terça-feira, 29 de janeiro de 2013

yahoo #62

meio nonsense (ou não) esse texto do yahoo sobre música popular brasileira, cavalos, a derrocada do macho moderno, etc. e tal. e tudo teve início com o vídeo que tá lá no pé do post. agora, lá no ultrapop, "as charges e a dor".




MÚSICA POPULAR DE CAVALGAR

Você não sabe que a cavalo dado não se olham os dentes? Pois então, lugares comuns equinos não faltam à música popular brasileira. Primeiro vieram os reais cantados pelo caipira/gaúcho/sertanejo, tais como “Cavalo Baio” (Brinquinho & Brioso), “Cavalo Preto” (Palmeira & Luisinho), “Como é Burro o Meu Cavalo” (Bob Nelson), “Cavalo Zaino” (Raul Torres & Florêncio), “Cavalo Enxuto” (Jacó & Jacózinho) e “Cavalo Crioulo” (Luiz Gonzaga).

Mas a partir dos anos 1970, o cavalo ganhou diferentes usos na música popular, desde a viagem mística-suingante-elétrica de “Cavaleiro do Cavalo Imaculado” (Jorge Ben) até o revisionismo regionalista de crítica social de “Ventania (De Como um Homem Perdeu Seu Cavalo e Continuou Andando)” (Geraldo Vandré), passando pela euforia de “Cavalo das Alegrias” (Marku Ribas), a liberdade de “Cavalo Bravo” (Renato Teixeira), e os delírios de “Cavalo Ferro” (Fagner) e “Cavalo de Pau” (Alceu Valença). Só que o duplo sentido acabou ganhando a batalha. Em “Cavalgada”, lançada em 1977, Roberto Carlos e Erasmo Carlos transformaram o simples ato de trotar numa explosão de sacanagens românticas (sim, isso é possível). Nada mais foi o mesmo.


Aí, meu amigo e minha amiga, quando a sacanagem entra na parada não sobra pra mais nada. Potrancas, por exemplo, se multiplicaram nos axés baianos e pancadões cariocas e encontraram com garanhões e pangarés que sumiram dos pastos para ganharem as cidades. E essa cavalgada seguiu em ritmo de festa até ser interrompida brevemente pelo sucesso, em 2003, da quase infantil “Eguinha Pocotó”, de MC Serginho (e Lacraia, in memoriam).


Hoje em dia, o cavalo se encontra numa encruzilhada. Ou vai para o brejo de vez, já que até no campo foram substituídos por Camaros, Dodges Ram e até helicópteros. Ou então fica na eterna dúvida se é dominado ou se domina como em “Vai Cavalinho” (Forró da Curtição), provável hit do verão baiano do Trio da Huanna. Certo mesmo é que estrelas mudam sempre de lugar, sua cavalgadura!



p.s.: o gatilho desse texto surgiu quando yuri de castro postou no facebook o vídeo de um casal muito bêbado dançando "vai cavalinho" em algum lugar no espírito santo. depois colocaram uma versão extendida no youtube e a parte do cavalinho começa no 5:22. coisa mais linda é ver gente feliz, né?

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