quarta-feira, 11 de março de 2009

mano de dios

esporte não é o meu forte. é o meu fraco, aliás. futebol então... até já gostei de jogar, mas acho que nunca gostei de torcer. nem quando achava que torcia (flamengo). aí o futebol foi sumindo, virando piada, indignação, preguiça, sendo aquela emoção intensa apenas em nélson rodrigues, o ultraromântico da pequena área. quer dizer, procuro saber coisa ou outra pra ter assunto na segunda, chutar o vencedor, debochar de quem perdeu. e eu, tranquilão, só jogando amendoim. daí anteontem assisti maradona by kusturica... sou fã do sérvio de muito tempo (underground, pra mim, é um dos melhores de todos os tempos), mas convenhamos que ele não tem cancha de documentarista e fez um assumido filme de amigo-fã (ou vice-versa). tudo bem. assumiu? já ganha ponto. e kusturica procura entender muy sinceramente os problemas e vazios do amigo argentino dosando bom humor, sentimentos à flor da pele e muita música (sua banda, a no smoking orchestra aparece, bem como manu chao). do outro lado, o sempre sincero, articulado e passional maradona dá show. é personagem grande demais (no filme, ele afirmar ser um ator... de sua própria vida). índio, pobre, revolucionário, forte, fanfarrão, amoroso, fraco, gênio, louco, engajado, honesto, etc. & tal, dieguito é coisa rara. impossível não gostar e admirar um sujeito assim, impossível não entender sua paixão pelo futebol. olhaí o trailer do filme com legendas.



não, não acho que seja melhor que pelé. mas que é uma pessoa muito mais interessante, isso é. e outra... tive a impressão, e isso é apenas um chute, que os torcedores argentinos são mais apaixonados, sinceramente (e loucamente) apaixonados pelo esporte e por seus jogadores. enquanto no brasil, a relação é mais "oportunista".

p.s.: engraçado demais a existência da iglesia maradoniana. às vezes parece bom humor misturado com idolatria, mas na maioria das vezes é só coisa de sem noção mesmo. mas talvez pense assim porque sou brasileiro e não goste de futebol, vai saber...

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