quarta-feira, 25 de setembro de 2013

um anda bonito, o outro elegante

taí o primeiro frila para a revista top magazine: perfil de kadu dantas, disputado blogueiro de moda masculina. conversa boa a do mineiro que segue aqui em perfil na boa e velha versão original e sem revisão (na revista, o texto editado vem acompanhado das belas fotos de larissa felsen). esse gif espertinho peguei do blog dele.


BKLOOKGIF

UM CLÁSSICO QUE OUSA

Saiba como Kadu Dantas criou um blog de moda masculina e em menos de um ano se tornou referência em elegância no Brasil

Ele não anda, ele desfila. O tempo até virou e o sol foi embora em São Paulo, mas Kadu Dantas, 31 anos, encara com uma invejável naturalidade poses, olhares e movimentos para as fotos que ilustram este perfil. Chega a sugerir uma coisa ou outra e a fotógrafa elogia tamanha desenvoltura. “A gente sabe o que funciona, né?”, confessa sem falsa modéstia. Jornalista por acidente e estiloso desde que se entende por gente, o mineiro de Alfenas se transformou rapidamente em uma das referências de elegância masculina no mundo fashion paulistano. E tudo em decorrência de um blog que criou há pouco mais de um ano, veja só você. Mas antes do surgimento do Blog do Kadu muita coisa aconteceu na vida deste rapaz.



“Saí de Alfenas e fui fazer Odontologia em Ribeirão Preto, mas não me interessei e saí no último ano. Nesse meio tempo meus pais se mudaram para Belo Horizonte e fui pra lá. Queria prestar Publicidade, mas acabei entrando em Jornalismo e me identifiquei muito”, relembra.  Foi na capital de Minas Gerais que a vida de Kadu deu a primeira virada. Uma virada com nome e sobrenome: Mariana Maffei Feola. “Conheci a Mariana e ficamos muito amigos e ela me convidou para passar as férias de janeiro na casa da família dela em Orlando, nos Estados Unidos. Ah, claro, vou sim... imagina, estudante, vivendo de mesada”.

Daí que um belo dia toca o telefone da casa de Kadu. Era uma sexta-feira e do outro lado da linha a mãe de Mariana reiterava o convite. Foi só então que descobriu que Mariana era filha de ninguém menos que a apresentadora Ana Maria Braga. Não só as férias glamourosas aconteceram como Kadu foi convidado estagiar em jornalismo no programa Mais Você (TV Globo). “Como meus pais não moravam mais em Belo Horizonte, não tinha nada que me prendesse a cidade, então juntei minhas coisas e vim pra São Paulo. Fazia de tudo no programa, desde escolher receita até sugerir pautas. Isso foi em 2006. Fiquei lá 8 meses. Foi uma experiência muito legal, mas vi que televisão não era pra mim”.



Em São Paulo, Kadu começou a se desdobrar em muitos. Transferiu a faculdade de jornalismo, trabalhou em eventos, fez assessoria de imprensa e foi costurando uma rede de contatos que mais tarde se mostraria decisiva em sua vida. E, com apenas dois anos de cidade, conseguiu montar um negócio próprio, feito admirável em um mercado altamente competitivo. Nasceu então, em 2008, a Ray Comunicação, uma assessoria de imprensa com foco em moda. “Sempre gostei de moda, desde pequeno, sempre me interessei”.

Quatro anos se passaram, o negócio já andava com as próprias pernas, e o irrequieto Kadu Dantas sentiu aquele comichão por novos desafios. Numa reunião de trabalho, em meio a uma brincadeira sobre blogueiras de moda, disse que faria o seu próprio e que seria melhor. Acabou descobrindo em uma pesquisa na internet que não existia no Brasil, nem no mundo, um blog exclusivamente dedicado a moda masculina com looks diferentes todo dia (menos domingo, que é dia de descanso). Tinho um nicho ali e Kadu viu que era unir o útil ao agradável, afinal era constantemente elogiado pelo bom gosto no vestir.



“Comecei a fazer despretensiosamente. Primeiro com fotos das roupas montadas no chão, depois no espelho do elevador, mas por causa da minha rede de contatos já tive um número de acessos muito bacana no primeiro final de semana. Fiquei surpreso. Mas depois que fui convidado por uma marca para cobrir a Semana de Moda de Nova York, com apenas um mês de blog, vi que não dava pra continuar no amadorismo e contratei um fotógrafo”. O resultado direto dessa ação foi o aumento expressivo de acessos ao Blog do Kadu, que hoje chegam a 70 mil visitantes únicos por mês, uma média de 250 mil pageviews/mês.

“Não sabia se ia dar certo, tinha medo de ser até apedrejado porque quer queira quer não vivemos num país preconceituoso e sou gay assumido, casado, feliz. Mas o engraçado é que a maioria das perguntas que recebo são de leitores héteros. Sabe aqueles que a mulher diz ‘Veja esse blog pra você aprender a se vestir melhor’? [risos]. Acho que já ficou pra trás essa coisa de quem gosta de moda é gay. Eu, no blog, falo com todo mundo”. Pelo retorno de seus leitores, Kadu descobriu que as pessoas se interessavam em sua opinião e no seu (bom) gosto porque ele é uma pessoa real. E o que é de verdade tem credibilidade.



A imagem de Kadu, sempre elegante e desenvolto pelas ruas do Jardins, começou a rodar velozmente pela internet, o que lhe rendeu uma participação no programa Sob Medida (Rede TV) e muitos convites de parcerias. “Blog de moda é um jeito das marcas chegarem mais rapidamente a esse tipo de consumidor que é exigente e difícil, que é o masculino. Mas só aparecem no meu blog marcas que uso e que fazem parte do meu lifestyle. Não tenho contrato de exclusividade com ninguém. Uso o que quero independente de parcerias. Não posso subestimar meu leitor porque quando você fica muito vendido as pessoas percebem”.

No que depender de sua infindável curiosidade isso não vai acontecer, pois Kadu acredita que a moda é maior que uma marca ou outra, e um relógio vagabundo de plástico pode conviver muito bem com uma bolsa de Milão. “Um amigo me definiu do seguinte jeito: ‘Você é um clássico que ousa’. É exatamente isso. Não sou moderno, mas sempre coloco alguma coisa que faça a roupa ficar mais ousada”. Começa então a lembrar de cabeça alguns homens chiques com quem se identifica: os estilistas Tom Ford e Michael Bastian, o produtor musical Mark Ronson, os atores ícones Marlon Brando e Steve McQueen, e o brasileiro Oskar Metsavaht. “Elegância está mais ligada a atitude e comportamento que na roupa em si. Mas se isso vier numa embalagem boa, fica melhor ainda, entendeu? [risos]”.

Embaixador no Brasil de marcas internacionais, único blogueiro do mundo a visitar a fábrica da Louis Vuitton na França e a transmitir desfiles na internet, Kadu Dantas diz que jamais imaginaria que sua paixão pela moda iria lhe trazer tantas surpresas. “Com um ano de blog realizei 80% dos meus sonhos. Fui a todas as principais semanas de moda do mundo, tive acesso aos bastidores e conheci a maioria dos grandes estilistas. É muita felicidade. Por isso procuro fazer o blog cada vez com mais empenho, buscando sempre o melhor pros meus leitores, mas sem largar a Ray Comunicação, que foi uma importante conquista pessoal”.

Ao seu lado, no sofá, a vira-lata Chloe dá uma olhada e entende tudo. Esse dono que ela arrumou não vai aquietar o facho tão cedo.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

troca troca (musicalmente falando)

de volta à revista da gol, agora na edição de setembro saiu uma matéria sobre o disco mundo livre s.a. vs. nação zumbi, com aspas de fred 04 e jorge du peixe (em boas, mesmo que breves, conversas por telefone). achei que o disco seria bom, não tinha dúvidas sobre isso, mas me surpreendi com a liberdade e originalidade de todas as versões, e de como o jeito de uma banda se misturou com as músicas da outra (e vice-versa, etc). as minhas preferidas foram mundo livre de "a praieira", "rios, pontes e overdrives" e "samba makossa" e nação de "bolo de ameixa", "musa da ilha grande" e "o velho james brouse já dizia". 



O MANGUE NÃO PARA

Mundo Livre e Nação Zumbi refazem clássicos um do outro em disco que celebra a atualidade e o poder musical do movimento mangue beat

Pouco se falou, mas em 2012 se completaram 20 anos desde que um bando de caranguejos com cérebro enfiou antenas parabólicas na lama. A antena rodou meio mundo, mas continua lá, firme e forte, e tanto é verdade que as duas principais bandas do mangue beat continuam ativas e acabaram de se reunir em um excelente tributo ao movimento (ou seja, a eles próprios). É que o disco Mundo Livre S.A. vs. Nação Zumbi tem 14 faixas e em sua primeira metade, a banda liderada por Fred ZeroQuatro refaz clássicos dos amigos como “A Praieira” e “Samba Makossa”. Na segunda parte, é a vez do grupo de Jorge Du Peixe devolver a cortesia em versões de “Bolo de Ameixa” e “Musa da Ilha Grande”. Todas continuam fundamentais, mas a surpresa é que também parecem atuais, novinhas em folha.

“O mangue beat é um movimento conhecido pela diversidade, não existe uma sonoridade padrão. E o Nação tem um som próprio, um som forte. Eles podem tocar qualquer coisa que vai parecer Nação. É um som complicado de simular, então a gente tentou fazer com que as músicas deles soassem como a gente tivesse acabado de fazer, como se fossem nossa [risos]”, afirmou Fred ZeroQuatro após lembrar de um show em 1994, no Rio de Janeiro, no qual foi chamado de emergência para substituir o guitarrista Lúcio Maia, do então Chico Science & Nação Zumbi. Outra lembrança que o ajudou neste projeto foi a Orquestra Manguefônica, uma big band formada pelos dois grupos e que fez uma série de shows na segunda metade dos anos 2000.

“A gente tomou um cuidado muito grande para não tirar a essência das músicas do Mundo Livre porque somos fãs também. Ao mesmo tempo queríamos mostrar que são músicas elásticas e que podem trazer novidades. Fizemos versões em estados alterados e elas superaram nossas expectativas também [risos]”, disse Jorge Du Peixe, que também declarou que o próximo disco de estúdio do Nação Zumbi sai em 2014 após um longo recesso da banda para projetos pessoais de seus integrantes. Certeza que o mangue nunca deixará de nos surpreender.


FILHOTES DE CARANGUEJO 
Líderes das duas bandas indicam herdeiros do manguebeat

FRED ZEROQUATRO: “Não tenho mais aquela energia pra acompanhar tudo, mas sou muito fã do Eddie, que é de uma segunda geração do mangue beat. Entre os mais recentes destacaria a Academia da Berlinda, a Catarina Dee Jah e a Orquestra Contemporânea de Olinda. Tem muita coisa acontecendo, melhor mesmo acompanhar blogs como o Recife Rock e o Coquetel Molotov”.


JORGE DU PEIXE: “Prefiro falar de Brasil porque o mangue beat ajudou o país a se reconhecer cantando a nossa língua. E tem muita referência boa aqui, e gente nova cheia de ideias. Tem que colocar essa meninada pra se coçar como tenho feito com meu filho [Ramon Lira] e minha nora [Louise Taynã, filha de Chico Science] no Afrobombas. É que tudo influencia tudo, basta abrir os ouvidos”.

p.s.: tem ainda esse video curto com bastidores do nação gravando "livre iniciativa".


atualização: saiu o clipe com o nação zumbi tocando "musa da ilha grande". imagens de estúdio durante a gravação, na verdade, e os tambores/percussão não aparecem (parece que o nação virou um quarteto com jorge du peixe, lúcio maia, dengue e pupillo).



quinta-feira, 5 de setembro de 2013

gaby is crazy for you

atualmente, gaby amarantos está malhando, fazendo regime e cuidando da saúde em horário nobre, mais precisamente no quadro 'medida certa - a disputa' (sua participação, aliás, gerou uma série daquelas microindignações virtuais, devidamente destruídas por nina lemos em "liberdade para preta gil e gaby amarantos"). só que a partir do dia 19 desse mês, às 19h no canal bis, a paraense estará em um reality show bem diferente. filmado na segunda quinzena de julho desse ano, gaby gringa é uma série em dez episódios que acompanha passeios, encontros musicais, descobertas e frios na barriga da artista em sua primeira miniturnê internacional (nova york, londres, bristol e antuérpia). bati um papinho virtual com a moça pouco após sua volta e antes da entrada no 'medida certa'. saiu na monet agora de setembro. ah, e as fotos que ilustram esta postagem foram tiradas durante um divertido encontro com ela em belém, no início de janeiro deste ano. não emplaquei a pauta sobre a gravação de um comercial, mas a conversa foi ótima (não transcrevi até hoje, mals) e a noite tão boa quanto.


DISSERAM QUE ELA VOLTOU MAIS PARAENSE AINDA

Desde que lançou, há dois anos, a primeira música (“Xirley”) de seu disco de estreia, Gaby Amarantos não sossegou o facho. Talvez tenha sido por causa do feitiço do café que ela coou na calcinha da música popular brasileira, mas o fato é que o disco Treme foi eleito um dos melhores de 2012 pela crítica especializada e Gaby emplacou uma canção (“Ex-Mai Love”) numa abertura de novela global, além de encarar muitos shows, matérias e aparições televisivas para todos os tipos de públicos país afora. Agora é a vez da orgulhosa paraense, que acabou de fazer 35 anos, ganhar o mundo, ou pelo menos parte dele, no especial Gaby Gringa.

Filmado em julho durante a miniturnê internacional que levou a cantora a países como Estados Unidos (Nova York), Inglaterra (Londres e Bristol) e Bélgica (Antuérpia), Gaby Gringa foi dirigido e produzido por Tatiana Issa e Rafael Alvarez, a mesma dupla do premiado documentário Dzi Croquetes. “[O programa] vai trazer um mix de irreverências, porque sou uma comediante por natureza e causei muito nos ‘States’, e momentos emocionantes como cantar ‘Aquarela Brasileira’ no Birdland, onde Billie Holiday foi consagrada, e visitar o Apollo Theater, palco de shows históricos de James Brown e Michael Jackson. Também rolaram encontros musicais inusitados com artistas do Brooklyn e Harlem e alguns brasileiros bem conhecidos. Cada encontro, uma emoção diferente”, explicou Gaby, já de volta a sua casa no Jurunas, bairro periférico de Belém.


Os brasileiros a quem Gaby se refere vão de Seu Jorge ao rapper Emicida, passado por Tulipa Ruiz, Lucas Santtana, Maria Gadú, Pretinho da Serrinha e a banda Graveola. Alguns desses encontros aconteceram em situações intimistas, na rua ou em um parque, e outros em grandes shows como o Brasil Summerfest, no Central Park. “A receptividade foi melhor do que imaginava, mas tinha certeza que algo maravilhoso estava reservado pra mim por lá. Sei o potencial do que faço e o fato das pessoas lá fora não atentarem para o significado da palavra ‘brega’ faria com que esse público ouvisse a música livre de qualquer preconceito”. Um público livre de preconceitos como ela própria.

“Essa viagem me agregou muita bagagem cultural e me fez levar a cultura do meu país para outros mundos. Isso me fez ver tudo, vida, carreira, com outros olhos”. Gaby Gringa é, portanto, o retrato de um momento especial de uma artista que nasceu nas festas de aparelhagem no Norte do Brasil e que agora mostra toda sua força pop miscigenada a um novo público.


Enquanto prepara o segundo disco, que só deve ser lançado em 2014, Gaby também comemora a descoberta do seu lado atriz. No primeiro semestre protagonizou o episódio de estreia da série Contos do Edgar (Fox) e em novembro estará nos cinemas em Super Crô – O Filme. Mas certamente 2013 ficará marcado na sua memória, e na sua carreira, como o ano que deu os primeiros passos do projeto de dominação mundial Gaby Gringa. “Todos os lugares [retratados no programa] foram especiais. Sabe aquele trabalho que você faz se arrepiando a cada passo? Foi assim. Nós nos emocionávamos a cada ato e chorei muito ao cantar ‘Como Nossos Pais’ [de Belchior] em homenagem aos meus pais que são heróis pra mim, e ‘The Very Thought of You’ da Billie Holiday. As pessoas vão se surpreender me assistindo cantar músicas que jamais imaginariam que eu flertasse. Mas o que quero mesmo é continuar fazendo o mundo e o Brasil tremerem com a alegria do Pará”. Sossegar o facho é uma expressão que não está em seu dicionário.

p.s. 1: olha só a reportagem em página dupla na monet.



p.s. 2: e aqui o clipe de "gemendo" gravado na galeria/ateliê do artista plástico kenny scharf durante a passagem de gaby por nova york.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

no fundo do mato-virgem nasceram uns gifs

e o pessoal do tumblr gif movie andou memetizando a antropofagia cinematográfica de macunaíma (1969) de joaquim pedro de andrade. fiz uma seleção, mas tem mais aqui (nem todas ficaram boas). saca só.


Macunaima (1969)
Macunaima (1969) Movie
Macunaima (1969)
Macunaima (1969)