quarta-feira, 8 de abril de 2009

em se plantando, tudo dá

coisas estranhas acontecem neste país. na segunda, dia 6 de abril, o jornalista cláudio júlio tognolli escreveu no site do consultor jurídico um texto sobre "a lista dos jornalistas perseguidos pelo delegado federal protógenes queiroz". no melhor estilo veja-de-jornalismo, tognolli - que era um cara que eu admirava, um jornalista meio gonzo que escreveu o ótimo livro mídia, máfias e rock'n'roll - saiu disparando que 25 jornalistas de renome foram acusados pelo "destemperado" delegado de fazer parte de uma conspiração pró-daniel dantas (dentre eles, quatro da carta capital, incluindo o próprio mino carta que, oras bolas, vivia chamando o banqueiro de "orelhudo").

tal matéria, obviamente, repercutiu rapidamente por esses dias. o "furo" do tognolli (sem duplo sentido, por favor) é baseado em arquivos encontrados no computador do delegado e que não passam de anotações feitas a partir de escutas telefônicas autorizadas legalmente. protógenes pode ter cometido arbitrariedades na investigação sobre dantas, e sobre suas ligações cada vez mais claras com alguns setores da imprensa, mas aí é assunto pra justiça. no mais, o delegado está investigando e não julgando.

só que essa lista foi o bastante pr'um monte de gente berrar que estamos vivendo em um estado policial (onde? meu deus, onde?). para a surpresa de muitos e minha também, até o pedro dória caiu na esparrela do consultor jurídico e, mesmo tendo percebido que se precipitou, ainda não se desculpou (mas publicou na íntegra um e-mail do luiz antônio cintra, um dos "grampeados" da carta capital, que lhe passou uma civilizada descompostura). por outro lado, o idelber colocou a faca nos dentes e saiu descontruindo a tese escalafobética de estado policial.

onde está a verdade? existe um lado certo e outro errado? muito provavelmente não. mas algumas coisas podem ser afirmadas sem medo: 1) existem jornalistas que recebem grana para dar notícias e furos favoráveis a negócios de outrem (daniel dantas, por exemplo); 2) só do jornalista (ou qualquer pessoa) falar com um "suspeito" não o faz cúmplice; 3) o consultor jurídico não é confiável; 4) as cortinas de fumaça vem surtindo efeito e as investigações sobre os negócios de dantas vem sendo jogadas para escanteio; 5) quem acredita em estado policial, em tempos de lula, bom sujeito não é.

e a novela brasil continua.

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