terça-feira, 11 de abril de 2017

zé ed, o release

o release que fiz pro disco da cantora héloa, no segundo semestre do ano passado, abriu caminho para uma nova safra de frilas-release e nessa toada nasceram outros três que publicarei aqui conforme os discos forem lançados. daí que o disco de estreia do zé ed já está por aí, tanto fisicamente quanto nas plataformas de streaming [spotify, deezer, google play, itunes, etc]. mais uma bela surpresa que me caiu no colo e nos ouvidos. disco doce, delicado mesmo, e lindamente cantado e arranjado.



ZÉ ED

Entre a dança e a doçura, entre a rua e o suor, entre o amor e o Sol, entre cangotes e encontros, assim caminha o canto de Zé Ed. Mais conhecido por ser uma das vozes do Tarado Ni Você, um dos blocos mais disputados do carnaval de rua paulistano, o cantor e compositor lança seu disco de estreia com aquela segurança louca de quem ama o que faz e com aquela alegria de quem tem muito a dizer. 

E Zé Ed diz muito em seu canto autoral, talvez porque tenha levado uma década para amarrar o conceito de sua estreia e reunir as composições [todas as 11 músicas do disco são dele ou em parceria]. 

Na faixa que abre o disco, “Transa”, o artista paulistano começa apoiado por um naipe de metais e logo estabelece um diálogo vibrante entre arte, dança e pessoas. Já na segunda música, a dedilhada “Do vento”, um tanto de melancolia toma conta de sua voz [ou doçura, ou uma união de ambas] e essa alternância entre climas permeia todo o disco. 

“Bonde da vida”, a única não inédita do disco [foi lançada como ‘single’ em 2015 e tem participação do grupo Batakerê], tem um quê de amores carnavalescos de ladeiras olindenses e é pop e tropicalista ao mesmo tempo. “Delírio” [part. Simone Julian e Clara Bastos ] e “Confesso” são canções tranquilas sobre o amor, suas idas e vindas, e sua permanência apesar dos solavancos da vida. Afinal de contas, “o que fica do amor é joia rara”.



E a vida segue complexa e cheia de voltas na faixa “Tudo em movimento” [part. Ricardo Herz], pois começa como balada para depois crescer epicamente no refrão. Vida muda todo tempo, não para, tem alegrias e tristezas e vice-versa. Daí que Zé Ed não aguenta ficar parado também, quer tudo sempre em movimento. Mas uma coisa não tem saída, do coração não se escapa, e “Condição do amor” [part. Tati Abdo e Paulo Neto] é outra canção de quem não quer [e nem pode] fugir dos sentimentos. 



“Pro futuro” [part. Irlana Maia] é uma festa para quem espera sempre mais e melhor do que vem pela frente. É aquela canção amiga que pega pelo braço e te leva pra dançar na rua. “Assunta” é um outro lado da festa, é aquele início lento de procuras e descobertas. E enquanto o disco vai chegando ao fim, Zé Ed ainda tem fôlego para sacar mais duas belezas: “Preciso ir” [part. Rubi], um xote sobre o desapego, e “Verão na cidade”, uma marchinha urbana sobre como ocupar afetivamente a rua com alegria, amor, loucura e esperança [no dicionário essa seria a melhor definição para “carnaval”].



Produzido por Luiz Gayotto, Estevan Sincovitz e Guilherme Kastrup, a estreia de Zé Ed é daqueles sopros bons que a música popular brasileira continua nos brindando ano após ano. É aquela voz tranquila e amiga que chega perto e diz que vai ficar tudo bem, vamos lá, vem comigo.

Nenhum comentário: