quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

yahoo #58

acabei usando minhas listas retrospectivas em duas colunas no yahoo: a de 10 músicas e essa de 6 clipes. tudo nacional, tudo nosso. publicando essa de clipes aqui no esforçado encerro definitivamente 2012 e agora 2013 é o que importa. bola pra frente que tem muita coisa pra fazer.



O BRASIL DE 2012 EM 6 CLIPES

Semana passada rolou por aqui uma lista com 10 das melhores músicas brasileiras do ano como parte de uma retrospectiva que tenho feito no meu blog pessoal, o Esforçado. Agora é a vez de clipes, videoclipes, que de alguma forma resumem a excelente e sortida safra audiovisual nacional (e, não coincidentemente, são de ótimas músicas) bem como a descentralização de nossa produção.

“Legal e ilegal” (Felipe Cordeiro). A última década viu nascer no Pará uma pulsante geração de artistas populares: estrelas como Gaby Amarantos, eletrônicos como a Gang do Eletro e ligeiramente MPB como Aíla, Luê Soares e Lia Sophia. Felipe Cordeiro também é desse último grupo só que traz a tiracolo uma guitarra eletrizante e bastante humor (com um bigode daqueles, só podia). O clipe de “Legal e ilegal”, música do disco Kitsch Pop Cult, pega o humor, o balanço e as cores da trabalho do paraense e lhe dão uma forma de carrossel repleto de figuraças. Direção de Bruno Reggis e Carolina Matos.


“66” (O Terno). Prova clara que São Paulo também possui senso de humor, o primeiro clipe do trio liderado por Tim Bernardes, filho de Mauricio Pereira (Os Mulheres Negras), é uma montanha russa de boas ideias e achados visuais em pouco menos de 3 minutos. Sem falar que “66” é ótimo exemplo de uma união entre senso pop, pulso de rock e inteligência (a música que fala da própria situação da música hoje em dia). Direção de Marco Lafer e Gustavo Moraes.


“Carnaval no fogo” (doo doo doo). Que o Rio de Janeiro não é mais aquele do banquinho e violão todo mundo já está bronzeado de saber, mas UPPs e funks à parte, ninguém jamais imaginou uma invasão de zumbis em um bloco carnavalesco. Esse é um dos muitos acontecimentos do divertido e estranho clipe dessa marchinha rock psicodélica retirada do disco Casa das Macacas.


“Mi vida eres tu” (Vanguart). Por mais que clipes livres, nonsense ou de colagens de imagens sejam ocasionalmente bacanas, nada como o bom e velho clipe com história, com roteiro. Ainda mais quando rola uma produção, elenco, etc. e tal. “Mi vida eres tu”, música do disco Boa Parte de Mim Vai Embora, é isso e ainda a muito bem filmada aventura romântica e violenta de um menino. É também o encontro do folk rock com a Jovem Guarda, Mato Grosso e São Paulo, o cool e o brega. Direção de Ricardo Spencer.


“Levante” (Lurdez da Luz). Uma das mais ativas vozes femininas no ultramasculino cenário rapper brasileiro, Lurdez tem aprontado das suas desde os tempos do Mamelo Sound System. Sua estreia solo em 2010 mostrou uma artista segura, engajada e bela (e com clipes ótimos como “Andei” e “Ziriguidum”). Neste ano, inquieta, começou a colocar novas sonoridades, mais eletrônicas, em sua rima e o primeiro resultado foi “Levante”, batidão politizado com clipe simples, bem iluminado e fashion. Direção de Ricardo Magrão.


“Sangue é champanhe” (Don L & Flora Matos). Já falei do cearense Don L aqui no meio do ano (“A hora e a vez do rap nordestino”), mas de lá pra cá ele lançou o mais interessante e belo clipe do ano. A música, que traz participação da brasiliense Flora Matos, fala de diversões, vida e morte, encantamentos e a volatilidade dos afetos. Enquanto isso, o clipe alterna imagens de moças muito nuas, viagens, comidas e shows, muito diferente do que se imagina em um vídeo de rap. Atenção: não recomendável para ambientes de trabalho e moralistas de plantão. Direção de Autumn Sonnichsen e Erica Gonsales.

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