quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

50 músicas brasileiras de 2014

virou rotina pessoal reclamar de mim mesmo pela cada vez maior dificuldade de fechar listas certeiras com as melhores músicas [ou discos] do ano. uma das razões é que é, de longe, o “produto” que mais consumo em qualidade e quantidade, e como tem muita música boa sendo lançada, vou fazer o quê?! quero mais é mostrar a variedade do que é produzido e do que ouço. então, sem mais desculpas, começo a retrospectiva musical de 2014 com as 50 melhores músicas brasileiras conforme o gosto e os limites da casa [tem, por exemplo, discos que não emplacaram música e vice-versa].


nesse ano resolvi agrupar em “gêneros”, ou em blocos, como preferirem [e aí sim as músicas estarão em ordem alfabética]. e começo com o rap, que é o que mais tenho ouvido nos últimos anos e o que mais tem empurrado a música popular brasileira pra frente. neste bloco estão duas das melhores músicas do ano, “plano de vôo” e “sobre o infinito e outras coisas”.

mais atentos(as) notarão a ausência dos racionais mcs, mas é que, pra mim pelo menos, o poderoso disco deles é mais um conceito que um conjunto de canções [e, portanto, estará na lista dos melhores discos]. quase todo rap da lista é de são paulo, mas tem porto alegre ali, curitiba acolá, são josé dos campos também, e por aí vai. ah, os blocos estão agrupados em playlists e quando tiver link na música é porque não achei no youtube.

“a marvada”, tuty [com rodrigo ogi]
“antônimos e sinônimos”, rocha
“até o fim sampa”, projetonave [com emicida]
“beijinho”, lurdez da luz
“cypher”, amiri [com léo supremacya e napalm]
“desse jeito”, mercúrias
“essa é pra você”, zulumbi
“neguim di kebra parte 2”, rincon sapiência
“plano de vôo”, criolo [com síntese]
por onde a fonte brota”, orquestra celestial do livre arbítrio
“r & k”, rashid & kamau
“sobre o infinito e outras coisas”, elo da corrente


e tome mais periferia com pancadões e rasteirinhas. nada de funk ostentação, que isso é coisa do passado e tava na cara que o fôlego era curto. mas tem sacanagem e duplo sentido sim, e tem usos muito novos e divertidos da música eletrônica. “patrão”, “passinho do romano” e “perereca suicida” são os destaques.

“patrão”, omulu
“dom dom dom”, mc pedrinho & mc livinho
“na casa do seu zé”, mc britney
“nega bass”, joão brasil
“passinho do romano”, mc dadinho
“perereca suicida”, mc japa


e a mpb? o que fazer com a mpb? ela ainda existe? essa coisa faz sentido? os dois próximos blocos foram divididos por mera formalidade e não existem medalhões da “chamada mpb” em nenhum. quer dizer, nesse tem tom zé, mas tom zé é sempre inquieto e seu cânone é muito pessoal e sempre foge do esperado. seu disco, aliás, é um daqueles difíceis de escolher apenas uma música [mesmo caso de juçara marçal, russo passapusso, anelis assumpção e moreno veloso]. desse bloco, os destaques são “pedra de sal” e “queimando a língua”, coisas lindas e fortes. ah, essa lista mpbística acabou gerando uma mixtape a pedido do hominis canidae/altnewspaper.

“asa”, gustavo galo [com ava rocha]
“casa vazia”, isaar
“filho de santa maria”, estrelinski e os paulera
“inconcluso”, anelis assumpção
meio dia”, filarmônica de pasárgada
“na menina dos meus olhos”, márcia castro [com mayra andrade]
“não acorde o neném”, moreno veloso
“partículas de amor”, lucas santtana
pedra de sal”, alessandra leão
“queimando a língua”, juçara marçal
retrato na praça da sé”, tom zé [com kiko dinucci]
“rosália”, pipo pegoraro
“sem sol”, russo passapusso [com anelis assumpção]
“tupitech”, celso sim
“vozes invisíveis”, graveola


o último bloco é mais rock, mais pop, mais um lance mpb esquema novo, ou não, já que tem carlinhos brown, guilherme arantes, uma instrumental eletrônica e canção com letra em inglês... enfim, tudo uma grande e brasileiríssima confusão. destaques desse bloco vão para “não vai dominar”, “descompasso” e “mais ninguém”.

“bote ao contrário”, o terno
climb the stairs”, barbara eugênia & chankas
“como é que a gente se ajeita”, fino coletivo
“descompasso”, fábio trummer
feio”, naná rizinni
lobo”, salgueirinho
“mais ninguém”, banda do mar
“não vai dominar”, adriano cintra [com guilherme arantes]
“novas auroras”, nação zumbi
o teu calor”, superlage
“onde somos um”, tatá aeroplano [com barbara eugênia]
“padê digital”, sacassaia
trapaça”, holger
“vc, o amor e eu”, carlinhos brown [com quésia luz]
“vou vagar meu bem”, galego
“zonzon”, saulo duarte e a unidade

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