terça-feira, 5 de janeiro de 2010

luto duplo, mais que duplo

sei que o ano está apenas começando e que não é uma boa ficar falando de tristezas, mas é que fiquei sabendo da morte de dois artistas que não conhecia e que adorei de cara (daquele tipo que a gente pensa como não conheceu antes). curioso que os dois tem um quê cigano. explico. primeiro, uma moça: lhasa de sela, que morreu em 1º de janeiro com apenas 37 anos vítima de um câncer de mama. filha de um professor e uma fotógrafa, hippies e nômades até a medula, lhasa nasceu no estado de nova york, mas cresceu no méxico e depois de muitas andanças fixou residência no canadá. cantava triste e docemente em espanhol, francês e inglês e lançou três discos: la llorona (wea, 1999), the living road (nettwerk, 2003) e lhasa (nettwerk, 2009). lhasa também suingava bonito como se vê e ouve nessa versão ao vivo de "love came here", terceira faixa de seu último disco. aliás, muito bem filmada por vincent moon (do la blogotheque).



pouco depois, no dia 4, foi a vez de sandro, ou sandro de américa como também era conhecido. considerado um pioneiro do rock argentino, o cantor não resistiu a um transplante de coração e pulmões e morreu aos 64 anos. nem suspeitava que ele era o autor de um dos clássicos de sidney magal, "tenho" (originalmente "tengo"), e uma influência assumidíssima (também era um "gitano"). com mais de quatro décadas de carreira, sandro começou como um rebolante elvis presley latino, mas depois tornou-se um cantor de baladas românticas (lembrou de roberto carlos? pois então), fez muito sucesso e chegou a lotar o madison square garden na década de 1970 (foi o primeiro artista latino a conseguir tal feito). ouça agora a extraordinária "penumbras", lançada originalmente em 1969.



fiquei sabendo de lhasa e sandro via thiago petit.

p.s.: e ainda no quesito tristeza, a velha história das chuvas de fim de ano fez mais vítimas e causou outras destruições em inúmeras cidades, mas a tv dá apenas destaque ao caso angra dos reis (sem desmerecer as dores de tantas famílias, mas um monte de bacana tem casão por lá, não é mesmo luciano huck?). pessoalmente senti mais pela destruição maciça de são luiz do paraitinga, cidade simpática, histórica e com um carnaval de rua famoso e festivais de música. passei por lá uns três anos atrás após um reveillon em cunha (que ficou ilhada agora). o desabamento da centenária matriz da cidade, que teve 80% de sua área inundada, é de cortar o coração. saiba como fazer sua parte no blog ajude são luiz do paraitinga. ah, e lá no twitter nasceu o projeto enchentes, capitaneado por cristiana soares, que tem "o objetivo de prestar serviços de informação e de conexão às cidades e pessoas que vêm enfrentando as enchentes dos últimos dias". rede social é (também) pra isso.

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