sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

os quadrinhos de 2012

e o colega @telionavega, lá do blog gibizada (hospedado no site d’o globo), me chamou para participar de uma lista com os melhores quadrinhos publicados no brasil em 2012. apesar de ser um fã antigo de quadrinhos não costumo fazer retrospectivas como as musicais, não tenho os lançamentos organizados, mas esse ano, especialmente, já tinha até tratado do assunto na minha coluna do yahoo (“cada um no seu quadrinho”) e ficou mais fácil saber o que li durante o ano. télio pediu que cada um – e participaram ainda arnaldo branco e del rey, entre outros – classificasse em ordem de preferência. não costumo fazer isso, mas pedindo com jeito... seguem os meus dez preferidos e alguns adendos.

1. pinóquio (globo livros), de winshluss
2. habibi (quadrinhos na cia.), de craig thompson
3. wilson (quadrinhos na cia.), de daniel clowes
4. animal'z (editora nemo), de enki bilal
5. os melhores inimigos - vol. 1 (ática), de jean-pierre filiu (roteiro) e david b. (desenhos)
6. a máquina de goldberg (quadrinhos na cia.), de vanessa barbara (roteiro) e fido nesti (desenhos)
7. minha vida ridícula (zarabatana books), de adão iturrusgarai
8. pagando por sexo (martins fontes), chester brown
9. deus essa gostosa (quadrinhos na cia.), de rafael campos rocha
10. v.i.s.h.n.u. (quadrinhos na cia.), de ronaldo bressane (roteiro) e fábio cobiaco (desenhos)



o pinóquio feio, sujo e malvado do francês vincent “winshluss” paronnaud (co-diretor da animação persépolis) realmente me pegou de surpresa. não esperava uma história tão louca e ousada, e longa e com tão poucos diálogos. o habibi de craig thompson também foi surpresa porque gostei do seu livro anterior (retalhos), mas essa história inspirada nas mil e uma noites tem muita pesquisa e um lirismo arrebatador e adulto. de resto, qualquer coisa de daniel clowes entra em qualquer lista, bem como do meu ídolo de outras eras (enki bilal), que fazia tempo não lançava nada de novo (ele se aventurou no cinema e tals), e do francês david b., que desta vez saiu do confessional (epiléptico) e passou a tratar de política global em uma interessantíssima trilogia sobre as relações dos estados unidos com o mundo árabe.

os brasileiros chegam na segunda metade da lista, começando com o divertido e afiado a máquina de goldberg, passando para o humor despachado de adão iturrusgarai (com vários convidados), o deus gostosamente humana de rafael campos rocha e a ótima ficção científica v.i.s.h.n.u. no meio desse pessoal, o canadense chester brown e sua singular relação com o sexo.

neste ano também saíram ótimas e muito bem produzidas edições especiais como toda a rê bordosa (angeli), diomedes (lourenço mutarelli) e os zeróis (ziraldo), além do relançamento de clássicos como a trilogia nikopol (enki bilal) e o incal (moebius). mas não custa lembrar outros bons e inéditos quadrinhos lidos por aqui, tais como guadalupe (angélica freitas e odyr), monstros! (gustavo duarte), adeus tristeza – a história dos meus ancestrais (belle yang) e j. edgar hoover (rick geary).

p.s.: no mais, acho que o grande lançamento quadrinístico do ano (mas que ainda não ganhou edição nacional e nem sei se ganhará) foi o espetacular building stories, de chris ware, uma caixa com 14 histórias em diversos formatos (tirinhas, jornal, tabuleiro, etc) que podem ser lidos em qualquer ordem e assim traçam um panorama aberto de uma série de moradores de um prédio.


terça-feira, 25 de dezembro de 2012

kléber, uma caixinha de surpresas

outro frila deste fim de ano foi um perfil do jogador kléber, o gladiador, para a revista oas. a entrevista foi por email, já que o atacante está morando agora em porto alegre e não houve tempo hábil para rolar o encontro, mas gostei do resultado e o texto virou matéria de capa. agradecimentos a humberto peron, bróder dos tempos da revista monet, que me ajudou com seu conhecimento de causa futebolístico (coisa que não tenho, obviamente).


GLADIADOR DE CARA NOVA

Após conquistar títulos e desafetos pelos times que passou, como São Paulo, Palmeiras e Cruzeiro, o atacante Kléber vive a serenidade de uma nova fase ao defender o Grêmio

Kléber Giacomance de Souza Freitas não aparenta os 29 anos que completou no último 12 de agosto. Muito menos ser pai de três meninas. Talvez por causa da cara de moleque ou da timidez nas entrevistas. Mas Kléber se transforma com a bola nos pés e tem sido assim desde que, ainda moleque, jogava nas ruas de terra do bairro Jardim Novo Osasco, em Osasco, Grande São Paulo.

“Ele é um jogador muito voluntarioso que não desiste nunca das jogadas. É um atacante que os zagueiros não gostam de enfrentar, pois tem força física para resistir aos encontrões com os defensores e não tem medo de cara feia”, explicou Humberto Peron, colunista de futebol da Folha.com. Isso porque, entre quatro linhas, ele é o Gladiador, apelido que recebeu na sua vitoriosa passagem pelo Dínamo de Kiev, o segundo time que jogou profissionalmente.

Nos quatro anos que morou na capital da Ucrânia, país que fica entre a Polônia e Rússia, Kléber foi figura central nos cincos títulos que o time recebeu entre 2004 e 2007. “Foi difícil no começo porque não falava nada. Tinha um tradutor, mas ele só ajudava nos assuntos do clube. Na rua, a gente tinha que se virar. Na época tinha 20 anos, e só havia morado com os pais, mas foi uma baita experiência. Não me arrependendo de nada. Aprendi a dar valor a muitas coisas. Só que o frio é muito intenso”, explicou Kléber em entrevista exclusiva.


Além dos ucranianos, outros torcedores já exaltaram a raça de Kléber. Primeiro foram os são paulinos – que o viram nas categorias de base e quando se profissionalizou em 2003 - e depois os palmeirenses, cruzeirenses e, desde novembro de 2011, os gremistas. “Nunca pensei em outra coisa que não fosse jogar futebol. Tentaria até onde desse. Se não rolasse, aí sim pensaria em outra coisa”, disse com sua habitual sinceridade.

Se a raça é uma das características do jogador em campo, a sinceridade é uma das mais notáveis extra-campo. Uma sinceridade quase suicida, afinal Kléber é de uma espécie cada vez mais rara de boleiro: o que pensa e fala o que pensa. Já se indispôs com dirigentes e técnicos, mas ultimamente ganhou a consciência de que “é o resultado de campo que prevalece [sobre qualquer crítica].  Sou um cara bastante esclarecido nesse sentido. Sei que as críticas fazem parte da vida de um jogador de futebol. Me expresso contrariamente quando vejo necessidade, mas sempre com respeito. Claro que às vezes isso tem um preço, mas é normal”.

A combinação de raça e sinceridade ocasionalmente também ganha forma de botinadas e expulsões durante as partidas. “O grande problema é que o Kléber ainda perde a cabeça e muitas vezes toma cartões vermelhos bobos que prejudicam a equipe. Também fala sempre o que pensa, o que muitas vezes, deixa os companheiros ressabiados”, explicou o jornalista Humberto Peron.

No entanto, este ano em Porto Alegre acabou lhe dando mais tempo para refletir sobre si próprio e a carreira. Não foi sua intenção, na verdade, mas a fratura da fíbula em março e uma consequente cirurgia o tiraram de combate durante o final do Campeonato Gaúcho e o início do Campeonato Brasileiro deste ano. Resultado: ficou mais tempo em casa, junto da família e ouviu até um pedido surpreendente de uma das filhas (“Pai, para de ser expulso”). Ele ri toda vez que se lembra da frase.


A lesão/afastamento da principal e mais cara contratação de um time no ano geralmente acarreta mal estar do atleta com dirigentes e torcida, mas aconteceu o contrário com Kléber, o Grêmio e os gremistas. “Desde que cheguei fui tratado de maneira maravilhosa por todos. A lesão acabou até fortalecendo o laço, principalmente com a torcida, que esteve do meu lado durante toda a recuperação. Ficar algum tempo parado prejudicou um pouco porque o problema não é a lesão em si, mas o pós-lesão. Enquanto os demais estavam ‘voando’, eu tive que começar do zero. Mas hoje sei que estou ajudando o grupo em busca dos nossos objetivos”.

E faz questão de frisar a sintonia com a torcida do Grêmio. “Você tem que ter raça e vontade para conquistar o torcedor do Grêmio. Essas características são muito valorizadas aqui. A torcida me apoia muito, o que acaba me incentivando ainda mais”.

O jornalista Humberto Peron concorda com a avaliação de Kléber: “Ele fez um bom campeonato brasileiro e seu estilo guerreiro está agradando a torcida tricolor. Acho que ele deve ficar um bom tempo no Grêmio. No próximo ano, com o time jogando a Libertadores, ele deve brilhar mais”.

O Campeonato Gaúcho e a Libertadores serão os primeiros desafios de Kléber em 2013. O Brasileirão fica para o segundo semestre. São todos títulos inéditos na prateleira do jogador, que ganhou o Paulista em 2008 e o Mineiro em 2009. Mas fora esses títulos inéditos existe uma outra importante lacuna na carreira do Gladiador, a Seleção Brasileira.

Em 2003, Kléber esteve, ao lado de Nilmar e Dagoberto, na seleção que ganhou o Mundial Sub-20. No entanto, por essas obras do destino, nunca foi chamado para a principal. “Ele é um jogador com bons recursos técnicos e que consegue jogar tanto como um homem fixo entre os zagueiros ou atuando pelos lados do campo, o que se chama de segundo atacante - penso até que nessa função ele rende mais. Porém, as chances deles na seleção são remotas, mesmo tendo condições técnicas para jogar. Acho que pesa contra ele a concorrência. Hoje ele teria que brigar por uma vaga com nomes como Neymar e Lucas”, explica Humberto Peron.

Quando o assunto é a “amarelinha”, o jogador sai pela tangente para evitar futuras portas fechadas. “Seleção Brasileira é o sonho de todo jogador e comigo não é diferente. Mas nesse momento não penso nisso. Penso em ser campeão pelo Grêmio e marcar época no clube nesse momento tão importante de saída do Olímpico e ida para a Arena”, resume diplomaticamente.

Por isso nem cogita o que vai fazer quando parar de jogar. Comentarista de TV? Técnico? Dirigente? Nada disso o interessa no momento. Ao mesmo tempo sabe que uma hora, pela idade ou por lesões, terá que se aposentar. Pelas beiradas, Kléber tem se mostrado um versátil homem de negócios com direito a uma pousada no litoral norte de São Paulo e uma série de lojas em um shopping de sua Osasco natal. “Meu pai é formado em Administração e meu irmão em Contabilidade. Tenho estas facilidades. Eles tomam conta de tudo”.

Enquanto não pendura as chuteiras, o jogador segue determinado a ganhar títulos com sua raça de sempre aliada a uma recém-descoberta serenidade. Sabe que sua categoria não é muito unida e que o dinheiro fala sempre alto, mas que também é preciso admitir os avanços do futebol nacional na última década. “O futebol daqui evoluiu bastante. Os clubes também estão se estruturando mais e isso reflete dentro de campo, pois hoje vemos grandes nomes jogando aqui, algo que não acontecia há pouco tempo”.

Mas Kléber não seria Kléber sem deixar de apontar criticamente o que ainda pode melhor. “Temos um problema com o calendário. Vamos terminar 2012 com quase 80 partidas na temporada. Isso não existe na Europa, por exemplo”. Então, de repente, quase é possível imaginar um futuro no qual o jogador seja presidente da CBF. E com a mesma cara de menino de agora. Quem sabe?

sábado, 22 de dezembro de 2012

caranguejo eu, caranguejo tu

após voltar ao mundo dos frilas uma das primeiras coisas que aconteceu foi uma pauta aceita pela trip. o tema da edição que acabou de chegar às bancas é praia e nela emplaquei uma reportagem sobre a caranguejada, evento tradicional das noites de quinta em fortaleza. quer dizer, originalmente era uma reportagem, mas por causa da dificuldade de encontrar fotos legais do evento (e sem tempo de produzí-las) acabou virando uma nota. de modos que... é uma semi-estreia na trip (agradecimentos a lino bocchini que pegou a pauta e lia hama que editou o texto). segue, portanto, o original.



CARANGUEJAR, VERBO INTRANSITIVO


Nas noites de quinta, as praias de Fortaleza são o palco de uma inusitada mistura que envolve leite de côco, coentro, forró, piadas e crustáceos piauienses

Que uma coisa fique clara logo de início. Os caranguejos que participam de uma das maiores tradições gastronômicas de Fortaleza não são locais. Nenhum deles. A típica caranguejada é feita com exemplares de Ucides cordatus cordatus – o bom e velho caranguejo-uçá – pescados no piauiense Delta do Parnaíba e em Belém. É que o prato ganhou status de atração nobre nas noites de quinta na cidade, tanto nas barracas da Praia do Futuro quanto em restaurantes, e a demanda passou a ser tão alta que os mangues da costa cearense não deram conta.

“Essa história começou aqui no Chico do Caranguejo em 1987 por obra do Seu Francisco Quirino, pai do Chico. É que naquela época os caranguejos chegavam de Parnaíba somente às quintas e era um jeito de comemorar com os bichos mais fresquinhos”, explicou André Brauna Santos, 24 anos, subgerente há três anos da barraca, uma das mais conhecidas da Praia do Futuro.

Atualmente os crustáceos só não chegam às segundas e a logística de seu transporte é quase militar, pois precisam chegar vivos ao caldeirão, distante pelo menos 500 km de seu habitat natural. “Só aqui na barraca são consumidos 3 mil caranguejos por noite de quinta e distribuímos outros 15 mil”, enumera orgulhoso.

Regados a leite de côco, cebola, pimentão, cebolinha e coentro, os milhares de caranguejos-uçá consumidos nos 6 km da costa da Praia do Futuro foram, com o passar do tempo, ganhando acompanhamentos pitorescos. Desde apresentações ao vivo de música até shows de humor, vale tudo para chamar o cliente nativo (os turistas ainda preferem o dia, o pé na areia).

Agora pense no seguinte cenário: famílias, alguns casais, grupos de amigos, todos chegando arrumados para ocupar o grande salão aberto da barraca-restaurante; um vento noturno correndo pela praia; e o barulho incessante de batidas e patas sendo quebradas e devidamente chupadas. Para se chegar à caranguejada ideal liquidifique tudo isso ao som de atrações como grupos de forró pé-de-serra, cantores genéricos de MPB e os comediantes Ciro Santos e Augusto Bonequeiro (e seu boneco Fuleragi). Afinal, os caranguejos podem não ser locais, mas as piadas de corno são 100% cearenses.

p.s.: procurando uma trilha pra cá achei essa boa e caseira versão instrumental de "vendedor de caranguejo" (gordurinha) feita por um tal de araújo bossa nova.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

os 30 clipes brasileiros de 2012 e muito mais

não sei se fui eu que prestei mais atenção ou se este ano, especialmente, houve uma grande e muito boa produção de clipes nacionais. tanto que alguns que aparecem na lista abaixo foram postados aqui no esforçado no decorrer do ano. e tem de tudo, caseiros e superproduções, do digital ao super 8, com mais roteiro ou sem roteiro nenhum, com humor ou sérios pra cacete, de tudo quanto é canto do brasil, quase todos produzidos na raça. vale destacar ainda o nome de alguns diretores e diretoras com trabalhos bacanas na área: ricardo spencer, fred ouro preto, lírio ferreira, vera egito, felipe rocha, daniel lisboa, vivi amaral, rabu gonsales, del reginato, toddy ivon e a dupla autumn sonnichsen & erica gonsales (do clipe de “sangue é champanhe”, talvez o melhor do ano).


banda gentileza - “quem me dera
bnegão & os seletores de frequência - “alteração (éa!)
bonde do rolê - “kilo
caio bosco - “mendigos de amor
cone crew diretoria - “chama os mulekes
domenico - “cine privê
don l. & flora matos - “sangue é champanhe
doo doo doo - “carnaval no fogo
edi rock & seu jorge - “that's my way
emicida - “zica, vai lá” (também no primeiro semestre lançou “dedo na ferida”, vídeo cru e preto & branco)
felipe cordeiro - “legal e ilegal
filarmônica de pasárgada - “o seu tipo
flow mc - “o quartinho obscuro” (música de sua mixtape de 2011, enquanto a desse ano trouxe o clipe de “por que”)
gui amabis - “pena mais que perfeita
haikaiss - “camaleão” (no começo do ano os rappers lançaram também o clipe de “existência”, bem mais prosaico)
junio barreto - “passione
lirinha, angela rô rô & otto - “valete” (e ainda “ah se não fosse o amor” e “sistema lacrimal”)
lucas santtana - “o deus que devasta mas também cura” (outras música do excelente disco de lucas, “para onde irá essa noite?”, também ganhou clipe)
lurdez da luz - “levante
mallu magalhães - “velha e louca” (outras duas músicas do seu disco de 2011, “sambinha bom” e “baby i'm sure”, ganharam vídeos, sendo que o último feito pelo maridão marcelo camelo)
marcelo jeneci - “pra sonhar
max b.o. - “fábrica de rap
negro leo - “jovem tirano príncipe besta
o terno - “66
racionais mcs - “mil faces de um homem leal (marighella)” (prestes a lançar mais um esperado disco de inéditas, o quarteto também lançou o clipe de “mente do vilão”)
silva - “a visita
thiago pethit - “pas de deux” (e, pouco antes, lançou outro clipe de uma música do seu primeiro disco, “não se vá”)
tono - “samba do blackberry
tulipa ruiz - “é” (também rolou um clipe caseiro de “memória fora de hora”, música que gravou no tributo à marina lima lançado em 2011)
vanguart - “mi vida eres tu

MENÇÃO HONROSA #01. sou fã assumido do letuce e o segundo disco (manja perene) da dupla-casal deixou marcas profundas em mim e no meu ano de 2012. mas tem outra coisa admirável neles: seus vídeos caseiros. imagens de viagens, do cotidiano, um ultrassom, coisas da internet, gif animados, qualquer coisa vira clipe e assim sendo nasceram os vídeos de “areia fina”, “medo de baleia”, “ninguém muda ninguém”, “sempre tive perna” e “loteria”.

MENÇÃO HONROSA #02. não gosto de funk ostentação e acho os clipes tão repetitivos quanto as músicas, mas é admirável o trabalho de konrad “kondzilla” dantas. o cara criou e ampliou, em apenas dois anos, todo o imaginário visual de um gênero musical crescentemente popular.

MENÇÃO HONROSA #03. fora os clipes produzidos pelos próprios artistas também rolam outros que aparecem em séries independentes ou patrocinadas na internet e em programas de tv. destaco aqui a segunda temporada da série compacto, a estreia da versão brasileira de meet the legends (com emicida & wilson das neves, elza soares & garotas suecas, luiz melodia & karol konká, jards macalé & dorgas, jorge mautner & tulipa ruiz), o inescapável música de bolso (mesmo que atualizando menos), o inspirado don’t touch my karaoke, o projeto in.casa (com gente como barbara eugênia, pélico e romulo fróes cantando acusticamente em suas próprias casas) e os programas televisivos cada canto (canal brasil), cantoras do brasil (canal brasil) e som brasil (tv globo).

MUITO MAIS QUADROS POR SEGUNDO. e dá-lhe autoramas (“abstrai”), barbara eugênia & tatá aeroplano (“dos pés”), cabes mc (“não nasci pra ensinar”), céu (“retrovisor”), chimpanzé clube trio (“tira essa pessoa da minha vida”), cícero (“ponto cego”), clarice falcão (“oitavo andar”), criolo (“mariô”), funkero (chapa quente”), grandphone vancouver (“miss me”), jamés ventura (“odeio político”), japan bondage (“japan bondage”), kamau (“21/12” e (eu quero) mais”), karina buhr (“amor brando”), karol conká (“corre, corre erê”), kassin (“fora de área”), léo cavalcanti & tulipa ruiz (“sem (des)esperar”), lívia cruz (“não foi em vão”), lucy and the popsonics (“eu vou casar com um cosmonauta”), madrid (“sad song” e “siblings”), malbec (calo”), marcelo camelo (“vermelho”), marcelo d2, sain e helio bentes (“eu já sabia”), márcia castro & helio flanders (“29 beijos”, e márcia esteve ainda no divertido “de pés no chão”), marina wisnik (“na rua agora”), molho negro (“aparelhagem de apartamento”), mv bill (o soldado que fica”), ogi (“eu me perdi na madrugada” e “profissão perigo”), ordinária hit (“patrão”), psilosamples (“no canto da cidade”), rashid (“r.a.p.”), rita lee (“reza”), savave (“tá suave”), shaw (“a área”), slim rimografia & thiago beats (“limpe seu próprio quintal”), sobre a máquina (“oito”), sonic junior (“inflamável”), super stereo surf (“clipe vertical”), supercordas (“índico de estrelas”), terra preta (“nasce, cresce e morre”), trupe chá de boldo (“na garrafa”), vivendo do ócio (“nostalgia”) e xis (“entre o amor e o ódio”).

os 30 discos gringos de 2012 e algo mais

não é possível que esse sujeito tenha ouvido decentemente essa ruma de discos e músicas! tá querendo aparecer, só pode! pior (melhor?) que ouvi. trabalhando, no carro, conversando, fazendo nada, nos mais diversos jeitos do dia a dia. os que ouvi mais acabam entrando na lista principal, enquanto os que ouvi menos vão pras secundárias ou acabam emplacando uma música. e ainda tiveram outros sons que passaram por mim e nem entraram e, claro, não ouvi uma porrada de outros (nada de grizzly bear, the xx, bat for lashes, godspeed you! black emperor, dan deacon, liars, swan, ariel pink, essas coisas indie). mas nessas listas o que acho mais bacana é reunir informações e links em um só lugar, traçando panoramas pessoais sobre o que está sendo produzindo hoje, mais do que falar que uma coisa é melhor que outra.


como em 2010, quando saiu bad bad things, o francês blundetto é um dos meus destaques do ano. warm my soul é disco muito lindo porque traz um pouco de tudo que tem mais me interessado ouvir nos últimos tempos, e com balanço e doçura. nessa mesma onda, só que com vários discos lançados no ano, entram também o inglês quantic e o americano shawn lee, sendo que quantic é um dos responsáveis pela minha recente paixão por música colombiana. outra delícia é novamente ouvir trabalhos muito interessantes de veteranos como leonard cohen, lee scratch perry, iggy pop, jimmy cliff e patti smith. e por fim destaco na lista uma jovem turma inglesa que igualmente dominou meus ouvidos durante o ano: michael kiwanuka, the heavy e the skints. seguem.

akalé wubé (mata)
alabama shakes (boys & girls)
andrew bird (break it yourself)
blundetto (warm my soul)
bobby womack (the bravest man in the universe)
bomba estereo (elegancia tropical)
cat power (sun)
chicha libre (canibalismo)
frank ocean (channel orange)
iggy pop (après)
jack white (blunderbuss)
jimmy cliff (rebirth)
jungle by night (hidden)
kelan philip cohran & hypnotic brass ensemble (kelan philip cohran & hypnotic brass ensemble)
kendrick lamar (good kid, m.a.a.d city)
leonard cohen (old ideas)
menahan street band (the crossing)
michael kiwanuka (home again)
nneka (soul is heavy)
norah jones (little broken hearts)
patti smith (banga)
quantic & alice russell (look around the corner)
spoek mathambo (father creeper)
the heavy (the glorious dead)
the skints (part & parcel)

O MUNDO É GRANDE PRA CARAMBA – e muito outros sons rondaram por aí durante o ano. alguns dos discos citados abaixo só não entraram na lista acima por uma questão de centésimos de segundos. outros emplacaram na lista de músicas. mas uma coisa é certa: tudo vale ouvir (se puder ou tiver interesse, claro).

afro latin vintage orchestra (last odyssey), akua naru (live & aflame sessions), amadou & mariam (folila), andrew bird (hands of glory), antibalas (antibalas), ariya astrobeat arkestra (towards other worlds), azealia banks (1991 EP), bad bad not good (bbng2), big boi (vicious lies and dangerous rumors), bill fay (life is people), bob dylan (tempest), brother ali (mourning in america and dreaming in color), busdriver (arguments with dreams EP), chicago underground duo (age of energy), christian scott (christian atunde adjuah), cody chesnutt (landing on a hundred), david byrne & st.vincent (love this giant), debo band (debo band), dirty dozen brass band (twenty dozen), dub colossus (dub me tender), easy star all-stars (easy star's thrillah), ebo taylor (appia kwa bridge), egyptian hip hop (good don’t sleep), el-p (cancer for cure), flying lotus (until quiet comes), gangrene (vodka and ayahuasca), gonjasufi (mu.zz.le), homeboy sandman (first of a living breed), hot chip (in our heads), karriem riggins (alone together), kinny (can’t kill a dame with soul), lee fields & the expressions (faithful man), lianne la havas (is your love big enough?), neneh cherry and the thing (the cherry thing), quantic (los miticos del ritmo), rufus wainwright (out of the game), santigold (master of my make-believe), shawn lee (synthesizers in space), shawn lee's incredible tabla band (tabla rock), sierra leone's refugee all stars (radio salone), the bad plus (made possible), the shaolin afronauts (quest under capricorn), theesatisfaction (awe naturale), tony hymas & the bates brothers (blue door), toots & the maytals (unplugged on strawberry hill), vários artistas (django unchained: original motion picture soundtrack), vários artistas (rework: philip glass remixed) e wadada leo smith (ten freedom summers).


mais uma pedrada do selo analog africa

uma outra classe dessas coletâneas são as dedicadas exclusivamente a um artista ou um grupo e nesse balaio também rolaram este ano discos/caixas revisionistas de figuras como o can (the lost tapes), eddie holland (it moves me: the complete recordings 1958-64), fela kuti (live in detroit 1986), guelewar (touki ba banjul: acid trip from banjul to dakar), le super borgou de parakou (the bariba sound 1970-76), lee scratch perry & the upsetters  (high plains drifter: jamaican 45′s 1968-73), lou ragland (i travel alone), madness (forever young: the ska collection), rahsaan roland kirk (spirits up above: the atlantic years 1965-76), shorty long (here comes… shorty long: the complete motown stereo masters), sory kandia kouyaté (la voix de la révolution), the funkees (dancing time: the best of eastern nigeria’s afro rock exponents 1973-77), tunji oyelana (a nigerian retrospective 1966-79) e wendy rene (after laughter comes tears: complete stax & volt singles + rarities 1964-65).

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

yahoo #57

desdobramento estratégico da lista de melhores músicas brasileiras do ano publicada aqui, a coluna da semana passada no yahoo foi uma selecta de dez canções que imaginei serem interessantes para mostrar pro leitor de lá. qual não foi minha surpresa quando começaram a rolar vários comentários detonando o gosto dessa "estagiária ridícula"!? o yahoo é isso, um pescotapa no ego.



10 MÚSICAS QUE VOCÊ DEVERIA TER OUVIDO EM 2012

Fim de ano é tempo de listas, só que dessa vez resolvi fazer algo diferente. Separei 10 músicas brasileiras da lista de 50 que publiquei no meu blog pessoal, o Esforçado. Não porque sejam melhores que as outras 40, mas por serem ótimos exemplos para os comentaristas apocalípticos aqui do Yahoo! que a música brasileira anda muito bem, obrigado. Quem só consome música através de TV e rádio pode até achar que o país anda “perdido”, na mesma. Não existe muita oferta mesmo. É que as coisas do mundo estão na internet, minha nega. Basta ter um pouco de curiosidade. Escuta só.

Lado A – O coração

1) “Se assim quiser” (Mahmundi)


Mahmundi é pseudônimo do trio liderado pela cantora e compositora Marcela Vale, carioca de 25 anos. “Se assim quiser” está em seu trabalho de estreia, o EP Efeito das Cores. Tecladinhos saídos diretamente dos anos 1980 se juntam docemente com programações eletrônicas em clima de fim de tarde. E Marcela só cantando coisa boa de fazer. Autoajuda deveria ser assim.

2) “Alegria da gente” (Alvinho Lancellotti)


Filho do compositor Ivor Lancellotti, parceiro de bambas como João Nogueira, Paulo César Pinheiro e Leci Brandão, Alvinho começou a cantar e mostrar suas músicas no grupo Fino Coletivo e só agora estreou solo em O Tempo Faz a Gente Ter Esses Encantos. O título do disco, aliás, é um dos versos de “Alegria da gente”, sambinha espertíssimo, moderno e tradicional, que só poderia ter sido feito sob o efeito da alegria solar do Rio de Janeiro.

3) “Areia fina” (Letuce)


Em quase todas as músicas do Letuce quem canta lindamente é Letícia Novaes, mas esta, especialmente, traz os vocais do guitarrista Lucas Vasconcellos, parceiro de Letícia de música, vida e vice-versa. Música de Manja Perene, segundo disco do casal carioca, “Areia fina” é um rock cheio de climas sobre as descobertas, algumas doloridas, do amor.

4) “A carta de amor” (A Banda dos Corações Partidos)


Marchinha dramática sobre amores perdidos, “A carta de amor” é também uma ótima porta de entrada para o som desse grupo de Aracaju, Sergipe. Tem também brega na mistura, fator recorrente na nova música feita no Norte-Nordeste, e a ótima voz de Diane Velôso.

5) “Poder da sedução” (Dona Onete)


Do alto seus 73 anos, a cantora paraense costuma ser comparada a Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus e Omara Portuondo, mas em seu disco de estreia (Feitiço Caboclo) é possível ouvir todo seu brilho próprio. Dona Onete passeia por carimbós maliciosos como “Jamburana” e lindas baladas bregas como essa “Poder da sedução”, que é também tango com pitadas eletrônicas em meio a lamentos de cabaré amazônico.

Lado B – Os quadris

1) “Pode para” (Flow MC)


Uma das revelações do jovem rap paulistano, Flow MC é também um dos organizadores da tradicional Batalha de MCs do Santa Cruz e “Pode para” está em sua terceira mixtape, SensaFLOWnal. Os samples de “Abrigo de vagabundos” (Adoniran Barbosa), em gravação do Demônios da Garoa, são apenas o começo de um surpreendente e novo cruzamento de rap com samba (paulista). E o sujeito ainda possui humor e um fraseado afiadíssimo.

2) “O mundo (Panela de pressão)” (BNegão & Os Seletores de Frequência)



Nove anos separam a estreia solo de BNegão em Enxugando Gelo deste recente e igualmente ótimo disco Sintoniza Lá. Entre muitas canções cheias de suingue e politização destaque para “O mundo (Panela de pressão)”, uma mistura de funk, rap, rock e afoxé sobre as encruzilhadas desse mundão grande sem porteira.

3) “Afoxoque” (Curumin, com participação de Russo Passapusso)


Música de Arrocha, um dos melhores discos do ano e o terceiro trabalho solo do multiinstrumentista, cantor e compositor paulistano. Influências africanas misturadas com programações eletrônicas dão o tom de uma poética e poderosa canção de protesto feita em parceria com Russo Passapusso, vocalista do Baiana System.


4) “Exu parade” (Otto)


Otto talvez seja o mais conhecido dessa lista, afinal começou no Mundo Livre S/A nos anos 1990 e depois construiu sólida carreira solo (dois anos atrás emplacou “Crua” em trilha de novela global). “Exu parade” está em seu quinto disco, The Moon 1111, e é uma pedrada das mais dançantes do cancioneiro do pernambucano. Pop, batuque, música eletrônica e celebração em alta velocidade.

5) “Piloto de fuga” (Maga Bo, com participações de Funkero e BNegão)


Disco de estreia do produtor americano que vive desde 1999 no Rio de Janeiro, Quilombo do Futuro é uma impressionante mistura de ritmos nordestinos, música eletrônica, africanidades e pancadões. Entre as muitas e ótimas faixas destaque para “Piloto de fuga”, uma prova da relevância e do poder sonoro do funk carioca. Sem falar na vontade louca que dá de sair dirigindo pela cidade (qualquer cidade, estrada).

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

os 30 discos brasileiros de 2012 e algo mais

bem, a lista de melhores músicas brasileiras do ano já trazia indicações de quais discos ficariam entre os bonzões: as estreias de gaby amarantos, los sebosos postizos, maga bo, oquadro e alvinho lancelotti, e ainda curumin, tulipa ruiz, lucas santtana, letuce, gui amabis, siba e bnegão & os seletores de frequência. discos fortes, variados, alegres, melancólicos e, acima de tudo, repletos de ótimas músicas. mas acho que dois discos resumiriam o ano pra mim: arrocha, o terceiro do paulistano curumin, e treme, a estreia de gaby amarantos.


   
arrocha por seus cruzamentos surpreendentes e orgânicos do batuque afro-brasileiro com música eletrônica, e sem jamais esquecer a necessidade por canções, refrões, pegada, balanço, amor, experiências. e por músicas como “afoxoque”, “selvage”, “passarinho”, “treme terra”, “paris vila matilde”, “doce” e “pra nunca mais”, além da regravação linda de “vestida de prata” (paulinho boca de cantor, 1981) e da parceria com russo passapusso (baiana system).



treme por suas gigantescas possibilidades pop. gaby amarantos conseguiu um feito raro no brasil, pois é, ao mesmo tempo, hype e popularíssima (claro que isso não dura muito). seu disco de estreia, que começou a ser lançado no final de 2011 com o clipe de “xirley”, reúne fernanda takai e dona onete, thalma de freitas e zezé di camargo & luciano, zé cafofinho e veloso dias, kraftwerk e gang do eletro, todo um tsunami de altas e baixas culturas. ah, se um pedacinho da música pop mundial tivesse tanta informação como nas músicas cantadas por gaby... exemplos não faltam, vide “merengue latino”, “eira”, “gemendo”, “pimenta com sal”, “mestiça”, “coração está em pedaços”, “ex mai love”, “galera da laje” e “chuva”.

no mais, segue a lista completa:

alvinho lancelotti (o tempo faz a gente ter esses encantos)
caetano veloso (abraçaço)
café preto (café preto)
céu (caravana sereia bloom)
curumin (arrocha)
dona onete (feitiço caboclo)
dudu tsuda (le son par lui même)
gui amabis (trabalhos carnívoros)
hurtmold (mils crianças)
improvisado trio (interferências)
letuce (manja perene)
los sebosos postizos (interpretam jorge ben jor)
lucas santtana (o deus que devasta mas também cura)
maga bo (quilombo do futuro)
nina becker & marcelo callado (gambito budapeste)
oquadro (oquadro)
otto (the moon 1111)
paulo carvalho (o amor é uma religião)
rodrigo campos (bahia fantástica)
sambanzo (etiópia)
shaw (orquestra simbólica)
siba (avante)
silva (claridão)
síntese (sem cortesia)
thiago pethit (estrela decadente)
tom zé (tropicalismo lixo lógico)
tulipa ruiz (tudo tanto)

dessa lista gostaria de destacar ainda os excelentes e densos discos de rap do carioca-paulistano mc shaw (orquestra simbólica) e dos paulistas do síntese (sem cortesia, e ah, paulistas de são josé dos campos), bem como os novos trabalhos de uma turma muito produtiva de são paulo, bahia fantástica de rodrigo campos e metal metal, do trio juçara marçal, kiko dinucci e thiago frança. este último, saxofonista da banda do criolo, também lançou o belo instrumental etiópia sob o pseudônimo sambanzo (dinucci incluso). falando em instrumental, uma ótima surpresa foi interferências, disco de estreia do improvisado trio (marcelo castilha, meno del picchia e pedro ito). e pra finalizar, outras três estreias muito felizes, café preto (projeto adubado de cannibal do devotos do ódio), claridão (do capixaba indie silva) e le son par lui même (o multifacetado primeiro solo de dudu tsuda, que foi jumbo elektro, cérebro eletrônico, trash pour 4, etc). detalhe: os últimos discos a entrar na lista, tipo 43 do segundo tempo, foram abraçaço de caetano veloso e o extraordinário mils crianças do hurtmold.



MENÇÃO HONROSA - não tem como não falar de alguns ótimos tributos/coletâneas lançados no ano, destacando primeiro os que foram produzidos de forma independente, tais como o duplo re-trato los hermanos (com bárbara eugênia, cícero, dan nakagawa, hidrocor, lula queiroga, érika machado, nevilton, do amor, velhas virgens, tibério azul, banda gentileza, nervoso & os calmantes, etc.), o variadão brasileiros (com pélico cantando cartola, mahmundi de rita lee, bazar pamplona de dorival caymmi, etc.) e o muito excelente jeito felindie (tributo ao raça negra com lulina, amplexos, letuce, vivian benford, harmada, minha pequena soundsystem, etc.). menções honrosas também para o multinacional a tribute do caetano veloso (com beck, chrissie hynde, seu jorge, marcelo camelo, jorge drexler, céu, qinho, momo, tulipa ruiz, mariana aydar, etc.) e o projeto transglobal paraense terruá pará vols. 1 e 2 (com gang do eletro, gaby amarantos, mestres da guitarrada, lia sophia, dona onete, pio lobato, metaleiras da amazônia, etc.)

TEM MAIS SAMBA – nem preciso dizer que rolou muito mais coisa, portanto não custa nada mencionar outros discos interessantes/divertidos/desafiadores lançados neste ano e que passaram pelos ouvidos da casa. alguns emplacaram músicas entre as melhores do ano, mas acabaram não entrando na lista principal de discos. então, se não ouviu, ouça a banda dos corações partidos (a banda dos corações partidos EP), abayomy afrobeat orquestra (abayomy afrobeat orquestra), afroelectro (afroelectro), aíla (trelelê), amplexos (a música da alma), arnaldo antunes, edgard scandurra & toumani diabaté (a curva da cintura), banda uó (motel), beto mejía (abraço), bonde do rolê (tropical/bacanal), caio bosco (caio bosco), domenico & joão brasil (taksi EP), doo doo doo (casa das macacas), filarmônica de pasárgada (o hábito da força), flow mc (sensaflownal), fóssil (mocumentário), holger (ilhabela), jair naves (e você se sente numa cela escura…), kamau (... entre), laura wrona (r.h. volcano), madrid (madrid), mahmundi (efeito das cores EP), mão de oito (um dia que já vem), márcia castro (de pés no chão), marginals (marginals 2), marina de la riva (idílio), mr. catra (com todo respeito ao samba), o terno (66), orquestra contemporânea de olinda (pra ficar), orquestra imperial (fazendo as pazes com o swing), pentágono (manhã), psilosamples (mental surf), qinho (o tempo soa), rafael castro (lembra?), rogerman (o caminho do lobo), sasquat (alfazema), ska maria pastora (as margens do rio doce), sobre a máquina (sobre a máquina), sonic junior (inspire), strobo (quando se perde a inocência), tatá aeroplano (tatá aeroplano), trupe chá de boldo (nave manha), vítor araújo (a/b), volver (próxima estação) e zélia duncan (tudo esclarecido – músicas de itamar assumpção).