quarta-feira, 1 de setembro de 2010

rê bordosa, a morta viva

eu ainda não tinha assistido dossiê rê bordosa (2008), de césar cabral, até domingo passado quando passou antes do longa reflexões de um liquidificador (2010), de andré klotzel. foi surpresa boa porque tem sido coisa rara ir ao cinema - e ainda fui acompanhado de meu pai, em passagem relâmpago por são paulo. bem divertido, o curta é um falso documentário em forma de animação que tenta entender porque angeli matou sua memorável personagem lá em 1987, com direito a depoimentos impagáveis do próprio, de ex-mulher e amigos como laerte e toninho mendes (fora uma narração no melhor estilo o bandido da luz vermelha, paulo césar pereio como bibelô e los pirata na trilha). só hoje vi que está no youtube há quase um ano (em duas partes). é isso, camarão que dorme a onda leva. segura.





mais um ótimo making of.



o pessoal do dossiê rê bordosa está pra lançar uma nova animação, tempestade. já tem um trailer e é bem bonito. só esse mar...



p.s.: e reflexões de um liquidificador? klotzel é um cineasta que gostaria de ver mais. pensar que em três décadas ele dirigiu apenas quatro longas é de doer. seu a marvada carne (1985) é uma comédia das mais críticas e dramáticas do cinema brasileiro. de capitalismo selvagem (1993) não lembro muita coisa, além de josé mayer achando que é índio e uma certa (e compreensível) estranheza. memórias póstumas (2001) é uma das melhores adaptações de machado de assis (e o diretor fez ainda um curtas genial, brevíssima história das gentes de santos, de 1996). e aí vem esse despretensioso, e absolutamente paulistano, liquidificador. comédia de humor negro, ligeiramente melancólica, o filme é daqueles que bate diferente. vai crescendo na memória, surpreendendo a cada lembrança. e tem um elenco forte com ana lúcia torre, aramis trindade, selton mello (a voz do liquidificador), fabíula nascimento e o saudoso marcos cesana. se pintar uma chance, assista, afinal não deve durar muito nos cinemas.

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