e taí o documentário bizz - jornalismo, causos e rock and roll. feito no esquema às próprias custas s/a, o curta de 25 minutos dirigido por almir santos e marcelo costa (scream & yell) tem edição e áudio irregulares. a parte visual também é meio capenga e nem aparecem tantos causos assim, mas é um bom registro da história de uma publicação imprescindível para o jornalismo musical brasileiro. fui leitor assíduo da lendária e primeira fase nos anos 1980, passei batido pela fase showbizz nos anos 1990 e voltei a ler e, finalmente, colaborar na última fase em meados dos anos 2000. o documentário segue mais ou menos a mesma lógica de importâncias (maior parte nos anos 80, depois anos 2000 e alguma coisa meio vaga nos anos 90).
é bacana ver mais claramente as relações de vida e morte da revista em paralelo com o mercado musical brasileiro. nos anos 80, o apaixonado e jovem jornalismo musical feito em são paulo (alex antunes, bia abramo, etc.) em choque, pro bem e pro mal, com o pulsante e nascente rock br. a tentativa, ao fim irrelevante, de dialogar com a lógica do mercado dos anos 1990. e, finalmente nos anos 2000, o interessante encontro de várias gerações de quem fez a bizz com uma novos jornalistas, alguns surgidos já na internet, com o mundo musical descentralizado da rede e a indústria fonográfica em ruínas.
minha contribuição para a bizz nessa última fase, capitaneada por ricardo alexandre, foram fotos de shows do premiata forneria marconi e do negritude jr. (com participação dos racionais, sampa crew, etc.), um texto não publicado sobre a trilha que marcos valle fez para o fabuloso fittipaldi e uma reportagem que muito me orgulha, "conexão entre morro e asfalto".
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
cantando caetano
entre ontem e hoje fui ouvindo o recém-lançado a tribute to caetano veloso (universal) e soltando no twitter minhas impressões (pessoais,
muito pessoais). acabei reunindo aqui no esforçado porque, afinal de contas,
tudo vale a pena. os textinhos, ligeiramente revisados, estão na ordem das faixas e o saldo final do disco de homenagem ao setentão caetano veloso é bastante
positivo, mesmo que irregular como qualquer tributo. vamos lá...
ousado o magic numbers escolher "you don't know me". ficou pop-rock normal em inglês e meio bunda no brasileiro com
sotaque. magic numbers é fraquinho. são hippies docinhos nas suas próprias
músicas, mas não tem estofo pra fazer cover de nada maior que eles.
céu e fernando catatau mandando ver em "eclipse oculto".
tudo lindo, oitentista, mas achei esquisito e errado o efeito na voz da céu.
a faixa 3 é chrissie hynde junto com moreno, kassin e
domenico...versão linda linda de "the empty boat". anos de estrada
fazem diferença... chrissie hynde entende a música e a toma pra si, coisa que o
magic numbers não conseguiu.
mas anos de estrada também enganam. mutantes (ou melhor,
sérgio dias apenas) esculhambam a originalmente chata "london,
london".
beck fez uma versão boa, correta, de "michelangelo
antonioni", uma daquelas pouco conhecidas do baiano. mas não anima.
e jorge drexler, bem intencionado e com sotaque, faz boa
versão de "fora da ordem", mas dá uma vontade de pular de faixa.
"de manhã" em versão bossinha rocker noisy muito
boa comandada por marcelo camelo e hurtmold. ficou linda, uma das melhores.
bem confuso "quem me dera" com devendra banhart,
rodrigo amarante e mais um monte de citações de outras músicas de caetano.
faltou alguma concisão.
linda e triste "alguém cantando" com o momo.
impressionante como a música parece que é dele e não do caetano.
uh, luisa maita, kiko dinucci, rodrigo campos & cia
fizeram uma versão movimentada e interessante de "trilhos urbanos".
e caímos no fado com ana moura e uma bonita e dolorida (obviamente)
versão de "janelas abertas 2".
uma das mais fodas músicas de caetano, "da maior importância", ganhou versão rascante, brincalhona e ótima por tulipa ruiz (que já cantava a música em shows).
tenho problemas com "força estranha" e na versão
em espanhol - feita por miguel poveda - ela parece ainda mais cafona. puxado.
suingante e gostosinha a "qualquer coisa" de qinho
(e sua voz parece um pouco com a do baiano). teclados e baixo espertos.
curioso o encontro de seu jorge, toninho horta e arismar do
espírito santo, mas é que acho "peter gast" bem chatinha.
e o disco encerra com mariana aydar, duani e letieres leite
numa bonita, mesmo que um pouco séria demais, versão de "araçá blue".
atualização caetânica: depois fui ver com calma de quais discos e épocas foram pinçadas as músicas do tributo. como era de se esperar das 16 faixas, 9 vieram da década de 1970, a grande era produtiva de caetano. na sequência, lá longe, vem a década de 1960 (3 músicas), a de 1980 (2) e, empatados, os anos 1990 e 2000 ("fora de ordem" e "michelangelo antonioni", respectivamente). houve uma interessante pulverização dos discos-fonte e, curiosamente, apenas um teve duas músicas escolhidas ("eclipse oculto" e "peter gast" vieram de uns, 1983).
das 16 faixas, 6 não foram cantadas originalmente por caetano. "de manhã" ganhou de cara interpretações de wilson simonal e maria bethânia em 1965 e caetano nunca a gravou. bethânia gravou originalmente "janelas abertas 2" em 1971 e no ano seguinte a música apareceu no disco caetano e chico - juntos e ao vivo, mas quem cantou foi chico (caetano também nunca a gravou). gal foi a primeira a registrar "london, london" (legal, 1970) e "da maior importância" (índia, 1973) e só depois caetano fez das suas. "força estranha" foi composta especialmente para roberto carlos, que a registrou em seu disco de 1978 (caetano só fez o mesmo em zii & zie - mtv ao vivo, 2011). e, por último, "quem me dera", originalmente gravada pelo tamba trio em 1966 e um ano depois por caetano no disco domingo, aquele que dividiu com gal.
atualização caetânica: depois fui ver com calma de quais discos e épocas foram pinçadas as músicas do tributo. como era de se esperar das 16 faixas, 9 vieram da década de 1970, a grande era produtiva de caetano. na sequência, lá longe, vem a década de 1960 (3 músicas), a de 1980 (2) e, empatados, os anos 1990 e 2000 ("fora de ordem" e "michelangelo antonioni", respectivamente). houve uma interessante pulverização dos discos-fonte e, curiosamente, apenas um teve duas músicas escolhidas ("eclipse oculto" e "peter gast" vieram de uns, 1983).
das 16 faixas, 6 não foram cantadas originalmente por caetano. "de manhã" ganhou de cara interpretações de wilson simonal e maria bethânia em 1965 e caetano nunca a gravou. bethânia gravou originalmente "janelas abertas 2" em 1971 e no ano seguinte a música apareceu no disco caetano e chico - juntos e ao vivo, mas quem cantou foi chico (caetano também nunca a gravou). gal foi a primeira a registrar "london, london" (legal, 1970) e "da maior importância" (índia, 1973) e só depois caetano fez das suas. "força estranha" foi composta especialmente para roberto carlos, que a registrou em seu disco de 1978 (caetano só fez o mesmo em zii & zie - mtv ao vivo, 2011). e, por último, "quem me dera", originalmente gravada pelo tamba trio em 1966 e um ano depois por caetano no disco domingo, aquele que dividiu com gal.
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tulipa ruiz
terça-feira, 7 de agosto de 2012
você quer um coração tonto?
que fase essa de clipes nacionais, que fase... depois de
todos esses que saíram em julho – e que coloquei nas postagens “crítica
social no balanço”, “a postos”
e “sonhos
legais e ilegais” – teve márcia
castro & hélio flanders (“29 beijos”), madrid (“sad song”), banda gentileza (“quem me dera”), super stereo surf (“clipe vertical”) e agora surgiu
“valete”, do primeiro disco solo de lirinha
(ex-cordel).
a direção é de lírio ferreira, em parceria com natara ney, e
participam ângela ro ro e otto, as vozes que acompanham lirinha nessa música absurdamente bonita. detalhe: lírio ferreira, que dirigiu longas como baile
perfumado e árido movie, também esteve esse ano atrás das câmeras do clipe de
“passione”, de junio
barreto.
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