sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

os quadrinhos de 2012

e o colega @telionavega, lá do blog gibizada (hospedado no site d’o globo), me chamou para participar de uma lista com os melhores quadrinhos publicados no brasil em 2012. apesar de ser um fã antigo de quadrinhos não costumo fazer retrospectivas como as musicais, não tenho os lançamentos organizados, mas esse ano, especialmente, já tinha até tratado do assunto na minha coluna do yahoo (“cada um no seu quadrinho”) e ficou mais fácil saber o que li durante o ano. télio pediu que cada um – e participaram ainda arnaldo branco e del rey, entre outros – classificasse em ordem de preferência. não costumo fazer isso, mas pedindo com jeito... seguem os meus dez preferidos e alguns adendos.

1. pinóquio (globo livros), de winshluss
2. habibi (quadrinhos na cia.), de craig thompson
3. wilson (quadrinhos na cia.), de daniel clowes
4. animal'z (editora nemo), de enki bilal
5. os melhores inimigos - vol. 1 (ática), de jean-pierre filiu (roteiro) e david b. (desenhos)
6. a máquina de goldberg (quadrinhos na cia.), de vanessa barbara (roteiro) e fido nesti (desenhos)
7. minha vida ridícula (zarabatana books), de adão iturrusgarai
8. pagando por sexo (martins fontes), chester brown
9. deus essa gostosa (quadrinhos na cia.), de rafael campos rocha
10. v.i.s.h.n.u. (quadrinhos na cia.), de ronaldo bressane (roteiro) e fábio cobiaco (desenhos)



o pinóquio feio, sujo e malvado do francês vincent “winshluss” paronnaud (co-diretor da animação persépolis) realmente me pegou de surpresa. não esperava uma história tão louca e ousada, e longa e com tão poucos diálogos. o habibi de craig thompson também foi surpresa porque gostei do seu livro anterior (retalhos), mas essa história inspirada nas mil e uma noites tem muita pesquisa e um lirismo arrebatador e adulto. de resto, qualquer coisa de daniel clowes entra em qualquer lista, bem como do meu ídolo de outras eras (enki bilal), que fazia tempo não lançava nada de novo (ele se aventurou no cinema e tals), e do francês david b., que desta vez saiu do confessional (epiléptico) e passou a tratar de política global em uma interessantíssima trilogia sobre as relações dos estados unidos com o mundo árabe.

os brasileiros chegam na segunda metade da lista, começando com o divertido e afiado a máquina de goldberg, passando para o humor despachado de adão iturrusgarai (com vários convidados), o deus gostosamente humana de rafael campos rocha e a ótima ficção científica v.i.s.h.n.u. no meio desse pessoal, o canadense chester brown e sua singular relação com o sexo.

neste ano também saíram ótimas e muito bem produzidas edições especiais como toda a rê bordosa (angeli), diomedes (lourenço mutarelli) e os zeróis (ziraldo), além do relançamento de clássicos como a trilogia nikopol (enki bilal) e o incal (moebius). mas não custa lembrar outros bons e inéditos quadrinhos lidos por aqui, tais como guadalupe (angélica freitas e odyr), monstros! (gustavo duarte), adeus tristeza – a história dos meus ancestrais (belle yang) e j. edgar hoover (rick geary).

p.s.: no mais, acho que o grande lançamento quadrinístico do ano (mas que ainda não ganhou edição nacional e nem sei se ganhará) foi o espetacular building stories, de chris ware, uma caixa com 14 histórias em diversos formatos (tirinhas, jornal, tabuleiro, etc) que podem ser lidos em qualquer ordem e assim traçam um panorama aberto de uma série de moradores de um prédio.


Nenhum comentário: