arrocha por seus
cruzamentos surpreendentes e orgânicos do batuque afro-brasileiro com música
eletrônica, e sem jamais esquecer a necessidade por canções, refrões, pegada,
balanço, amor, experiências. e por músicas como “afoxoque”, “selvage”,
“passarinho”, “treme terra”, “paris vila matilde”, “doce” e “pra nunca mais”,
além da regravação linda de “vestida de prata” (paulinho boca de cantor, 1981)
e da parceria com russo passapusso (baiana system).
treme por suas
gigantescas possibilidades pop. gaby amarantos conseguiu um feito raro no
brasil, pois é, ao mesmo tempo, hype e popularíssima (claro que isso não dura
muito). seu disco de estreia, que começou a ser lançado no final de
2011 com o clipe de “xirley”,
reúne fernanda takai e dona onete, thalma de freitas e zezé di camargo &
luciano, zé cafofinho e veloso dias, kraftwerk e gang do eletro, todo um
tsunami de altas e baixas culturas. ah, se um pedacinho da música pop mundial
tivesse tanta informação como nas músicas cantadas por gaby... exemplos não
faltam, vide “merengue latino”, “eira”, “gemendo”, “pimenta com sal”,
“mestiça”, “coração está em pedaços”, “ex mai love”, “galera da laje” e
“chuva”.
no mais, segue a lista completa:
alvinho
lancelotti (o tempo faz a gente ter
esses encantos)
bnegão & os
seletores de frequência (sintoniza
lá)
caetano veloso
(abraçaço)
café preto (café preto)
céu (caravana sereia bloom)
curumin
(arrocha)
dona onete (feitiço caboclo)
dudu tsuda (le son par lui même)
gaby amarantos (treme)
gui amabis (trabalhos carnívoros)
hurtmold (mils crianças)
improvisado trio
(interferências)
juçara marçal, thiago
frança & kiko dinucci (metal
metal)
letuce (manja perene)
los
sebosos postizos (interpretam jorge
ben jor)
lucas santtana (o deus que devasta mas também cura)
maga bo (quilombo do futuro)
nina becker
& marcelo callado (gambito
budapeste)
oquadro (oquadro)
otto (the moon 1111)
paulo carvalho (o amor é uma religião)
rodrigo
campos (bahia fantástica)
sambanzo (etiópia)
shaw (orquestra simbólica)
siba (avante)
silva (claridão)
síntese (sem cortesia)
thiago pethit (estrela decadente)
tom zé (tropicalismo lixo lógico)
tulipa ruiz (tudo tanto)
dessa lista gostaria de destacar ainda os excelentes e
densos discos de rap do carioca-paulistano mc shaw (orquestra simbólica) e dos paulistas do síntese (sem cortesia, e ah, paulistas de são
josé dos campos), bem como os novos trabalhos de uma turma muito produtiva de
são paulo, bahia fantástica de
rodrigo campos e metal metal, do
trio juçara marçal, kiko dinucci e thiago frança. este último, saxofonista da
banda do criolo, também lançou o belo instrumental etiópia sob o pseudônimo sambanzo (dinucci incluso). falando em
instrumental, uma ótima surpresa foi interferências,
disco de estreia do improvisado trio (marcelo castilha, meno del picchia e
pedro ito). e pra finalizar, outras três estreias muito felizes, café preto (projeto adubado de cannibal
do devotos do ódio), claridão (do
capixaba indie silva) e le son par lui même (o multifacetado primeiro solo de
dudu tsuda, que foi jumbo elektro, cérebro eletrônico, trash pour 4, etc).
detalhe: os últimos discos a entrar na lista, tipo 43 do segundo tempo, foram abraçaço de caetano veloso e o extraordinário mils crianças do hurtmold.
MENÇÃO HONROSA - não tem como não falar de alguns ótimos
tributos/coletâneas lançados no ano, destacando primeiro os que foram produzidos de forma
independente, tais como o duplo re-trato los hermanos (com bárbara
eugênia, cícero, dan nakagawa, hidrocor, lula queiroga, érika machado,
nevilton, do amor, velhas virgens, tibério azul, banda gentileza, nervoso &
os calmantes, etc.), o variadão brasileiros (com pélico cantando
cartola, mahmundi de rita lee, bazar pamplona de dorival caymmi, etc.) e o
muito excelente jeito felindie (tributo ao raça
negra com lulina, amplexos, letuce, vivian benford, harmada, minha pequena
soundsystem, etc.). menções honrosas também para o multinacional a tribute do caetano veloso (com
beck, chrissie hynde, seu jorge, marcelo camelo, jorge drexler, céu, qinho, momo,
tulipa ruiz, mariana aydar, etc.) e o projeto transglobal paraense terruá
pará vols. 1 e 2 (com gang do eletro, gaby amarantos, mestres da
guitarrada, lia sophia, dona onete, pio lobato, metaleiras da
amazônia, etc.)
TEM MAIS SAMBA – nem preciso dizer que rolou muito mais
coisa, portanto não custa nada mencionar outros discos
interessantes/divertidos/desafiadores lançados neste ano e que passaram pelos
ouvidos da casa. alguns emplacaram músicas entre as melhores do ano, mas
acabaram não entrando na lista principal de discos. então, se não ouviu, ouça a banda dos corações partidos (a banda dos corações partidos EP), abayomy
afrobeat orquestra (abayomy afrobeat
orquestra), afroelectro (afroelectro), aíla (trelelê),
amplexos (a música da alma), arnaldo
antunes, edgard scandurra & toumani diabaté (a curva da cintura), banda
uó (motel), beto mejía (abraço), bonde do rolê
(tropical/bacanal), caio bosco (caio bosco), domenico
& joão brasil (taksi EP), doo doo doo (casa das macacas), filarmônica de pasárgada (o hábito da força), flow mc (sensaflownal), fóssil (mocumentário), holger (ilhabela), jair naves (e você se sente numa cela escura…), kamau (... entre), laura wrona (r.h. volcano), madrid (madrid), mahmundi (efeito das cores EP), mão de oito (um dia que já vem), márcia
castro (de pés no chão), marginals (marginals 2), marina de la
riva (idílio), mr. catra (com todo respeito ao samba), o
terno (66), orquestra contemporânea de olinda
(pra ficar), orquestra imperial (fazendo as pazes com o swing), pentágono (manhã), psilosamples (mental surf), qinho (o
tempo soa), rafael castro (lembra?), rogerman (o caminho do lobo), sasquat (alfazema), ska maria
pastora (as margens do rio doce),
sobre
a máquina (sobre a máquina), sonic junior (inspire), strobo (quando se perde a inocência), tatá
aeroplano (tatá aeroplano), trupe chá de boldo (nave manha), vítor araújo (a/b), volver (próxima estação) e zélia
duncan (tudo esclarecido – músicas
de itamar assumpção).
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