e acompanhada de uma puta banda (guilherme kastrup, rodrigo campos, rafa barreto, marcelo cabral e da lua com metais e sopros do bixiga 70 e quarteto de cordas) e uns arranjos tão fiéis ao disco, um dos grandes desse ano, quanto potentes ao vivo. tudo também muito paulistano, tirando beleza e urgência de sujeiras e distorções.
além das músicas inéditas, quatro de seu passado: a já clássica "a carne" (seu jorge, marcelo yuka e ulisses cappelletti), uma arrepiante "malandro" (jorge aragão) e, nos bis, "volta por cima" (paulo vanzolini) e "pressentimento" (elton medeiros).
ela disse, do alto de seus 78 anos, que queria um disco com sexo e negritude. não só conseguiu, em disco e no show, como foi além mostrando que a atual fragilidade física não é páreo pra sua energia inquieta de artista mulher negra.
e foi lindo vê-la feliz sendo aplaudida de pé em vários momentos e amada de muitas formas em um show absolutamente arrebatador, de abrir sorrisos e chorar repetidas vezes (eu chorei pelo menos duas vezes, carolina outras tantas), de pensar e se incomodar, de se enroscar e ser repelido(a). foi um show tipo viver mesmo, no que tem de mais lindo e perturbador. elza soares da vida, diria itamar assumpção. e que bom, que importante, que a gente tenha percebido que temos muita sorte de ter e ser elza.
p.s.: acho, só acho, que teria sido muito foda ela cantar "elza soares" do itamar assumpção.
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