após os discos
gringos é a vez do produto interno bruto e esse ano a nacional também está
um pouco menor. como sempre destacarei, em blocos, os preferidos pessoais
dentre a lista maior de 60 lançamentos.
a criação de canções, essa instituição brasileira, continua
muito bem obrigado. de São Paulo vieram Anelis Assumpção com seu Taurina e Maurício Pereira e o Outono no Sudeste. Anelis vem criando
com muito tato e discrição uma belíssima carreira, autoral e pop, e Taurina talvez seja o melhor retrato
(até agora) do muito que é capaz (o pai Itamar deve estar tão orgulhoso). enquanto
isso, Pereira, velho conhecido da casa, segue mestre total da crônica urbana
paulistana e de suas cruas delicadezas.
nesse bloco de canções as surpresas vieram do capixaba
Juliano Gauche e do pernambucano Mestre Anderson Miguel. Gauche é artista que
acompanho faz um tempinho e até já apareceu em listas passadas, mas nunca me
pegou de jeito, faltava alguma coisa. Afastamento,
que produziu em parceria com Fernando Catatau, é um disco poderoso, romântico,
pop e psicodélico. Anderson Miguel, por outro lado, está no registro da música
popular tradicional da Zona da Mata pernambucana, mas a produção de Siba, as
participações de Juçara Marçal, Beto Villares e Jorge Du Peixe e sua própria
juventude (o mestre tem apenas 22 anos!) fazem de Sonorosa uma moderna revisão das próprias raízes.
então vem o rap, o gênero mais inquieto, inclusivo, diverso
e punk de todos (tanto aqui quanto no resto do mundo). nessa seara o baiano
Baco Exu do Blues está dominando os holofotes e listas do ano com seu Bluesman, disco mais complexo em
sonoridades que sua estreia em Esú, mas também com mais autoreferências, o que pode ser um problema no
futuro (até quando se sustenta um universo umbigo?). vale também destacar a malandragem mineira de Djonga em O Menino que Queria Ser Deus, a
psicodelia futurista de Edgar em Ultrassom
(produzido por Pupillo), as jovens misturas do grupo capixaba Solveris em Vida Clássica e a ousadia conceitual e
produção esmerada do veterano Marcelo D2 em Amar é Para os Fortes.
foto de João Wainer na capa de Bluesman de Baco Exu do Blues
e tem medalhões também. Caetano convocou os filhos Moreno,
Zeca e Tom Veloso para uma série de shows e daí surgiu o belíssimo Ofertório, cujo repertório costura
habilmente produções dos filhos com alguns clássicos do pai. tal qual Caetano, Elza
Soares continua cercada de outras gerações (mais novas, claro) e interesse
afiado no presente, daí que seu mais recente Deus é Mulher pode não ter o peso e a surpresa do antecessor A Mulher do Fim do Mundo, mas Elza tem
o que dizer e cantar e muita força em tudo que faz. e não é que Erasmo Carlos
fez praticamente o mesmo no belo Amor é
Isso. sob produção de Pupillo, o Tremendão se reuniu a outras gerações
tanto nas composições quanto em participações [Emicida, Marcelo Camelo, Nando
Reis, Marisa Monte, etc], mas todos e todas lidando com o romantismo gigante
gentil que é a sua marca. nesse bloco, menção honrosa para o excelente Jah-Van - Djavan Goes Jamaica, produção
de BiD e Fernando Nunes que pegou parte do cancioneiro de Djavan e injetou
reggaes, skas e dubs com auxílio de figuras como Criolo, Fernanda Abreu,
Arnaldo Antunes, Rincon Sapiência, Zeca Baleiro, Black Alien, Ivete Sangalo e
Seu Jorge.
da música popular brasileira ao pop propriamente dito é um
pulo e aqui vale destacar o finíssimo pagodão eletrônico soul do baiano
ÀTTØØXXÁ em Luvbox, o pancadão veloz
do Heavy Baile em Carne de Pescoço e
as diversas faces do pop brasileiro de Iza em Dona de Mim e Pabblo Vittar em Não Para Não (que mesmo mais estudado e
menos espontâneo que o anterior, Vai
Passar Mal, é bem acima da média).
chegando ao fim dos destaques, é a hora dos instrumentais. 2018 trouxe mais um disco potente do grupo paulistano Bixiga 70 em Quebra Cabeça, o retorno das experimentações dos pernambucanos d’A Banda de Joseph Tourton em A Banda de Joseph Tourton e a diversão multigênero do projeto The Universal Mauricio Orchestra, que reuniu pela primeira vez uma ruma de Mauricios (tem Mauricio Pereira e Mauricio Fleury, do Bixiga 70, e ainda Mauricio Badê, Mauricio Bussab, Mauricio Tagliari e Mauricio Takara).
chegando ao fim dos destaques, é a hora dos instrumentais. 2018 trouxe mais um disco potente do grupo paulistano Bixiga 70 em Quebra Cabeça, o retorno das experimentações dos pernambucanos d’A Banda de Joseph Tourton em A Banda de Joseph Tourton e a diversão multigênero do projeto The Universal Mauricio Orchestra, que reuniu pela primeira vez uma ruma de Mauricios (tem Mauricio Pereira e Mauricio Fleury, do Bixiga 70, e ainda Mauricio Badê, Mauricio Bussab, Mauricio Tagliari e Mauricio Takara).
fechando com chave de ouro os destaques da lista, dois
discos “infantis” muito especiais: Guitarrada
para Bebês, uma produção do guitarrista Félix Robatto (La Pupuña e Gaby
Amarantos) que refaz hits paraenses em tom doce de caixa de música, e Iaiá e Os Erês, no qual Iara Rennó cria
todo um mundo mágico com influências negras e indígenas, participações de
Moreno Veloso, Andreia Dias e Luz Marina, e canções feitas em parcerias com
crianças.
segue então a lista completa e em ordem alfabética com links para os discos inteiros no Spotify ou YouTube.
segue então a lista completa e em ordem alfabética com links para os discos inteiros no Spotify ou YouTube.
A Banda de Joseph Tourton - A
Banda de Joseph Tourton
A Banda dos Corações Partidos - Desamor
Alice Caymmi - Alice
André Abujamra - Omindá
Anelis Assumpção - Taurina
Arnaldo Antunes - RSTUVXZ
ÀTTØØXXÁ - Luvbox
Baco Exu do
Blues - Bluesman
Bixiga 70 - Quebra
Cabeça
BK' - Gigantes
Cacá Machado - Sibilina
Caetano, Moreno, Zeca e Tom Veloso - Ofertório
[Ao Vivo]
Café Preto - Oferenda
Carne Doce - Tônus
Cordel do Fogo Encantado - Viagem
ao Coração do Sol
Daniel Groove - Levante
Diomedes Chinaski - Comunista
Rico
Djonga - O
Menino que Queria Ser Deus
Drik Barbosa - Espelho
Duda Beat - Sinto
Muito
Edgar - Ultrassom
Elza Soares - Deus
é Mulher
Erasmo Carlos - Amor
é Isso
Félix Robatto - Guitarrada
para Bebês
Froid - Teoria
do Ciclo da Água
Gal Costa - A
Pele do Futuro
Gilberto Gil - OKOKOK
Gui Amabis - Miopia
Heavy Baile - Carne
de Pescoço
Iara Rennó - Iaiá
e Os Erês
Illy - Vôo
Longe
Inquérito - Tungstênio
Iza - Dona
de Mim
Juliano Gauche - Afastamento
Karol Conká - Ambulante
Kassin - Relax
Laura Lavieri - Desastre
Solar
Luiza Lian - Azul
Moderno
Mahmundi - Para
Dias Ruins
Marcelo Cabral - Motor
Marcelo D2 - Amar
é Para os Fortes
Maria Beraldo - Cavala
Mauricio Pereira - Outono
no Sudeste
Mestre Anderson Miguel - Sonorosa
Mundo Livre SA - Dança
dos Não Famosos
Pabblo Vittar - Não
Para Não
Quartabê - Lição
#2: Dorival
Raphão Alaafin - A
Gosto
Saulo Duarte - Avante
Delírio
SDDS - SDDS
Silva - Brasileiro
Solveris - Vida
Clássica
Tatá Aeroplano - Alma
de Gato
The
Universal Mauricio Orchestra - The
Universal Mauricio Orchestra
Totonho e os Cabra - Samba
Luzia Gorda
Verônica Ferriani - Aquário
Wado - Precariado
Um comentário:
Thank you so much for the detailed article.Thanks again.
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