The Me Bird from 18bis on Vimeo
e agora o poema. confesso que peguei uma tradução anônima da internet e dei uns tapinhas (tem original aqui, achei que ficou honesta). também não consegui saber em qual livro saiu aqui, o tradutor, etc.
o pássaro eu
chamo-me pássaro pablo,
ave de uma pena só,
voador na escuridão clara
e claridade confusa,
minhas asas não são vistas,
os ouvidos me retumbam
quando passo entre as árvores
ou por debaixo das tumbas
qual funesto guarda-chuva
ou como espada desnuda,
estirado como um arco
ou redondo como uma uva,
voo e voo sem saber,
ferido na noite escura,
aqueles que vão me esperar,
os que não querem meu canto,
os que me querem ver morto,
os que não sabem que chego
e não virão para vencer-me,
a sangrar-me, a retorcer-me
ou beijar minha roupa rota
pelo sibilante vento.
por isso volto e me vou,
voo mas não voo, mas canto:
sou o pássaro furioso
então é isso, "the me bird" é mesmo livremente inspirado em "o pássaro eu"/"el pássaro yo", o que não tira a beleza do trabalho (making of). mas o original de neruda tem uma força, uma segurança, um orgulho, que fiquei procurando um jeito de colocá-lo aqui na língua que foi criada, de preferência em áudio. mas achei esse vídeo delicioso de um garoto igualmente chileno declamando (e interpretando) o poema do grande neruda em um evento na escola.
p.s.: depois achei um áudio do próprio neruda declamando "el pássaro yo", mas não consegui incorporar aqui, nem baixar, então o menino contreras ficou com as honras. e fez bonito.