domingo, 28 de junho de 2009

domingueira jacko

fiquei pensando numa música dele pra colocar na domingueira. tanta coisa boa. mas como o lance aqui é ser diferentão lembrei de uma que gosto muito e que nunca está em seu top 10: "in the closet" (michael jackson e teddy riley), a terceira faixa do disco dangerous (epic, 1991). a música acabou ficando mais conhecida pelo clipe sexy & sépia dirigido pelo grande fotógrafo herb ritts e estrelado por michael e naomi campbell. sonzêra de um michael mais eletrônico que funkeado.


quinta-feira, 25 de junho de 2009

adeus, palavra triste

antes de qualquer patrulha, um aviso. michael jackson é mestre. sempre fui fã. e ponto. que ele descanse em paz desses 50 intensos anos cheios de músicas fuderosas e uma vida tumultuada, dolorida, no fio da navalha. e, diacho, como ouvi esse cara! como off the wall, thriller e até bad (e algumas outras músicas posteriores) fizeram parte da minha vida! ele ainda podia criar muitas coisas. até voltar a emplacar clássicos em nossos ouvidos, quem sabe.

mas é certeza, até para seus fãs mais irredutíveis, que fazia tempo que o rei do pop tinha virado um fantasma de si próprio. pensando nisso, e acompanhando a repercussão no twitter desde a parada cardíaca até a batalha pela confirmação da morte entre internet e televisão - a televisão perdeu, claro, mas o ponto final ainda precisou vir da cnn -, pensei em fazer uma homenagem diferente. bem humorada. de humor negro (ou ex-negro, como disseram). e compilei um tanto de piadas lançadas na rede, no calor desse momento, sobre "jacko". pelo riso a gente também pode resolver algumas dores.

valeu michael!


@murilocardoso Jackson's Four então?

@reanodevitto Sabem qual a diferença entre o m. Jackson e o Kinder Ovo? O Kinder é preto por fora e branco por dentro. Ah, e quem come é a criancinha.

@TelioNavega Para mim, Michael Jackson já estava morto desde o "Thriller".

@aomirante Jornal: "Michael Jackson internado". Blog: "Michael Jackson morre". Twitter: "Parece que vem aí o Thriller 2".

@ManoBrownie Aê truta ... Vai com Deus irmão. Segue seu caminho... maior brownie da história!

@viniciusaguiari Michael Jackson vende ingresso e não vai ao show. é o novo Tim Maia!

@marcelohessel A Farrah Fawcett e o Michael Jackson eclipsaram o aniversário do Paulo Tiefenthaler

@alexsabino Michael Jackson morreu. Te cuida Menino Jesus!

@FabioRex: Who's dead?

@spiceee algum jornalista DIPLOMADO pode me confirmar se Michael Jackson morreu? só assim vou acreditar. abs

@iaraujo21 Estará Michael Jackson está nesse momento com @OCriador ou com @OCapeta?

@reanodevitto O pior é que nem dá pra dizer que isso é humor negro. hahahahahahahaha

@rafa_pereira "Veja": Suspeita-se que Lula e o PT estejam envolvidos na morte de Michael / "Folha": leia o infográfico de artistas enfartados.

@faabio - "O que o Michael Jackson disse pro coração?" "Beat it"

@alexborba #jacko chega ao céu e diz: vinde a mim as criancinhas...

@didif Fiz CUEISHTÃO de avisar pra todo mundo que Michael Jackson morreu, então espero que ele morra pra não foder com a minha credibilidade.

@rodrigosalem ELE VOLTARÁ! Como Zumbi e fará o clipe mais visto da história!

@vcunha Amanhã tem flashmob em homenagem a Michael Jackson em frente ao Masp.117 integrantes do movimento negro vão embranquecer a partir das 17 hrs

@IvanHM Claramente há uma conspiração de xitas radicais para tirar o Irã do noticiário. Dúvida: como eles conseguiram matar FF & MJ no mesmo dia?

@lurabassallo alguém me diz o que eu faço com a Promoção Michael Jackson em Londres? Levo o vencedor pro enterro

@EdsonAran #RIP Michael Jackson Morreu pra vocês. Pra mim ele será para sempre um morto-vivo que dança.

@gpoli "comeu uma criancinha estragada" é a piada mais sutil que ouvi até agora sobre a morte de Michael Jackson

@danilocorci: Farrah Fawcett chegou no céu, lhe concederam um desejo. e desejou que as crianças da Terra fossem salvas... so Jacko dies.

@wanilira Michael Jackson morreu engasgado com um pé de moleque!

@thiagodottori Só fiquei curioso sobre quem interpretaria MJ no cinema. Acho que o filme começa com o filho do Will Smith e termina com a Cate Blanchett.

daniel seda [na caixa de comentários]: Michael Jackson já Elvis.

mãos na massa

acabei de ver um novo clipe a sair do disco na confraria das sedutoras (deckdisc, 2008), o primeiro registro em disco do projeto 3namassa (pupillo, dengue e rica amabis). desde que foram lançadas no início de 2008, as 13 faixas do disco já renderam 3 clipes, muitos shows e uma participação no dvd mtv apresenta: sintonizando recife (universal, 2008). "o objeto", com nina becker, é o quarto (e ótimo) video, então aproveitei para colocar juntos dos anteriores acompanhados de mais dois bônus. vamulá.

primeiro, a carioca nina becker, também vocalista da orquestra imperial, em "objeto", que tem letra do pessoal do mombojó.




a atriz karine carvalho faz a voz de "tatuí", com letra de seu marido (o hermano rodrigo amarante), em clipe com participação de joão miguel.




outra das vozes da orquestra imperial, thalma de freitas canta "enladeirada (o seu lugar)", que tem letras de jorge du peixe.




outra atriz, leandra leal, fala em português e francês na vinheta "certeza", faixa que abre o disco.




bônus 1. lurdez da luz, do mamelo sound system, manda suas rimas em "sem fôlego", com o bróder junior boca na guitarra.




bônus 2. pitty encontra com os versos de lirinha em "lágrimas pretas", uma das faixas do dvd mtv apresenta: sintonizando recife.


quarta-feira, 24 de junho de 2009

tirando sons do ar

fechei um ciclo, digamos assim. em março assisti moog, um documentário sobre robert moog, o inventor do célebre sintetizador. e aí, ontem, vi theremin - an electronic odyssey (1994) que trata de lev sergeivich termen (1896-1993), criador, no final da década de 1920, daquele instrumento maluco que se toca sem chegar perto, uma espécie de avô-pai de toda parafernália eletrônica que se espalhou pelo mundo a partir dos anos 1960 (moog, que é um dos entrevistados do filme, começou sua carreira construindo theremins).

lev termen, ou león theremin, em ação

theremin
, o filme, é o único trabalho de direção do ator steven m. martin (não confundir com o comediante steve martin). bem realizado, repleto de boas entrevistas e muitas cenas de arquivo, o longa acaba derrapando em detalhes importantes: falta de legendas para identificar pessoas e datas, além de alguns buracos na complexa história desse russo maluco.

nascido entre os últimos suspiros da rússia czarista, theremin começou a trabalhar cedo, chegou a apresentar seus primeiros inventos para o camarada lenin em 1922. cinco anos depois aportou nos estados unidos, apresentou-se no carnegie hall, criou outros instrumentos, montou estúdio-ateliê e fez importantes amizades que garantiram boa divulgação para seu estranho instrumento que "tirava sons do ar" (uma dessas amizades foi a de clara rockmore (1911-1998), personagem importante no filme). mas aí o russo pirou em lavinia williams, primeira bailarina do american negro ballet, e eles se casaram. imagine o caos nos estados unidos na década de 1930: um "comunista" branco e estrangeiro casado com uma negra. o desfecho é inusitado, pois em 1938 theremin sumiu. uns dizem que foi sequestrado pela kgb e levado de volta para a união soviética. outros afirmam que ele fugiu por questões financeiras. certo é que ele voltou e passou 7 anos preso para depois ser contratado como funcionário da kgb. theremin passou o resto da vida na união soviética, casou pela terceira vez, foi pai de duas meninas, e só depois da queda do muro conseguiu sair para receber homenagens na europa e nos estados unidos, onde reencontrou com a amiga rockmore após muitas décadas (cena que encerra bem o filme). história misteriosa no melhor estilo soviético de silêncios opressores.


a cena acima é de 1953 e seu protagonista é samuel hoffman, o theremista de hollywood. é ele que toca o instrumento nas trilhas pioneiras que miklos rozsa fez para
quando fala o coração (1945), de alfred hitchcock, e farrapo humano (1945), de billy wilder. nos dois filmes, o som do theremin serviu para ilustrar confusões mentais e alucinações. pouco anos depois, a partir do clássico o dia em que a terra parou (1951) de robert wise (trilha de bernard herrmann), o instrumento virou sinônimo de ficção científica. outros exemplos são monstro do ártico (1951) e veio do espaço (1953). aí, uma molecada que cresceu vendo esses filmes entrou para o rock'n'roll na década seguinte e tiveram o estalo de usar o instrumento. gente como brian wilson e seus beach boys ("good vibrations", "i just wasn't made for these times", etc.) e o led zeppelin ("whole lotta love", the songs remais the same, etc.). agora, de cabeça, lembro também de rita lee e fernanda takai tocando o instrumento aqui no brasil.



essa versão genial de "crazy" do gnarls barkley é de um theremista chamado randy george. e pra encerrar o post, achei theremin - an electronic odyssey na excelente torrenteca do blog república de fiume. e é possível comprar uma versão 100% nacional (?) do instrumento no site da rds theremin por 750 paus + frete (queria muito, mas por esse preço...).

terça-feira, 23 de junho de 2009

hey ho, mr. lynch!

e agora, direto do baú monet, uma reportagem sobre a visita que o cineasta david lynch fez ao brasil em agosto no ano passado. fui até a livraria cultura, aqui em são paulo, para acompanhar o bate-papo aberto ao público e depois entrevistá-lo pessoalmente. nada saiu como planejado e essa comédia de erros acabou entrando no texto final publicado na monet de setembro de 2008 (uma das últimas com ricardo alexandre como editor-chefe).

um dos cineastas mais instigantes em atividade, lynch assinou seu último longa em 2007 (império dos sonhos), mas segue em intensa atividade na internet. seu site oficial é permanentemente atualizado com novos mistérios, no
twitter trata de metereologia e meditação, e recentemente lançou um ambicioso projeto (que ainda não consegui parar pra ver) com histórias de pessoas comuns em todos os cantos dos estados unidos. chama-se interview project.

detalhe importante: quem fez a entrevista por telefone foi o colega bruno segadilha. tava armado de coragem pra falar com o homem ao vivo, mas por telefone acabei amarelando. valeu bruno.

david lynch e isabella rossellini, nos anos 1980, quando eram casados

O CAVALHEIRO DAS TREVAS

Choveu muito no dia em que David Lynch colocou os pés em São Paulo. Coisa braba mesmo, principalmente porque a cidade não via gota de chuva há um mês. Logo os metereologistas se apressaram em desmentir qualquer ligação entre a presença do diretor de filmes como Veludo Azul (1986) e Cidade dos Sonhos (2001) e a tempestade que desabou sob a cabeça dos paulistanos. Certo mesmo, disseram eles, é que foi a primeira vez que Lynch pisou em solo brasileiro – também esteve no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e Porto Alegre -, e que sua visita não teve nenhuma relação com cinema. O motivo foi a turnê mundial de divulgação do livro Em Águas Profundas – Criatividade e Meditação, no qual Lynch mostra o que 35 anos de meditação transcendental podem fazer para um artista (ele, no caso) e para o mundo.

Quer dizer então que o homem que criou algumas das imagens mais perturbadoras do cinema nas últimas décadas é um adepto da meditação? Pois é, o fato é esse, tão surpreendente quanto verdadeiro. Mas o cineasta só tornou isso público quando criou, em julho de 2005, a Fundação David Lynch, com o objetivo de difundir os ensinamentos de Maharishi Mahesh Yogi (1917-2008), o guru que fez a cabeça dos Beatles no final da década de 1960. “A meditação transcendental já me ajudou muito porque você mergulha em uma criatividade infinita e trabalha com mais felicidade e energia”, disse durante um bate-papo com uma platéia de jornalistas e fãs. Do lado de fora do teatro, uma pequena multidão serpenteava pelos corredores na expectativa da tarde de autógrafos.

De terno preto e calça branca, Lynch sempre fecha os olhos antes de responder a qualquer pergunta. Fala pausadamente e, mesmo que negue, adota uma postura cool de pregador apaixonado quando dispara a falar sobre os benefícios da prática oriental. Diz que deseja implementar, com sua Fundação, a meditação em escolas primárias por todo o mundo para que uma nova geração espalhe a paz. “Todos têm consciências, mas nem todos possuem a mesma quantidade. O potencial para a glória humana é a consciência infinita, a iluminação. Um dos efeitos colaterais dessa expansão de consciência é que a negatividade começa a desaparecer. Stress, tensão, ansiedade, mágoa, depressão, ódio, raiva e medo começam a dispersar. Essa é a paz verdadeira, a ausência de toda negatividade”.

Um clima de bondade e compreensão se espalha pelo ambiente, mas estamos no Brasil e algum bem humorado da platéia dispara – “Você acredita que se as pessoas meditassem mais compreenderiam melhor seus filmes?”. O diretor dá uma risadinha e responde que “Com certeza! Compreensão infinita”. Aplausos e gargalhadas gerais.

A relação aparentemente contraditória entre seus filmes sombrios e a prática pacífica da meditação é a que mais confunde platéias mundo afora. “O artista não tem que sofrer para mostrar sofrimento. Essa mania deve ter começado na França. Algum artista achou que com um pouco de raiva e alguma melancolia poderia pegar garotas. Mas basta ir um pouco adiante para entender que amargura e raiva ocupam a mente e deixam pouco lugar para a criação”. Lynch não sofre mais, talvez por isso consiga se dividir entre cinema, pintura, música, internet, boletins metereológicos para rádio, uma marca de café orgânico e, claro, sua Fundação. Mas, afinal, o que David Lynch sabe sobre David Lynch? “Nada!”, arremata orgulhosamente.

O bate-papo termina e é hora dos autógrafos. Lynch sai do teatro e logo é cercado por uma alcatéia de celulares e máquinas digitais em fúria deslumbrada. Como um rockstar, um ex-BBB ou uma garota-fruta qualquer, o cineasta precisa do auxílio de seguranças para conseguir chegar até a mesa. A fila cresceu ainda mais e as quatro entrevistas exclusivas prometidas para depois do evento, uma delas para a MONET, parecem seriamente ameaçadas. Dito e feito. Para não decepcionar os fãs, Lynch cancelou seus outros compromissos.

A exclusiva ao vivo foi transferida para o dia seguinte e depois cancelada pelo trânsito de São Paulo (em mais um dia de tormenta). Pode ser por telefone? Claro. Mais uma ligação e um novo cancelamento. E por e-mail? As perguntas foram enviadas na sexta à noite para que David Lynch pudesse respondê-las em alguma pausa no seu fim de semana brasileiro. Mas nada no sábado, muito menos no domingo. A segunda-feira amanheceu sem novidades na caixa de entrada.

Então, do nada e na rua, o celular toca e o assessor do diretor fala com sotaque castelhano que a entrevista vai acontecer por telefone e a qualquer momento. “Ele vai falar. Pode começar a gravar. Serão cinco minutos”.

Gostaríamos de perguntas sobre anões, cortinas vermelhas, estradas sem fim e outras bizarrices. Mas Lynch não gosta de falar sobre seu cinema. Nem mesmo a sua recente paixão pelo cinema digital, despertada após a experiência em Império dos Sonhos (2007), e que o fez decretar a morte do filme (película), consegue demovê-lo. Cerca de dez minutos depois a entrevista acaba. Porém, na hora de transcrever a fita, uma nova surpresa: as vozes estão muito baixas lá no fundo e há um ruído inexplicável matando tudo. Mais uma história estranha, mas conseguimos recuperar alguns trechos da conversa.

“Hoje em dia as pessoas ficam procurando explicação para tudo. É quase uma neurose. Até entendo isso. Hollywood tem a necessidade de fazer filmes que as pessoas entendam. Se há um pequeno ponto de conflito, já não serve. Sempre tive a preocupação de abrir a narrativa para inúmeras possibilidades em meus filmes. Cada um interpreta aquilo que quer, da maneira que entende”, afirmou a quem lhe pede explicações sobre seus filmes. “Não sei se Twin Peaks mudou o jeito de se fazer TV. As séries são muito mais sofisticadas hoje, mas talvez seja pretensão achar que foi por minha causa”, respondeu sobre a série de TV de 1990 que ficou em 3º lugar como uma das melhores de todos tempos segundo votação aqui na MONET (e em 15º na opinião dos leitores). “Não vou muito ao cinema. Primeiro porque não tenho tempo. Segundo porque, como diretor, fico preocupado com detalhes técnicos e não consigo curtir a sessão como uma pessoa normal”, disse no derradeiro trecho recuperado. Logo depois do papo curto e rasteiro, David Lynch embarcou para o Rio. Ao menos a chuva parou em São Paulo.

durante a passagem pelo rio de janeiro: david lynch recebe os cumprimentos de luiza brunet (que, segundo o site ego, furou a fila de autógrafos)

SEJA MELHOR COM DAVID - Alguns ensinamentos que o cineasta espalha pelas páginas de seu livro

A verdadeira felicidade está dentro de você * Idéias são como peixes. Se você quer pegar um peixinho, pode ficar em águas rasas. Mas se quer um peixe grande, terá que entrar em águas profundas * Faça sua voz soar e não deixe que ninguém a abafe * Intuição é a emoção e o intelecto trabalhando juntos * Todos nascemos para sermos felizes, felizes como cachorrinhos abanando os rabinhos * Onde há atenção, há vida * Podemos entender o conflito, sem necessariamente viver dentro dele * Somos como lâmpadas. Quando o contentamento começa a crescer dentro de nós, isso é como uma luz; essa luz afeta o meio ambiente * Se você continuar fiel ao que pensa, e refletir a respeito do que faz, estará no caminho certo * Nunca desista de uma boa idéia e nunca aceite uma má idéia * Mantenha os olhos no donut e não no buraco

transversão #12

mais uma edição do tranversão despertada pelos dois ao vivos do los sebosos postizos. no show de 2004, jorge du peixe & cia. evocam o grande horace andy e fazem uma versão dolente de "new broom". mas antes, a original. gravada em algum lugar no início dos anos 1970 e produzida pelo lendário clement "coxsone" dodd, a música pode ser encontrada no ótimo disco mr. bassie (heartbeat, 1998), uma coletânea que traz ainda uma versão de "ain't no sunshine" (bill withers).



e aí, finalmente, los sebosos postizos. após o fim da música, jorge du peixe sentencia "quem não gosta de reggae bom sujeito não é".

colégio pedro II, unidade tijuca, 1986

morei em alguns cantos do país. do nascimento em 1974 até 1983, fortaleza. de 1984 a 1987, rio de janeiro. primeira metade de 1988, de volta a fortaleza. de agosto de 1988 até 1993, ribeirão preto. em 1994, ponte-rodoviária entre campinas e são paulo. de 1995 em diante, são paulo. uma breve retrospectiva para situar esta foto, de 1986, um instantâneo da minha turma da 6a. série, o segundo dos três anos que estudei na unidade tijuca do colégio pedro II (boa parte da turma se manteve durante o período). ah, o pedro II é o segundo colégio mais antigo do país ainda em funcionamento (é de 1837, três anos mais novo que o atheneu norte-riograndense).

sempre tive vontade de saber o que aconteceram com essas pessoas. toda vez que vou ao rio de janeiro imagino trombar com alguém e rolar aquela suspensão do tempo até um "não acredito! você?!", mas nada. e o tempo passando e a memória rareando. por exemplo, só lembrei o nome de 14 dessas pessoas, e apenas 2 sobrenomes (e algum pode estar errado, claro).

se nessa foto (clique para ampliar) alguém reconhecer um amigo ou parente ou, melhor ainda, se reconhecer, gritaê. me conta. conta tudo (ou o que der). saudades.
e agora, o pouco que lembro.

1. eu mesmo. de cara emburrada e de braço engessado. cortesia de dioniso, meu irmão mais novo, que foi de touro pra cima da meu dedo mindinho. estávamos na lagoa rodrigo de freitas, perto do parque das catacumbas.
2. guilherme. um dos melhores amigos. meio palhaço, meio bad boy, um típico moleque ishperto carioca. era dele uma palavra (gíria?) que nunca mais esqueci: "chocômofrô". esqueci o que significava.
3. frederico. o mestre do deboche. lembro que horrorizou uma ou duas meninas que, ingenuamente, colocaram a mão no bolso de suas calças. veja bem, o bolso era rasgado, ele não gostava de usar cuecas, e tudo isso era diversão.
4. andré. gente boa, não lembro mais nada.
5. igor. ficava chamando ele de "igooor" como em algum filme ou desenho animado do frankenstein (igor era ajudante do dr. frankenstein).
6. joão paulo. outro amigão. também gostava de quadrinhos, acho. e nunca me devolveu uma pranchinha de mão, com quilha e tal, pra pegar jacaré.
7. luciana. sobrenome bittencourt (mas tinha outro). morava no grajaú, acho, e tinha aquela caneta com tinta de spray, e também a de 10 cores. uma vez me deixou um bilhetinho com citação de milton nascimento ("amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito"). foi minha paixão da escola.
8. marcela. era prima de luciana.
9. micaela. uma menina doce. gostava dela.
10. renata. sobrenome albinante. cheguei a encontrá-la nos meus tempos de orkut, trocamos alguns emails, mas nos perdemos. até onde sei é jornalista especializada em direito, acho que trabalha na oab-rj, é casada e é muito fã do a-ha.
11. joão maria. era gente boa, mas do tipo caladão. deviam brincar muito com o nome dele, tratando-o de "maria joão", porque numa vez que fiz isso sua mão voou rapidamente rumo ao meu pescoço.
12. mauro. outro grande amigo. também gostava de quadrinhos, acho.
13. andré luis. outro dos amigos mais próximos.
14. césar. figuraça. tinha um irmão gêmeo.
15. antônio. sujeito bacana, parecia um pouco mais velho e morava na mesma rua que eu, a morais e silva, bem próximo do colégio.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

frase de cinema

"o verdadeiro valor de um conflito está na dívida que ele cria".
de umberto calvini, personagem interpretado por luca giorgio barbareschi no thriller trama internacional (2009), dirigido por tom tykwer e estrelado por clive owen e naomi watts

domingo, 21 de junho de 2009

gafieiras em imagens

já falei, obviamente, que o gafieiras voltou. e rolam três notas novas por lá: dois dvds de maria bethânia, entrevista com o jornalista tárik de souza sobre o livro o som do pasquim e a morte de raul de barros. então, como estou novamente mexendo em baús de fotos, seguem instantâneos que fiz de entrevistados do site.




domingueira

o sarney ainda está em brasília. o irã está mergulhado em um sangrento caos. o obama matou uma mosca ao vivo e os radicais do peta o criticaram. o marcelo tas mandou um "PM nesses vagabundos!" para os grevistas da usp (depois pediu desculpas aos trabalhadores e estudantes e mudou para "PM neles!", o que dá no mesmo). o mundo dá voltas e o idelber avelar e a folha de s. paulo (caderno mais de hoje) concordam em uma coisa, mesmo que por óticas diferentes: simonal é dedo-duro (o que me parece cada vez mais irrelevante... interessante mesmo, pra não falar doído, é tentar entender porque ele foi e é tratado desse jeito, como mártir ou anti-herói ou etc.; o ótimo documentário wilson simonal - ninguém sabe o duro que dei mantem, sabiamente, esta questão em aberto). ah, lula ainda é o cara.

tudo é política e a
domingueira de hoje segue a mesma toada relembrando um clássico do rap brasileiro dos anos 1990. "política" foi o carro chefe do único disco solo do rapper athalyba (região abissal), o excelente athalyba e a firma (bmg ariola, 1994). quem reavivou minha memória foi o pattoli, do churrasco grego.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

nada precário, muito pelo contrário

ciao diploma. ciao registro precário.
morreu o diploma pra jornalista.
viva o jornalismo (de todos).


p.s.: texto ótimo no blog olhômetro. é de ana, 21, uma estudante de jornalismo (dica de @flaviadurante).

quarta-feira, 17 de junho de 2009

CORJA #1

sim, amiguinhos e amiguinhas, tá no ar a edição de estreia, também conhecida como #1, do podcast do CORJA. logo aí na barra ao lado. gravada em dois momentos, um sábado e uma terça, esta edição foi feita na sala do cafofo de edson franco entre bolachões, posters de jazz e um impressionante gravador de rolo. já dá pra notar que o som melhorou bastante. estávamos com três bons microfones - aliás, um obrigado público a daniel almeida que emprestou o seu com pedestal e tudo mais -, e tentamos na medida do possível ser mais concisos. mas ainda não rolou. estamos com umas ideias aí pro próximo e tal, e enquanto isso vocês podem xingar, elogiar, dar pitacos e fazer uma marola. à vontade.

oga, edson, valtinho e eu nos divertimos bastante entre buraka som sistema, nara leão, céu, matt & kim, nelson ferraz e gordurinha. ao fundo, faixas do disco som quente é o das neves (polydor, 1969), de wilson das neves. agora diga, onde mais, nesse mundão da internet, você ouviria gordurinha e matt & kim no mesmo programa? só aqui no CORJA, negô!!! é nozes. e tem download AQUI.

p.s. 1: no dia 22 de junho, alexandre matias falou do podcast no seu imprescindível trabalho sujo. falo por todos que é uma honra receber os elogios de um cara que manja da parada, tá ligado? ainda mais que ele acabou, finalmente e sem querer, nos batizando: CORJACAST. valeu, matias!!!

corjacast#1 by corjacast

magrela e pintosa

internet tem dessas coisas. vi esse vídeo faz um tempo. achei divertido e bizarro. brasil-sil enfim. e esqueci. aí, o pedro alexandre sanches postou anteontem, depois de ter visto no blog do guaciara, e revi com calma, prestando atenção e... rachando de rir, mais uma vez.



a magrela e pintosa xuxu é de juiz de fora (mg), esse video é de outubro de 2008 e foi filmado em um dos mais importantes símbolos da cidade, o parque halfeld. diabos, é tudo muito divertido e caseiramente bem feito. então é isso, depois de marli e stefhany, agora é a vez de xuxu. se jogaaa!

terça-feira, 16 de junho de 2009

transversão #11

essa transversão é um pouco diferente. explico: a versão atual não é uma nova interpretação da original e sim uma canção inspirada pela original. confuso? ouvindo melhora... e assim a gente começa com o vanguardista, o outsider, o paulistano walter franco. seu disco de estreia, walter franco ou não (continental, 1973), tem direção musical de rogério duprat, uma lendária mosca na capa e faixas como "cabeça" e "me deixe mudo" (regravado um ano depois por chico buarque no disco sinal fechado). mas o assunto aqui é a faixa 2, "água e sal", quase uma vinheta, climática, misteriosa.



essa faixa de walter franco serviu de inspiração para o jovem caio bosco (radiola santa rosa) na música "2H2O + NaSO4", que está no surpreendente EP diamante, uma prévia de seu disco de estreia solo. o garoto do guarujá tem blog, myspace e trama virtual (onde algumas músicas podem ser baixadas gratuitamente). fiquem de olho no rapaz (dica do mano oga, o macário do projeto manada).



segunda-feira, 15 de junho de 2009

diário de viagem

acabei de escrever sobre uma excelente história em quadrinhos para a seção tem que ter da revista monet de julho. baita livro. saca só.

O desenhista e animador franco-canadense Guy Delisle segue o rastro de sua mulher pra cima e pra baixo. Enquanto ela, administradora da organização Médicos Sem Fronteiras, ajuda necessitados mundo afora ele vai atrás rabiscando e observando mundos “exóticos” a sua volta. Assim foi com a Coréia do Norte e a China em Pyongyang e agora é a vez da Birmânia (Myanmar) neste Crônicas Birmanesas, ambos editados no Brasil pela Zarabatana Books. A estadia durou pouco mais de um ano, ali por 2006, e Delisle desenhou com leveza e precisão o encontro com um país rico e belo, mas sufocado pela tirania militar. Nada de grandes temas e tramas, apenas o dia-a-dia com faltas de luz, calor, chuvas torrenciais, internet vigiada, bombas ocasionais, censura, etc.

não conhecia delisle e depois de ler crônicas birmanesas fui atrás de mais informações. achei seu site oficial, seu blog (em francês, pena) e um recém-inaugurado canal no youtube. foi lá que pesquei esse curta ("xavière") de sua autoria.

domingo, 14 de junho de 2009

domingueira, o retorno

domingo frio. até faltou energia aqui pelas redondezas. então vamos de sentimentos à flor do pele com nervoso e os calmantes. o carioca está lançando disco novo, o segundo solo, pelo selo midsummer madness e se este for metade do que foi o primeiro (o excelente saudade das minhas lembranças, 2004) já temos mais um candidato para os melhores do ano. este clipe aí abaixo é de uma das melhores músicas do disco de estreia do ex-acabou la tequila, ex-canastra, e ex-matanza. detalhe: algumas faixas do disco novo estão disponíveis para audição no site do selo.



no mais, o gafieiras voltou! tem entrevista inédita com ná ozzetti, coluna nova do dj paulão e as indicações do jornalista arthur dantas no 5prauma. e não é sóóó!!! escrevi duas notas novinhas em folha, uma sobre o dvd eternamente nelson (sony/globo marcar, 2009) e outra sobre os lançamentos dos discos do móveis coloniais de acaju e de max sette, ambos com download gratuito. dá um pulo lá.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

pensaê

"nessa época em que as notícias correm rápido demais pra gente registrar onde leu primeiro uma informação, a profundidade não deveria valer mais?"
arnaldo branco
, em sua coluna na revista zé pereira

mais sobre a sensacional estreia do blog da petrobras nos cafofos de idelber avelar e pedro alexandre sanches.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

transversão #10

tá precisando esfriar a cabeça porque algum sujeitinho arrogante estragou seu dia? quer renovar sua fé na humanidade? ouça jorge ben (nada de ben jor). é tiro e queda. já tinha planejado desde sexta passada que "brother", do clássico a tábua de esmeralda (phonogram, 1974), seria o próximo transversão, mas por causa da correria só consegui colocar hoje (e calhou de ser, digamos assim, terapêutico).

começamos com uma descoberta recentíssima e vergonhosamente tardia: emílio santiago (cid, 1975), o primeiro disco de emílio "aquarela do brasil" santiago (ler mais sobre ele aqui). todo excelente, cheio de arranjos funky e um cantor cheio de personalidade, o disco traz interpretações sensacionais de "bananeira" (joão donato e gilberto gil), "quero alegria" (nelson cavaquinho e guilherme de brito), "nega dina" (zé keti) e, obviamente, "brother" (jorge ben). peguei lá no original pinheiros style. escuta isso.



agora é a vez de los sebosos postizos, projeto paralelo de parte do nação zumbi que lança jorge ben em um caldeirão dub. o quarteto de sebosos jorge du peixe, lúcio maia, dengue e pupillo nunca lançou um disco e os registros que existem são de shows em são paulo de 2004 e 2006. esta versão de "brother" é de 2006 e pesquei, novamente, no original pinheiros style. a de 2004 tem no boa música e afins.



e quem souber de alguma informação técnica (produção, músicos, arranjos, etc.) sobre o disco de 1975 de emílio santiago. por favor, ponha na roda.

terça-feira, 9 de junho de 2009

de coração

essa semana vai ser dose e já começou assim, toda movimentada, no fim de semana passado, com direito a fotos para o novo disco do grupo madeira de vento e uma visita ao butantã com os sobrinhos pedro e andré (os daqui, porque ainda tem joão pedro e iago). e a semana não terá feriado de corpus christi e nem nada parecido. é fechamento da edição de julho da monet.

correria, mano!


não deu nem pra subir a domingueira, pela primeira vez. não deu também para lembrar do "aniversário" de 4 meses do esforçado (é dia 7). 4 meses! um recém-nascido. mas, ao mesmo tempo, parece que tá comigo faz tempo. tem os números também... algo em torno de 3500 visitas e 5600 pageviews. visitas (em ordem decrescente) de portugal, eua, inglaterra, espanha, argentina, frança, bélgica, alemanha, paraguai, japão, suiça, cabo verde, itália, suécia, china, méxico, grécia, uruguai, angola, república tcheca, holanda, índia, bulgária, romênia e paquistão (os "estrangeiros" formam 6% dos visitantes). são números legais que me deixaram muito animado... porra, são apenas 4 meses!

só tenho a agradecer a todos os que passaram por aqui, os que linkaram o esforçado em seus blogs, aos amigos e amigas que deixam comentários, aos (ainda) desconhecidos e desconhecidas que também deixaram comentários, aos seguidores aqui, aos seguidores no twitter e a carolina que é minha ombudsman preferida.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

pro fim de semana

primeiro, um video sobre a questão do compartilhamento na internet. na verdade, uma resposta pr'aquelas propagandas que põe na cabeça do consumidor que roubar uma bolsa ou um carro é a mesma coisa que trocar arquivos de filmes, cds, etc. fiquei sabendo desse video da campanha i wouldn't steal no ótimo blog de túlio vianna, "professor de direito penal e advogado com atuação na área de direito informático" (como explica em seu twitter).



agora, a íntegra do discurso que barack obama fez ontem no egito requer mais fôlego e ouvido. tem pouco mais de 50 minutos, mas vale como uma aula magna de diplomacia, retórica, inteligência, atuação, sobriedade, ponderação e muitas outras cadeiras para qualquer curso que você tenha feito ou esteja fazendo. tem muito pra pensar (e alguns bons e maus chutes estão nas caixas de comentários do blog do pedro dória, aqui e aqui). tem uma tradução aqui.


quinta-feira, 4 de junho de 2009

mestre da mentira

como disse no post logo abaixo sobre cafundó... voltando para recife, eu e o pio figueroa decidimos parar em bezerros pra dar um pulo no ateliê de j. borges. comprar uma gravura, talvez falar com o homem. rolou tudo e ainda um perfil ligeiro pra tam magazine de agosto de 2006. as duas fotos que ilustram o texto vieram do site oficial criado por seus representantes (qualquer coisa me corrijam), o lost art.
j. borges, nascido em 20 de dezembro de 1935, talhando a madeira

NA BOCA DO POVO

J. Borges? É logo ali perto da loja de material para construção de Biu Barbosa, o Biu da Areia. J. Borges? Fica ao lado da casa do Professor Assis, cartomante bom, adivinha até Mega Sena. Todos em Bezerros, cidade a 100 km de Recife, sabem muito bem onde fica o Memorial J. Borges, ateliê do cordelista e xilogravurista José Francisco Borges. Aos 71 anos, J. Borges, como é conhecido desde seus primeiros cordéis na década de 1960, está mais ativo que nunca. “O cordel continua sobrevivendo. O auge foi no século passado, mas depois foi morrendo e na década de 1990 chegou à beira da cova. Agora começou a voltar. Hoje tá muito animado”, explicou.

Se antigamente Borges e célebres companheiros de ofício como Patativa do Assaré, Manoel Caboclo e Zé Vicente chegavam a vender 10 mil exemplares de uma edição em um ano – e “A chegada da prostituta no céu” de Borges alcançou a surpreendente venda de 100 mil exemplares -, na década de 1990 o número não passou de 500. A razão dessa volta animada ao cordel se deve, segundo Borges, “ao movimento estudantil. Recebo muita visita de colégio e faculdade. As professoras compram também, além de turistas, pesquisadores e colecionadores. Hoje se vende no Brasil todo e antes era só no Nordeste”. Alegre e conversador, Borges teve apenas dez meses de educação formal na infância e logo depois precisou trabalhar na feira de Bezerros. Começou vendendo colheres de pau, cestos e balaios que ele mesmo fazia, e depois passou para os folhetos de cordel, paixão das mais antigas. Aprendeu, como muitos outros cordelistas, a ler e escrever no dia-a-dia. As gravuras vieram depois quando estava sem dinheiro para pagar um ilustrador e decidiu fazer ele próprio a fachada de uma igreja em um pedaço de Umburana. Sem imaginar que seu trabalho, principalmente as gravuras, ganharia o Brasil e o mundo.

Em seu ateliê, rodeado por folhetos, gravuras e matrizes de todos os tamanhos e cores, Borges colocou para trabalhar toda a família. Tradição que é tradição tem que ser perpetuada. “Pra fazer um cordel bom é preciso ter um conhecimento da situação da área onde o cordelista vive. Tem que saber assuntos de amor, de religião, de política e de gracejo. Nas palestras que faço gosto de falar que sou o único que vive de mentira. Sou o maior mentiroso. Porque se falar a verdade morro de fome, e a mentira o povo compra a vida toda. Mas tem que ser uma mentira que se pode acreditar, não pode exagerar muito. É um mistério”, e gargalha, apoiado na bengala, mais misteriosamente ainda.



uma matriz que comprei nessa passagem por bezerros

rap all star

no final da semana passada rolou aqui em são paulo, lá no sesc pompéia, um show com algumas das figuras mais importantes do rap brasileiro. o projeto se chama big ben bang jhonson (ou big bang bang jhonson ou bang jhonson ou big bang jhonson, vai saber) e uniu os racionais mano brown e ice blue e a dobradinha helião e sandrão do rzo, além das participações no show de conexão do morro, dj cia, dom pixote e du bronks. será que vai rolar registro em disco, dvd, etc.? tem que ter. qualquer (boa) notícia é bem vinda. enquanto isso...



fiquei sabendo desses primeiros videos do show via tatiana mello dias (@tatikmd), do blog flor de maracujá.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

lá nos cafundó

tem muitos cafundós por aí. eu conheci um e era lá pras bandas de buíque, a 290 km de recife, pernambuco adentro. era sítio cafundó, na verdade, e por suas estradinhas espalhavam-se umas 60 famílias de pequenos agricultores. fui lá em junho de 2006 para uma matéria institucional na tam magazine e o agreste tava verde que só, coisa mais bonita de se ver. levei minha mamiya 6x6 pesadona e alguns filmes p&b, tudo uso pessoal. é que ao meu lado na viagem tinha um fotógrafo com F maíusculo, o pio figueroa (cia. de foto), pernambucano como a paisagem.

além de conhecer o pessoal lá do sítio cafundó e a cidade de buíque (graciliano ramos morou lá) essa viagem ainda rendeu o parque nacional do catimbau e o ateliê de j. borges (em bezerros, na volta pra recife). seguem algumas fotos que tirei nessa viagem-trabalho.


orgulhoso no cafundó;

tímida, com pai, no cafundó;

secando carne no catimbau;

tocando pífano no catimbau;

e o pio figueroa, também no catimbau.

terça-feira, 2 de junho de 2009

transversão #9

provavelmente uma das músicas mais conhecidas da história do jazz, "cantaloupe island" foi escrita pelo pianista herbie hancock e lançada em seu quarto disco, empyrean isles (blue note, 1964). muita gente a regravou, jazzisticamente falando, mas sua fama foi turbinada no início da década de 1990 quando o grupo us3 a sampleou no hit "cantaloop (flip fantasia)". nada disso será ouvido nessa edição especial do tranversão que vem com quatro regravações que colocarei aqui em ordem cronológica. a primeira "cantaloupe island" traz a assinatura de pucho & his latin soul brothers e foi registrada no disco tough! (prestige, 1966).



a próxima é diferentona e fiquei conhecendo após dica do mano edson franco (corja). é de um quinteto vocal de irmãs filipinas (?!), o the third wave, e tá no disco here and now (mps, 1969), que teve arranjos e regência de george duke.



agora é brasil-sil com uma versão assinada pelo mestre osmar milito. o pianista que vem sendo relembrado e celebrado mundo afora, depois de décadas de silêncio, está voltando a fazer shows. sua "cantaloupe island" tá no excelente disco e deixa o relógio andar! (rge, 1971).



e pra encerrar mantendo a cabeça atenta ao reggae uma versão assinada pelo grupo jazz jamaica, liderado pelo baixista gary crosby e que ainda é formado por figuras célebres como rico rodriguez (trombone) e courtney pine (sax soprano). é do disco the jamaican beat (toshiba/emi, 1994).