cinema, o ingresso é mais caro, uma boa distribuição custa uma fortuna, enfim, filmes assim só poderiam existir numa parceria com videolocadoras e TVs. Ou na internet, talvez. De qualquer forma, seria saudável para o cinema brasileiro atual ter um equivalente em imagens, por exemplo, ao hit “Minha Mulher Não Deixa Não”. O importante é que a sacanagem sobreviva.




p.s.: e falando em pornochanchada, escrevi pra revista monet perfis de dois artistas relacionados a esse tempo do cinema brasileiro: o ilustrador benício e a atriz helena ramos.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

mulatu em sp

os ingressos acabaram tão rapidamente quanto surgiram e só algumas centenas de privilegiados tiveram o privilégio de ver e ouvir o grande mulatu astatke ao vivo, em março último. para os menos afortunados (como eu) a strut records acabou de disponibilizar os videos com as apresentações por aqui de "the way to nice" e "motherland", duas músicas lindas de seu mais recente disco, mulatu steps ahead (strut records, 2010). fino.





e no segundo semestre sai material inédito do homem.

fuck you, instrumentalmente falando

guitarrista lendário de detroit que ajudou a moldar a sonoridade funky da gravadora motown e que emplacou sucessos como "scorpio", dennis coffey acabou de lançar um novo disco. o ótimo dennis coffey (strut records, 2011) tem muitas faixas instrumentais da pesada, bem como participações de gente como mayer hawthorne, fanny franklin (orgone), paolo nutini e kings go forth, mas como uma espécie de aperitivo saiu esse divertido video com ares de bob dylan ("subterranean homesick blues") embalando uma versão instrumental de "fuck you", hit recente de cee-lo green.



lá no só pedrada tem o caminho para baixar o disco.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

laerte da semana #24

esquentando, anelis

2011 começou bem com ótimos discos novos de burro morto, academia da berlinda, domenico e marcelo camelo. e tem muito mais pela frente: criolo, curumin e anelis assumpção, só para dar alguns exemplos. mas o assunto aqui é anelis, mulher segundo seu pai itamar assumpção, que disponibilizou quatro músicas de seu disco de estreia, sou suspeita. estou sujeita. não sou santa (scubidu, 2011, com previsão de lançamento em junho). quatro lindas músicas que juntam as vanguardas de seu pai, os achados de sua ex-banda (donazica), a sonoridade dub do namorado (curumin), o balanço com as amigas da negresko sis (céu e thalma de freitas) e muito mais. escute aí "amor sustentável", "neverland", "bola com os amigos" e "estrela". fino.



essa estreia solo de anelis vem sendo gravada desde 2009, mas algumas músicas já vinham aparecendo antes em shows e videos internet afora, como foi o caso de "bola com os amigos", que já tinha aparecido no música de bolso, numa versão bem próxima da final.



a outra música de anelis nessa sua participação no música de bolso é "passando a vez", samba delícia que não sei se estará no disco.



e para encerrar o teaser do disco (ao som de "quaresmeira").

segunda-feira, 18 de abril de 2011

sorry e oga convidam...

o mano oga mendonça é um renascentista. um leonardo da vinci nascido no ipiranga e radicado em perdizes. é mc, rapper, tem projeto solo (macário), tem coletivo (projeto manada), é ilustrador, diretor de arte, designer gráfico, corjaman, e ultimamente tem feito e editado videos para sites como o da revista época sp (o mais recente, sobre unhas, tá aqui). recentemente começou a disponibilizar uma série de sete videos feitos em parceria com o baterista sorry drummer. cada um deles com um convidado diferente rimando ali direto, na hora, de qualquer jeito e maneira. já saíram dois e vou colocando aqui os outros conforme forem lançados. começando então com xis, ou apelidado xis, e rincon sapiência. nos videos, participação de filiph neo.





pelo que o oga me falou, o projeto "sorry and friends" começou meio que por acaso. pelo menos pra ele que, no dia da gravação dos videos, iria apenas tirar umas fotos pra capa do futuro disco de estreia de sorry. acabou filmando também e abraçou a edição. o resultado? fino, como vocês acabaram de ver.

atualização em 25 de abril com arnaldo tifu.



atualização em 10 de maio com slim rimografia.



atualização em 14 de junho com filiph neo e silvera.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

música serve pra isso

para comemorar o fim de uma semana movimentada. para colocar um ponto final em mais uma edição da revista monet. para descansar. para olhar o roteiro de shows da virada cultural. para dirigir até casa e dar beijinhos em carolina. e muito mais, claro.

LE JOUR D'APRES / SIKU YA BAADAYE (INDEPENDANCE CHA-CHA) from BALOJI on Vimeo

tudo ao som de baloji, rapper congolês que ano passado lançou seu segundo disco, kinshasa succursale (kraked/universal, 2010), de onde saiu esta canção.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

yahoo #03

os cães ladram e a caravana reggae, podiscrê. enquanto o pessoal me xinga lá no yahoo pela mais recente coluna, "vamos gozar outra vez?" (sobre cinema brasileiro atual e a pornochanchada), coloco aqui a anterior, a que escrevi em defesa do funk carioca. tomei muita pedrada, muita mesmo, porque tem um pessoal com um ódio gigantesco em relação ao funk carioca. apenas defendê-lo é o que basta para ser taxado de desgraçado pra baixo. enfim, loucura total.


NÃO TEM PAPO, NÃO TEM ALÔ

Tinha umas coisas na mente, um plano Ultra Pop. Comecei pela TV (carnavalesca), pulei para o mercado fonográfico (neo sertanejo), e daí iria rumo ao cinema, a rádio e a internet. Refletindo sempre sobre manifestações culturais populares nos mais diversos veículos de comunicação e em tempos diferentes. Só que a música é um assunto que acaba atravessando tudo, não consigo escapar, e as centenas de comentários gerados pela coluna anterior – a do Luan Santana – me chamaram atenção para um gênero que parece personificar para muitos o mais baixo que a humanidade pode chegar. Estou falando do funk carioca, amiguinhas e amiguinhos.

Como aceitar que versos como “Dako é bom / Dako é bom / Calma, minha gente , é só a marca do fogão” possam ser música? E que isso possa ser bom? Pois é, acontece que é isso mesmo. E nem vou falar da importância de Tati Quebra-Barraco ser uma pioneira voz feminina, orgulhosa e ativa em um cenário masculino e machista. O lance aqui é mais fundo, pois Tati é apenas uma das muitas pontas desse jovem gênero musical (cerca de 25 anos, por aí) que ainda segue se batendo com preconceitos internos enquanto é considerado, no exterior e também por aqui, a legítima música eletrônica popular brasileira.



Aí o pessoal começa a espumar de ódio. “Como assim?! Esses funks cariocas só falam de putaria e incitam violência!!! Que cultura é essa?” Antes de entrar no mérito da questão, um aviso: o pessoal costuma confundir as bolas achando que o seu (bom?) gosto é o mais importante, o verdadeiro, o fino. Mas gostar de Cartola ou Adriana Calcanhotto não vai te fazer uma pessoa melhor daqueles que gostam de Mr. Catra ou Bonde da Madrugada (não faltam exemplos de ditadores sanguinários muito chegados a música clássica, e aí?). O que importa mesmo é que, para além dos gostos pessoais, o funk carioca é uma intensa e dinâmica fábrica de alegria, sexo, humor, prazer, dinheiro, críticas sociais, amor e brasilidade a muitos beats por minuto.

“De algum jeito o nosso povo faz das festas uma arte. Com pouco ensino tradicional mesmo pra quem teve escola, é nas festas que a gente inventa um jeito de estudar a vida, uns com os outros”, disse certa vez o carioca Sany Pitbull, um dos DJs mais disputados da recente cena de funk carioca e que transita entre boates de classe média alta de São Paulo e clubes europeus. Essa singela declaração de Sany diz muito sobre a riqueza sem preconceitos de um gênero que pretende então, sem muita elaboração e no calor dos momentos, estudar a vida através da arte da festa. Afinal, é de encontro em encontro que a gente vive e cresce. A única diferença é que no funk os encontros são muito mais suados.



p.s.: o título dessa coluna faz parte do refrão de uma das montagens mais clássicas do funk carioca do final dos anos 1990 e que diz mais ou menos assim “Se trepidar / Se enfraquecer os irmão / E se conspirar / E armar vacilação / E se caguetar / Não tem papo, não tem papo, não tem alô”.

terça-feira, 12 de abril de 2011

é tudo verdade (fotográfica)

depois de assistir repetidas vezes o clipe que está no post abaixo - "control" de spoek mathambo - fui dar uma fuçada mais detalhada no site do fotógrafo sulafricano pieter hugo (um dos diretores do video). já o conhecia daquele ensaio sensacional com nigerianos, invariavelmente foras-da-lei, e seu delicados animais de estimação: hienas! lá no site tem outros projetos impressionantes como o de vestígios do massacre de ruanda e uma série de retratos de pessoas que nos fazem desviar o olhar (albinos, velhos, cegos, deficientes físicos, etc.), mas nada tão maravilhoso, colorido e rico como o projeto nollywood, no qual hugo chamou atores e atrizes da grande indústria cinematográfica nigeriana - falei sobre ela no post "nollywood não é aqui" - para uma série de retratos. todos foram tirados entre os anos de 2008 e 2009 na cidade de enugu. olha só essa selecta.

escort kama

junior ofokansi, chetachi ofokansi e mpompo ofokansi

obechukwu nwoye

azuka adindu

malachy udegbunam

dike ngube e gabriel

rose njoku

chommy choko eli, florence owanta e kelechi anwuacha

emeka uzzi

chris nkulo e patience umeh

clinton ibeto

linus okereke

song iyke e crianças

princess adaobi

maureen obise

emeka onu

tarry king ibuzo

ngozi oltiri

segunda-feira, 11 de abril de 2011

podem lhe chamar de afrofuturista

você nunca imaginaria (e eu também, confesso) que a clássica "she's lost control" do joy division pudesse ser transformada em um pancadão sombrio dessa maneira. cortesia do sulafricano spoek mathambo, rapper, dj, ilustrador e designer gráfico de 25 anos.



e esse clipe sensacional foi dirigido pela dupla pieter hugo e michael cleary. descobri esse clipe/faixa, retirada do disco de estreia do rapaz mshini wam (bbe, 2010), no blog matsuli music.

atualização em 17 de maio: finalmente consegui ouvir a estreia de spoek e o disco é muito bom, cheio de outras canções poderosas (e videos idem) como "mshini wam" e "don't mean to be rude". saca só.





terça-feira, 5 de abril de 2011

domenico + 2

+ a guitarra de pedro sá



+ elisa porto segurando um kazoo (e rindo muito)



essas duas músicas estão na estreia solo de domenico (do projeto +2 com moreno e kassin, da orquestra imperial, da banda de adriana calcanhotto). o excelente cine privê (coqueiro verde, 2011) tem lançamento hoje no rio de janeiro, com direito a transmissão ao vivo a partir das 22 (pouco antes, às 18h, o disco será tocado no mtv na íntegra). ah, e o carioca também pode ser encontrado no twitter como @domenico72 e esses videos são do música de bolso.

laerte da semana #23

enquanto isso, laerte ainda está em endereço temporário

segunda-feira, 4 de abril de 2011

yahoo #02

taí o meu segundo texto pra coluna ultra pop, dessa vez sobre o fenômeno luan santana. o objetivo do texto é tentar entender e dar o devido valor a esse jovem artista que se fez pop dentro desse novo mundo do sertanejo brasileiro. ao mesmo tempo falar que ele (e seu universo) não ressoam no meu coração, simples assim. como não fiz um texto de amor, e muito menos de ódio a luan, o pessoal se confundiu todo e deu o maior chabu. mais de 300 comentários divididos entre os que odeiam e amam Luan (mas nada próximo ao caos da terceira coluna, "não tem papo, não tem alô", que trata do funk carioca).

microfone dentro de um coraçãozinho?
porra, luan, que pouca vergonha!

EU QUERIA GOSTAR DE LUAN SANTANA

No princípio era o verbo. Ou melhor, o nome próprio. Luan Santana. Ouvi falar dele em algum momento de 2009. Pouco depois, no final do mesmo ano, assistindo TV em um recanto do interior paulista, pude vê-lo e ouvi-lo. Eram aquelas propagandas de coletâneas da Som Livre repetidas a exaustão nas transmissões via satélite, e entre um “Paga pau” (Fernando & Sorocaba) e um “Chora, me liga” (João Bosco & Vinicius) despontava “Meteoro” de Luan, esse fenômeno pop nacional que completou 20 anos no domingo passado. “Você é raio de saudade / Meteoro da paixão”, gritava em alto e bom som para uma platéia de 80 e tantas mil pessoas na sua cidade natal, Campo Grande.

Na oitava vez que a propaganda foi exibida fechei os olhos. E aquela voz parecia o encontro jovem de Zezé de Camargo & Luciano com a Ana Carolina. O interior romântico de uns, o senso pop da outra. Não era a toa que a coletânea vendida se chamava Batidão Sertanejo. Os tempos agora são outros e até a dor de cotovelo precisa ser animada. Agora já pode tirar o pé do chão. De qualquer forma, do mesmo balaio de “Meteoro” vieram outros hits, tais como “Tô de cara”, “Você não sabe o que é o amor” e “Sinais”, ou ainda a surpreendente dobradinha reggae em “Aqui é Seu Lugar / Digitais”, e Luan Santana deixou o Gurizinho (seu primeiro nome artístico) definitivamente de lado.

De lá para cá, o garoto de cabelo cuidadosamente rebelde e levemente vesgo (ooops, estrábico) conquistou o campo e as grandes cidades, viu seu cachê por apresentação crescer até os atuais 300 mil reais (numa média de 25 shows por mês, faça as contas), comprou um jatinho pra chamar de seu (o Bicuço) e transformou-se em um artista-empresa que emprega mais de 60 funcionários. Mas acima de tudo isso, ou paralelamente, ele é o retrato da consolidação de um universo pop brasileiro autônomo ao eixo Rio-São Paulo (e que, audaciosamente, é subjugado como prova irrefutável da Vitória, tanto que o segundo DVD ao vivo de Luan foi gravado no final de 2010 no Rio de Janeiro e está prestes a ser lançado).

Também é um novo passo dentro da música sertaneja, e aí faço minhas as palavras de Timpin Pinto, que em seu blog Cabaré do Timpin, afirmou que Luan representa “um tempo em que a música sertaneja evoluiu para se tornar o novo ritmo consumido pela juventude”. E não adianta os ortodoxos torcerem o nariz, e muitos menos os jornalistas tentarem rotulá-lo sob o vago chapéu de “sertanejo universitário”. Luan Santana é pop, simplesmente, tão pop quanto Justin Bieber ou Lady Gaga. E é sertanejo também. Aceitem. Lidem com isso.

Queria gostar de Luan Santana. Não consigo. Talvez porque não seja seu público-alvo de mocinhas e crianças, que compram a música junto com cadernos e chicletes com seu rosto (licenciado oficialmente). Talvez porque a alegria não me atinja com a força de um meteoro e, consequentemente, não dê soquinhos no ar e faça coraçõezinhos com as mãos. Mas então, do nada, escuto uma voz que diz assim: “o jogo do amor recomeça e a vida te pergunta: aqui é o seu lugar?”. Não sei, estava pensando no Luan Santana. Queria gostar de sua música. Paciência.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

maderito, a entrevista

a outra metade da gang do eletro, assunto da reportagem que está no post "as duas cabeças do eletromelody", é o mc maderito, o alucinado do brasil, e aqui segue a íntegra da conversa que tive com ele via skype. figuraça esse maderito.

o começo
tenho 28 anos. nasci e me criei no bairro de aclimação, aqui em belém do pará. [trabalho com música] desde 2000, quando meu tio me colocou pra ser roadie do açaí machine... eu sou sobrinho de tonny brasil, entendeu? era o surgimento do tecnomelody, do tecnobrega, aquela onda todinha. aí ele criou a banda bundas, que era pra ser uma cover do mamonas [assassinas], e a gente foi fazer um show lá no acará. foi lá que o tonny disse que ia fazer uma banda e queria que eu fosse um dos principais. eu quero que você seja um personagem. porque a banda bundas tinha um teatro e chamava a galera pra dançar. daí que surgiu o maderito.

o apelido
o tonny criou o maderito do nada. ele falava que eu tinha que chamar as garotas pra dançar no palco comigo e naquela época eu era mais magro, aí ficou o maderito. e é assim que todo mundo me conhece.
[dias depois, no messenger, waldo squash comentou sobre o apelido de maderito: “rsrsr... é... mais agora ja está mais forte, tomou remédio pra vermes e está se alimentando melhor... rsrs]

composições próprias e parcerias
já vinha fazendo minhas composições tinha tempo. desde quando tinha uns 15 anos. vinham rimas na minha cabeça, direto, e versos e frases, aí eu criava uma coisa. mas nunca imaginei criar um ritmo chamado eletromelody e a galera adaptar aquilo como se fosse um hino nacional. é o que equipes falam aqui em belém. então é isso, desde os 15 que faço rimas, faço músicas, tecno, melody, eletro, direto... eu me acostumei a fazer letras desde o tempo do pop brega, do brega mesmo. tempo de roberto villar, nelsinho rodrigues, do brega de raiz do pará mesmo! mas eu não tenho ideia de onde surgiu isso, tanta coisa, tantas letras na minha cabeça como surgem até hoje. eu sinceramente não sei, não sei [ri]... não sei de onde vem tanta imaginação, tanta coisa na minha vida. só deus que sabe.

comecei a fazer as minhas coisas em 2002. foi quando a banda bundas teve uma pequena... pequena não, teve uma discussão entre os donos, o meu tio tonny brasil era um deles, e ficaram sem se falar. foi quando a banda bundas acabou que decidi que iria realizar o meu sonho. foi aí que comecei a criar tecnobrega. primeiro com o dj miller, depois com o dj betinho izabelense. também gravei algumas músicas que fizeram sucesso com o dj alex, da banda vip, e com o furacão sonoro. com o betinho izabelense foi que gravei uma música que fala: “fazemos a festa que você merece / agora joga a mão pra cima e faz um s”. essa música foi uma febre aqui no pará. depois, em 2007, conheci o joe benassi. quem me apresentou a ele foi o dj rafael teletubies, com quem também gravei uns tecnobregas. pouco depois conheci o waldo squash, e nós estamos juntos até hoje, na luta com a gang do eletro, entendeu? tipo assim, tenho um vínculo direto com a moçada. todos os djs me respeitam, tanto os velha guarda quanto os atuais. já mandei umas quatro letras pra banda medley, fora outras bandas. e sempre correndo atrás de inovar, de estudar várias rimas e gírias. sempre correndo atrás de tudo, de tudo, de tudo.

eu trabalhei com o joe [benassi] em 2007 e a gente montou a banda eletromelody. mas aí teve um desentendimento entre eu e ele e eu saí fora. vou falar de um ditado aqui... eu tô vendo que aquela plantação ali não vai me dar arroz, não vai me dar feijão, não vai me dar comida, não vai me dar dinheiro pra poder comprar um trator e colher alguma coisa boa dali, eu prefiro tacar fogo naquela porra e vender o terreno. sabendo que aquela praga não vai ter mais jeito... prefiro partir pra outro lugar. foi isso que aconteceu. não deu certo entre nós dois e eu saí fora. nessa época, o waldo trabalhava numa empresa aqui e eu conheci ele assim, do nada. a gente começou a bater um papo e falei de fazer uma parada juntos. ele disse que ainda não sabia mexer direito [nos equipamentos], e eu falei ‘bora que a gente vai ver no que vai dar. e hoje o waldo squash é uma referência no pará. gosto de trabalhar com ele porque o waldo estuda várias coisas, sabe? coloca uns violinos, ou um cello, ou então um sax. só o filé.

sobre a gang do eletro e o futuro
a gang do eletro é muito diferente do que fazia antes. totalmente diferente. a gang do eletro está pronta pra competir com qualquer banda mundial de eletrodance, entendeu? o waldo, além de ser produtor, ele é locutor também e tem uma técnica muito fina pra voz. ele ajuda a gente a cantar. ele faz muito comercial pra holanda, pra fora, e a gente fala com esse pessoal pelo facebook, pelo twitter. já toquei um set da gang do eletro em londres e o pessoal pirou e ficava perguntando de onde vinha aquela música. e eu falei que era de belém do pará, do brasil. a galera não acredita que no norte tenha uma evolução tecnológica assim. é uma onda diferente.

não dá pra dizer o que vai ou o que não vai acontecer porque o futuro só a deus pertence. porque, olha só, meu sonho era ser jogador de futebol. era pra eu estar jogando uma hora dessas no paysandu, apesar de ser remista, só que essa história acabou quando eu quebrei meu braço. mas aí surgiu essa onda das músicas.



breve digressão
antigamente tinha dificuldade de fazer minhas letras pra gang do eletro. hoje em dia não. vem do nada, tipo assim... “dafne sampaio / chegou pra você / entrevistando o alucinado / pra galera estremecer”, uma onda assim [risos]... entendeu? gostou? é do nada! e dafne tem tudo a ver com uma aparelhagem do pará, sabia? aqui tem uma aparelhagem boa chamada daf som.

o acidente
tenho sete parafusos desse aqui no meu braço. e um jogo de platina. era remo e paysandu, decisão do primeiro turno. eu trabalhava no jornal o liberal. minha mãe disse... “meu filho, não vá pro campo não que hoje é final e tu vai só tu”... “não, mãe, vai eu e um amigo meu”... acabou que meu amigo não foi porque foi levar a mulher no hospital que tava grávida. fui pro mangueirão. chegando lá... o remo tinha que ganhar do paysandu de 1 a 0, e pro paysandu bastava um empate. o remo dando com bola na trava tudinho. terminou o jogo e o paysandu foi campeão, levantaram a taça, e aí a torcida do remo veio com tudo. eu vinha descendo a arquibancada, a rampa, quando veio aquele arrastão, muita gente atropelando e aí me empurraram e eu caí lá de cima do mangueirão. caiu eu e uma senhora. ela quebrou a bacia e eu o meu braço, que quebrou em quatro partes. o médico falou que não tinha mais jeito do meu braço ficar normal, mas veio outro e disse que tinha jeito sim, mas que tinha que pegar um jogo de platina em são paulo que custava r$ 2,7 mil
[o resumo da sequência dessa história é que maderito estava em um consórcio para tirar a moto holda falcon, acabou resgatando o dinheiro e salvou o braço, recuperou todos os movimentos].

maderito escuta...
por incrível que pareça, as músicas que escuto em casa não são eletromelody, melody, funk, forró, nenhuma. eu curto muito baile da saudade. minha onda é flash brega. eu sou apaixonado por borba de paula, magno, roberto villar, wanderley andrade, tonny brasil, que é meu tio... direto... minha onda em casa é baile da saudade. não escuto outra coisa. merengue, cumbia, soca, casicó, siriá, entendeu? reggaeton. e lá em casa é direto cd do pop saudade, rubi saudade, daf saudade, que é um outro segmento da empresa, né? ah, porque ficar escutando latino, essas músicas de fora, lady gaga, beyonce... pra mim isso pode tá aí! choro! eu gosto de escutar o que é do pará, o que é nosso.

a evolução da música pop paraense
pro meu conceito mudaram três coisas. primeiro: as batidas são mais acelerados porque a galera dá mais valor. pela harmonia, melodia, tudinho geral. pelo instrumental. e as letras que hoje em dia tem umas lindas. por isso que falo pra todo mundo que nós paraenses temos a capacidade de criar uma música, uma letra linda maravilhosa. eu falo, gente, vamos parar de pegar música dos outros, forró ou funk, e transformar em melody, porque não vinga. desse jeito a gente nunca vai ser muita coisa. acho que mudou muita coisa, eu gostei.

do pará
nós somos ricos em música. temos artistas bons aqui e a nossa cultura é forte. eu considero o pará como um país, um país cheio de ritmos, entendeu? agradeço muito a deus por ter nascido no pará e ser paraense da nata. ter o sangue parauara. acho uma coisa bem legal, diferente mesmo.

tirando o chapéu
gaby amarantos, acho o trabalha dela filé mesmo. a banda os brothers tem umas sacadas boas no melody. marlon branco junto com david sampler, outro cara que tiro o chapéu. viviane batidão com betinho izabelense. só filé. uma onda gostosa de curtir.

dou muito valor a ivete sangalo. ia ser um grande privilégio cantar com ela. e com o marcelo d2, ele de camisa do flamengo cantando a rima dele, e eu com a camisa do vasco cantando a minha do pará. e tem também um cara que sou louco pela música dele que é o josé augusto
[e cantarola um trecho de “tudo deu em nada”].

os sonhos
tenho três sonhos na vida. quero construir uma casa e dar boas condições pra minha família, principalmente pra minha filha e minha mulher. quero conhecer são januário, o campo do vasco no rio de janeiro. e também tenho o sonho de conhecer o jô soares. os dois primeiros estão quase realizados, porque já mandei tirar o orçamento e daqui pra outubro vou terminar minha casa
[seu aniversário é em 3 de outubro, perto do círio de nazaré], tenho um abraço gravado do carlos germano, que foi goleiro do vasco, e esse ano eu devo ir a são januário. então falta esse sonho de conhecer o jô soares e todo o sexteto dele.

dj waldo squash, a entrevista

como falei no post anterior, "as duas cabeças do eletromelody", a entrevista com maderito e waldo squash rendeu bem e, como sempre, muita coisa ficou de fora do texto que fiz pra vice brasil. segue aqui, praticamente na íntegra, a conversa que tive que waldo. no próximo post, a íntegra de maderito, o alucinado do brasil.

waldo & maderito

o apelido
waldo vem de josivaldo. o apelido waldo squash surgiu quando eu trabalhava no rádio, uns 6 anos atrás. na verdade foi uma brincadeira com um amigo, estávamos conversando sobre esportes e eu disse que gostava de jogar squash. e aí no outro no horário do programa dele, eu estava operando o áudio e ele me apresentou como dj waldo squash... e daí todos naquela rádio começaram a me chamar pelo mesmo nome.

o começo
beleza, vamos lá então pra ficha criminal. eu nasci em muaná, no rio atuá, mas não conheço a cidade não, nunca mais voltei. fica nas proximidades da ilha do marajó. tenho 31 anos. nasci em 1979. fui criado em ananindeua. passei uns 20 anos, aproximadamente, por lá. hoje em dia moro em barcarena, que é uma cidade próxima de belém. é uma cidade muito industrial, tem muita empresa metalúrgica. inclusive, minha outra profissão é mecânico industrial. mas meu último trabalho como mecânico já tem um ano. foi lá em porto velho, fiquei uns seis meses lá, mas senti falta do meu estúdio, dos meus equipamentos. aí vim me embora, larguei.

a música
música começou desde que nasci. meu pai já era apaixonado por música, tinha um sonzinho, uma aparelhagem, como todo mundo aqui tem. a cada passo que você dá aqui você encontra uma aparelhagem. ele montou uma aparelhagem pra ele. quando era pequeno lembro dele me colocar na beira do toca-discos. fui crescendo assim, no meio dos sons, conhecendo equipamentos e tudo mais. ouvindo música, ouvindo, ouvindo, ouvindo, e gostando de tocar, né? acho que já nasci dj. a parte de compasso musical aprendi já maior, mas já tinha isso comigo, mesmo sem saber o que era, porque já nasci ouvindo os compassos.

mas só fui mexer com música mesmo tem uns 5 anos, já próximo de conhecer o maderito. já trabalhava com produção. coloquei umas rádios no ar aqui no interior do pará e fazia produção de comerciais, de vinhetas, essas coisas assim, mas não fazia música. é que fui aprendendo a mexer nos programas e comecei a desenvolver minhas idéias. às vezes ouvia uma música e achava que dava pra fazer outra coisa que ficaria bem melhor, entendeu? então fui aplicando isso em alguns remixes a minha idéia, a minha interpretação das músicas. é o que faço hoje em dia.

três anos atrás conheci o maderito. já tinha uns remixes, mas não eram tão bons assim. de três anos pra cá fui estudando mais, fui conhecendo mais, e hoje a produção tá um pouco melhor. mas pode ficar bem melhor ainda. por causa disso continuo estudando. o estudo nunca para. pra sempre melhorar a qualidade do som no estilo que a gente trabalha. sempre procurando adicionar uma coisinha a mais.

e o eletromelody?
não é tão diferente porque a levada é a mesma da época do brega. o brega que se transformou em pop brega, tecnobrega, tecnomelody, e assim sucessivamente. só que a gente procura fazer o seguinte, fazer uma mistura do ritmo daqui com o geral que a gente ouve, com um pouco do que os baianos fazem, com percussão e tudo mais, um pouco da música pop internacional mesmo. a gente procura colocar um pouco de cada. a gente fez essa mistura e continua fazendo pra ver no que dá. eu não acho tão diferente assim o som. é um pouco mais cheio com outros tipos de instrumentos, mas a levada é a mesma. só é mais eletrônico.

"sinhá pureza", remix de um clássico de pinduca, o rei do carimbó



o trabalho com maderito
geralmente a gente troca idéias pra fazer uma música. a maioria das nossas músicas são músicas de equipes... então, o que é que a gente pede quando uma equipe ou aparelhagem entra em contato com a gente, pedimos uma idéia do que eles querem e aí a gente faz o trabalho em cima disso. eu faço a base e o maderito escreve a letra, entendeu? mas nem sempre a base que faço é a que fica, porque às vezes ele escreve uma letra que fica melhor com outra base, e aí eu já faço a modificação. a gente trabalha dessa forma.

a música do pará
com o avanço da tecnologia e dos programas, os produtores daqui, os belenenses, os paraenses em geral, tiveram mais facilidade de colocar as suas idéias em prática. e a música paraense se transformou em mais vendável, pela qualidade. não só dentro do país, como fora também. acho que a nossa levada, a levada do pará, é contagiante, tem várias formas de dançar, pode ser agarrado, pode ser solto. mas falo isso e não sei se é o costume, porque a gente é acostumado a ouvir o que é daqui.

misturas
tento colocar nas minhas produções também coisas de fora do pará. já incluí samba no “tributo a carmen miranda” e tô pensando em fazer umas coisas com pagode. umas coisas da américa do sul como cumbia. são experiências que a gente está fazendo pra quando sair daqui poder mostrar um pouco da amazônia.

acho interessante fazer uma mistura com a música do pará porque é o que a gente mais gosta de fazer aqui. tem que ter os traços daqui se não a gente vai fugindo da raiz. o que a gente saber fazer melhor é que fazemos aqui.

waldo squash escuta...
gosto muito de ouvir eletrodance, tecnodance, da levada de drum’n’bass, é o tipo de músico que ouço, entendeu? muita coisa de fora no estilo mais pop. na verdade passo o dia todo ouvindo música, toda hora. quando não é no estúdio é no celular. não tem jeito não. eu escuto mais música que assisto televisão, que leio... não, leio muito por causa da internet... mas eu ouço muita música. tudo que estou fazendo é com música.

planos para o futuro
tenho planos pra frente sim, em relação ao trabalho. meu desejo é colocar minha idéias em prática, entendeu? algumas precisam de recursos financeiros pra funcionar, e isso a gente vai fazendo do jeito que dá. são idéias principalmente pras nossas apresentações. durmo pensando nisso. a gente quer rodar pra fora do país.

tem vários artistas que gostaria de trabalhar. alguns daqui do pará, que ainda não trabalhei, mas que são próximos e só não aconteceu a oportunidade. mas de fora... tenho vontade de trabalhar com alguns djs e produtores como o [paulista] alex hunt. ia ser legal trocar idéia com ele.

a estréia em disco da gang do eletro
minha expectativa sobre o disco é a mesma de qualquer artista. quero que ele faça sucesso. por isso a gente vai trabalhar com carinho, pensando no todo, pra que esse disco saia especial e que as pessoas gostem. porque a gente nunca faz música pra nós mesmos. a gente faz pra massa, pro povão que vai pra festa mesmo. e é através da experiência de ver essa galera curtindo que a gente vai trabalhar nesse disco, com o que a gente tem de melhor.


"arrasadora [sanfona mix]"
, remix de um sucesso dos chilenos do comando reggaeton