quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

de onde vem esse balanço maneiro?

um do melhores acontecimentos na internet brasileira em 2010 foi o videocast compacto. já devo ter falado durante o ano. o conceito, os artistas envolvidos, as misturas, as conversas, a filmagem... tudo de primeira linha, com pegada e bom gosto, tradição e modernidade. parabéns públicos ao trio andré passamani (produção executiva), arthur louback (diretor) e ronaldo evangelista (curador), além de toda equipe, claro. foram 13 episódios nessa primeira temporada e na sequência vieram siba & fernando catatau (cidadão instigado), gaby amarantos & catarina dee jah, lurdez da luz & kiko dinucci, tulipa ruiz & tomaz alves (profiterolis), karina buhr & teresa cristina, mateus aleluia & thalma de freitas, curumin & léo marinho (burro morto), móveis coloniais de acaju & letieres leite (orkestra rumpilezz), pato fu & érika machado, macaco bong & vitor araújo, katia b & charles gavin, frank jorge & superguidis e, naquele esquema fecho de ouro, pinduca & do amor. do repertório do lendário rei do carimbó veio “garota do tacacá” e dos jovens cariocas surgiu a autoexplicativa “isso é carimbó”. a conversa entre gerações você vê lá no compacto.





um 2011 muito feliz pro pessoal do compacto, pro povo da música brasileira e pra todos nós.

a superação é uma ilha?

um minidoc sobre o ex-polegar rafael ilha, com depoimentos de sônia abrão e um fã. precisa mais?


Documentário RAFAEL ILHA, EU ACHO A MINHA SAÍDA. from DiFiore Filmes on Vimeo

via @chicobarney.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

CORJA #10

[sons de grilos] oi? tem alguém aí? [entram cigarras no coral] ok, já entendi. final de ano, né? aliás, mais final de ano impossível. só queria avisar que o corjacast #10 tá no ar com cinco músicas bem jóias para animar seu reveillon, virada de ano, entradas, pular sete ondas e coisa e tal. depois de muito apuro conseguimos nos reunir para gravar esse último programa de um ano meio tumultuado com muito trabalho, viagens e desencontros. mas tá tudo bem - dá para sentir pela bagunça da conversa fiada - e o que importa é que o som não pode parar e 2011 tá logo ali depois da curva.

e os sons? tem barbara eugênia ("sinta o gole quente do café que eu fiz pra ti tomar"), cabruera ("doce de coco"), brazilian girls ("ricardo"), stromae ("alors on danse"), kelvis duran ("à deriva") e ao fundo da conversinha o dub latino do quantic presenta flowering inferno.

o resto do post sobre a edição #10 do corjacast está lá no blog oficial do podcast da família (disfuncional) brasileira, incluindo os videos relacionados. vai lá. mas o programa você ouve aqui também.


corjacast #10 by dafnesampaio3

domingo, 26 de dezembro de 2010

a última domingueira de 2010

uma domingueira dupla com músicas que poderiam muito bem ter entrado nas listas das 25 canções do ano, mas que chegaram aos meus ouvidos pouco depois delas terem sido fechadas (nacional e internacional). por exemplo, "section 8 city" é a faixa que encerra o mais recente trabalho de andrew bird, fingerlings 4 (gezelligheid chicago) (wegawam music co., 2010). nesse belo e climático disco ao vivo gravado em dezembro de 2009, "section 8 city" é a única cantada e nesse video abaixo, de agosto desse ano, é apresentada em toda sua delicadeza de voz, violino e loops.

ANDREW BIRD AND IAN SCHNELLER AT THE GUGGENHEIM from JOHNSON CINEMATING AND OFF SET on Vimeo

a nacional é igualmente emocionada, mas muito mais passional, nordestina, deliciosamente brega. "herói trancado" é a faixa matadora que dá nome ao ótimo terceiro disco de ortinho, o ex-vocalista da banda querosene jacaré.


sábado, 25 de dezembro de 2010

mallu por marcelo

foi lá no blog do andré dahmer (@malvados) que descobri a faceta de fotógrafo do marcelo camelo. de posse de uma simples e analógica lubitel, o hermano vai tirando fotos low tech de amigos, da família e, obviamente, de sua amada mallu magalhães.








e tem muito mais no flickr do barbudo. agora, para encerrar o post, música e clipe inéditos de mallu. a canção se chama "sur mon coeur" e acho que tem muito a ver com essas fotos.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

feliz natal 2, a missão

e lulina, a doce pernambuco-paulistana lulina, soltou hoje pro mundo um presente natalíceo: meus dias 13 (duvaral produciones, 2010), em download gratuito, com capa/contracapa, encarte e tudo o mais. pelo que deu para entender é um disco com 13 canções inéditas gravadas (ou escritas? ou ambas?) entre alguns dias 13 do período de 13 de maio de 2009 e 13 de abril de 2010. dá um pulo lá no blog da moça para baixar todas as imagens e saber de alguns detalhes técnicos de impressão. mas na capa abaixo já tem um link que ela disponibilizou para download. vou ali ouvir e volto já.

aê, campeã!!!

dica amiga: arrume um tempinho e se perca na lulilândia. é, muy provavelmente, um dos sites mais bacanas da internet brasileira.

feliz natal e aquela coisa toda

são os votos do esforçado, via música de bolso e marcelo jeneci.



e como o natal é esse período de união e festividades decidi incluir uma faixa bônus nesse post (e tal qual o video acima, recentemente produzida). o joão brasil, em seu projeto 365 mashups, pegou "dar-te-ei" do jeneci e misturou com "maria gasolina", hit da primeira formação do bonde do rolê. ho-ho-ho.

Dar-Te-Ei Gasolina (João Brasil) by joaobrasil

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

os 25 discos nacionais de 2010

finalizo a retrospectiva musical do ano com a lista que mandei pra rolling stone brasil com os 25 melhores discos nacionais. tem uma singela mudança: apesar de ser muito bom, achei sacanagem colocar o disco ao vivo do arnaldo antunes entre os melhores, e não um de inéditas, portanto em seu lugar entrou o excelente e pouco ouvido terceiro trabalho do ortinho. sem mais delongas (e sempre em ordem alfabética)...

4 loas (mais brasil música), de marku ribas
a banda de joseph tourton (independente), d’a banda de joseph tourton
amigo do tempo (independente), de mombojó
azul e vermelho (yb music), de nina becker
baiana system (independente), de baiana system
caixa preta (selo sesc), de itamar assumpção
calavera (punx records/trama), de guizado
délibáb (núcleo contemporâneo), de vitor ramil
do amor (oi música), do amor
efêmera (yb music), de tulipa ruiz
emicídio (laboratório fantasma), de emicida
escrever-me, envelhecer-me, esquecer-me (digitalia), de messias
eu menti pra você (independente), de karina buhr
feito pra acabar (slap/som livre), de marcelo jeneci
herói trancado (mariola records), de ortinho
journal de bad (independente), de bárbara eugênia
las vênus resort palace hotel (crammed discs/st2), de cibelle
les show (independente), de los pirata
letieres leite & orkestra rumpilezz (biscoito fino), de letieres leite & orkestra rumpilezz
lurdez da luz (independente), de lurdez da luz
massarock (independente), de massarock
música de brinquedo (independente), de pato fu
seu jorge & almaz (emi), de seu jorge & almaz
sobre todas e qualquer coisas (desmonta), de m. takara 3
sucesso, dinheiro, progresso (independente), de thig

olha, o ano foi bem bom e podia facilmente colocar tulipa ruiz ou marcelo jeneci ou vitor ramil ou baiana system ou lurdez da luz ou karina buhr como o disco do ano, mas pretobrás 2 e pretobrás 3, os inéditos da caixa preta de itamar assumpção, foram surpresas boas demais para deixar passar batido; fora que a caixa dá a devida importância a um dos maiores e mais originais artistas da música popular brasileiro; e tenho dito, nego dito...

mas é claro que o brasil é mais que essa minha listinha, a produção (principalmente a independente) continua crescendo e coisa e tal. então é sempre bom lembrar de outros discos mais ou menos bacanas que foram lançados no ano, alguns que poderiam muito bem estar entre os 25 acima e de cabeça lembro de cérebro eletrônico, maquinado, chankas, gang do eletro, joão do morro, mv bill e projeto coisa fina. olha só...

a filial (
$ 1,99), o pessoal do adoniran - 100 anos, akira presidente (meu sotaque, meu flow), andré abujamra (mafaro), andreia dias (vol. 2), apanhador só (apanhador só), aretha marcos (aretha), arnaldo antunes (ao vivo lá em casa), áurea martins (de ponta cabeça), bebeto (prazer, eu sou bebeto), bodes & elefantes (behold the ice goat), bonde do maluco (vol. 5), cabruêra (visagem), caju & castanha (festival de emboladas), caldo de piaba (volume dois), carlinhos brown (diminuto), cérebro eletrônico (deus e o diabo no liquidificador), chankas (chankas), ciro pessoa (em dia com a rebeldia), clara moreno (miss balanço), d mingus (filmes & quadrinhos), diego e o sindicato (parte de nós), dj tudo (nos quintais do mundo), ecos falsos (quase), estrela ruiz leminski & téo ruiz (música de ruiz são sons), familiar (a morte), fellini (você nem imagina), fino coletivo (copacabana), gang do eletro (volume beta), garotas suecas (escaldante banda), holger (sunga), hyldon (hyldon ao vivo), joão do morro (do morro ao asfalto), joão donato (sambolero), juliana r (juliana r), leo cavalcanti (religar), lucy and the popsonics (fred astaire), luisa maita (lero-lero), mamma cadela (mamma cadela e a geração espontânea), maquinado (mundialmente anônimo), marcelo d2 (canta bezerra da silva), martinho da vila (martinho da vila canta noel rosa), miranda kassin & andré frateschi (hits do underground), mv bill (causa e efeito), naná vasconcelos (sinfonias & batuques), nando reis (bailão do ruivo), nevilton (pressuposto), nx zero (projeto paralelo), o jardim das horas (o quarto das cinzas), orquestra de berimbaus do morro do querosene (sinfonia de arame), parteum (a autoridade da razão), pata de elefante (na cidade), ponto de equilíbrio (dia após dia lutando), projeto coisa fina (homenagem ao maestro moacir santos), rashid (hora de acordar), reginaldo rossi (cabaret do rossi), renato godá (canções para embalar marujos), roberta campos (varrendo a lua), roberta sá & trio madeira brasil (quando o canto é reza), satanique samba trio (bad trip simulator #2), silvia machete (extravaganza), teresa cristina (melhor assim), the ipanemas (que beleza), thiago pethit (berlim, texas), tita lima (possibilidades), tom zé (o pirulito da ciência - ao vivo), tono (tono), trupe chá de boldo (bárbaro), vanessa da mata (bicicletas, bolos e outras alegrias), violins (greve das navalhas), wander wildner (caminando y cantando), wilson das neves (pra gente fazer mais um samba), yamandú & dominguinhos (lado b) e zéu brito (saliva-me ao vivo).

sentiram falta de alguém? nada de medalhões, né? quer dizer, apareceram aí os veteranos joão donato, wilson das neves e naná vasconcelos, mas eles são underground perto de gente como caetano, bethânia e outros (arnaldo antunes é medalhão?). mas acho que é mais uma questão de entressafra, pois caetano não lançou nada, gal continua meio parada, gil, bethânia e lulu santos vieram com discos ao vivo. de chico nem se fala... por outro lado, milton nascimento, edu lobo, djavan, zeca pagodinho e sérgio mendes apareceram com discos chatinhos. o que dá para entender disso? o independente é o novo mainstream? a ver (e ouvir).

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

as 25 canções nacionais de 2010

chegou a hora e a vez dessa coisa louca que é o brasil e a lista com 25 canções que tocaram bastante aqui nas dependências. acho que são músicas bem com a cara desse ano, assim diversas, independentes, divertidas, poéticas, fragmentadas e mestiças. mas antes, uma divagação.

na hora da pesquisa por videos ou audios para cada uma das 25 músicas me dei conta de um vazio audiovisual. como quase todas são de artistas independentes, sem grandes gravadoras para bancar seus clipes, o pouco registro em video que existe vem de shows (e a maioria com imagens captadas precariamente). existem clipes, e ótimos, mas a produção é muito pequena diante de tanta música (mas talvez isso seja histórico e eu, bobão, só pensei nisso agora; ou então até as majors puxaram também o freio de seus poucos artistas).

então é sempre bom agradecer a quem, nos últimos anos, vem produzindo com frequência e qualidade um importante registro visual da música popular brasileira desses tempos. nome aos bois: os veteranos do showlivre, o televisivo pelas tabelas, oi novo som, veja música, e os acima-da-média música de bolso e o videocast compacto. esqueci alguém? tem uma outra coisa que pensei ao rever essa lista: a ausência de medalhões. mas disso falarei no próximo post, o dos 25 discos nacionais. som na caixa.

1. “after work ganja”, de a banda de joseph tourton



2. “amarelasse”, de mini box lunar



3. “antimonotonia”, de mombojó



4. “avenida contorno”, de messias



5. “bravo mar”, de fino coletivo



6. “brocal dourado”, de tulipa ruiz



7. “cama”, de cérebro eletrônico



8. “elegância”, de rincon sapiência




9. “felicidade”, de marcelo jeneci [part. laura lavieri]



10. “i love quebrada”, de emicida



11. “lado b do jornalista”, de joão do morro



12. “mango”, de vitor ramil



13. “mi right number”, de los pirata



14. “minha mulher não deixa não”, de reginho



15. “oxe, como era doce”, de baiana system



16. “panamericano”, de gang do eletro



17. “pepeu baixou em mim”, do amor



18. “plástico bolha”, de karina buhr [e nesse video, especificamente, acompanhada de teresa cristina]



19. “pó da rabiola”, de andreia dias



20. “rei da cocada”, de m. takara 3



21. “skatephaser”, de guizado [part. céu]




22. “todo esse tempo”, de bnegão



23. “tropeços tropicais”, de maquinado [part. lurdez da luz]



24. “tudo cabe num beijo”, de seu jorge & almaz



25. “ziriguidum”, de lurdez da luz [part. rodrigo brandão]

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

os 25 discos gringos de 2010

já que o assunto é o que o pessoal lá fora anda fazendo, o que estou ouvindo e gostando, sigo na retrospectiva de 2010 - que começou com as melhores músicas - e publico agora a lista que mandei pra rolling stone brasil com os meus 25 melhores discos do ano. e é aquilo: tem disco bão que não dá uma canção foda e tem disco foda que não dá uma canção boa.

a sufi and a killer (warp), de gonjasufi
bad bad things (heavenly sweetness), de blundetto
ben l'oncle soul (motown), de ben l'oncle soul
brothers (nonesuch), de the black keys
distant relatives (def jam), de nas & damian marley
dog with a rope (tru toughts), de quantic presenta flowering inferno
earthology (now-again records/stones throw), the whitefield brothers
good things (stones throw), de aloe blacc
i learned the hard way (daptone records), de sharon jones & the dap-kings
i’m new here (xl), de gil scott-heron
it’s happening (emi/virgin), de lcd soundsystem
lp 4 (xl), de ratatat
man on the moon 2: the legend of mr. rager (universal motown), de kid cudi
maya (interscope/lab 344), de m.i.a.
mulatu steps ahead (strut), de mulatu astatke
my beautiful dark twisted fantasy (universal motown), de kanye west
plastic beach (emi), de gorillaz
pop negro (young turks), de el guincho
shut up, dude (mishka/greedhead), de das racist
sir lucious left foot: the son of chico dusty (def jam), de big boi
the archandroid (warner), de janelle monáe
the lady killer (elektra), de cee-lo green
the suburbs (universal), de arcade fire
to all my friends: blood makes the blade holy (rhymesayers), de atmosphere
wake up (sony), de john legend & the roots

mas cá entre nós, e vou falar baixinho, como um segredo mesmo: diria que a estreia do francês blundetto foi o melhor disco de 2010. é coisa rara ouvir um disco no qual todas as faixas (no caso, 12) são absolutamente matadoras (ou lindas, divertidas, alegres, dançantes ou melancólicas também um pouco, dependendo do ponto de vista). é isso, corra!

mas 25 é pouco, é pouco e não tem jeito, principalmente quando o assunto é esse mundão aí. porque tem muito mais rolando e sempre fica gente de fora. então vale lembrar ainda de... e sempre em ordem alfabética...

o encontro de cuba e mali do disco afrocubism, alborosie (escape from babylon to the kingdom of zion), amanda palmer (performs the popular hits of radiohead on her magical ukulele), andrew bird (fingerlings 4), andreya triana (lost where i belong), ariya astrobeat arkestra (ariya astrobeat arkestra), asa (beautiful imperfection), bajka (in wonderland), balkan beat box (blue eyed black boy), baloji (kinshasa succursale), belleruche (270 stories), berry weight (music for imaginary movies), bibi tanga & the selenites (dunya), bill frisell (beautiful dreamers), os vários artistas do disco black man's cry - the inspiration of fela kuti, black milk (album of the year), bonobo (black sands), brad mehldau (highway rider), bruno mars (doo-wops & hooligans), bryan ferry (olympia), caro emerald (deleted scenes from the cutting room floor), chicago underground duo (boca negra), chico mann (analog drift), clutchy hopkins (the story teller), cypress hill (rise up), dinner at the thompson's (off the grid), dubmatix (system shakedown), ebo taylor (love and death), egyptian hip hop (some reptiles grew wings), el remolón (pangeatico), eli “paperboy” reed (come and get it!), erykah badu (new amerykah part 2: return of the ankh), femi kuti (africa for africa), flying lotus (cosmogramma), free moral agents (control this), galactic (ya-ka-may), georgia anne muldrow (kings ballad), gogol bordello (trans-continental hustle), gotan project (tango 3.0), grinderman (grinderman 2), herbie hancock (the imagine project), hidden orchestra (night walks), hindi zahra (handmade), hot chip (one life stand), hypnotic brass ensemble (the heritage), igor boxx (breslau), jamie lidell (compass), josé james (blackmagic), kidz in the hall (land of make believe), kings go forth (the outsiders are back), kings of leon (come around sundown), konono nº 1 (assume crash position), kormac (word play), lee “scratch” perry (revelation), lloyd miller & the heliocentrics (lloydmiller & the heliocentrics), macy gray (the sellout), marc ribot (silent movies), mark ronson & the business intl (record collection), mayra andrade (stória, stória...), mike patton (mondo cane), monophonics (into the infrasounds), nouvelle vague (couleurs surparis), oh no (dr. no's ethiopium), onra (long distance), orchestre poly-rythmo de cotonou (echos hypnotiques), orgone (cali fever e killion vaults), ozomatli (fire away), paolo conte (nelson), pawn shop (pawn shop), pigeon john (dragon slayer), quincy jones (q soul bossa nostra), rakaa (crown of thorns), rhymefest (el che), rjd2 (the colossus), roots manuva meets wrong tom (duppy writer), sade (soldier of love), saravah soul (culturaimpura), shawn lee (into the wind, sing a song e hooked up classics), ska cubano (mambo ska), slum village (villa manifesto), smokey bandits (debut), snoop dogg (more malice), space invadas (soul:fi), streetlight manifesto (99 songs of revolution vol. 1), stromae (cheese), the bad plus (never stop), the bamboos (the bamboos 4), the budos band (the budos band 3), the dead weather (sea of cowards), the eternals (approaching energy field), the last electro-acoustic space jazz & percussion ensemble (miles away), the roots (how i got over), the simonsound (reverse engineering), travie mccoy (lazarus), tribeqa (qolors), trombone shorty (backatown), vampire weekend (contra), wale (moreabout nothing), william parker organ quartet (uncle joe's spirit house) e woima collective (tezeta).

às vezes não acredito que ouvi tudo isso (fora os que não gostei, fora os nacionais). e ainda tem gente besta que reclama que "no meu tempo era melhor"...

as 25 canções gringas de 2010

então, a rolling stone brasil me pediu mais uma vez para participar da lista de melhores do ano: discos nacionais e internacionais, canções nacionais e internacionais. 25 menções em cada categoria e um mar de gente envolvida. vou começar então a postar as minhas preferidas do ano, começando com as melhores canções internacionais. bem, muita coisa ficou de fora, um tanto porque não gosto de colocar mais de uma música por artista (o que em alguns casos é bem injusto) ou então porque nessas listas privilegio as canções (cantadas) e algumas maravilhas instrumentais ficam de fora (lembro agora de cabeça de faixas dos discos do orgone, gonjasufi, clutchy hopkins, ratatat e do ariya astrobeat arkestra) ou simplesmente pelo momento (porra, sobraram paradinhas bacanas do alborosie, baloji, ben l'oncle soul, shawn lee, chico mann, gorillaz, jamie lidell, kid cudi, m.i.a., macy gray, ska cubano, etc). escolhas, escolhas. detalhe: muitas já passaram com seus clipes durante o ano pelo esforçado e para não repetir colocarei os que ainda não apareceram (o resto vai na base do link pro meu post original e tem ainda algumas poucas que não possuem videos). lembrando que algumas destas estão para download na mixtape 12 músicas e um segredo”. enfim, segue então o ano em 25 músicas gringas na ordem alfabética. segura essa, berenice!

1. “a town called obsolete”, de andreya triana



2. “alors on danse”, de stromae



3.
“americareful”, de atmosphere



4. “as we enter”, de nas & damian marley




5. “drunk girls”, de lcd soundsystem



6. “ek shaneesh”, de das racist



7. “fm tan sexy”, de el guincho




7. “fuck you”, de cee-lo green




9. “hard times”, de john legend & the roots


10. “holiday”, de vampire weekend



11. “hustle blood”, de big boi [part. jamie foxx]




12. “i know that he's mine”, de caro emerald



13. “i learned the hard way”, de sharon jones & the dap kings [com participação especial, no video, do grande lee fields]




14.
“i wanna rock (the kings g-mix)”, de snoop dogg [part. jay-z]



15. “me and the devil”, de gil scott-heron



16. “miss fortune”, de aloe blacc




17. “monster”, de kanye west [part. jay-z, nicki minaj e rick ross]



18. “native”, de egyptian hip hop


19. “rococo”, de arcade fire


20. “sun is on my side”, de gogol bordello


21. “te pico el yaibi”, de quantic’s flowering inferno


22. “tighten up”, de the black keys

23. “tightrope”, de janelle monáe [part. big boi]


24. “voices”, de blundetto [part. hindi zahra]


25. “window seat”, de erykah badu

domingo, 19 de dezembro de 2010

muito antes do wikileaks

no post "saudades de bill sienkiewicz" falei do álbum em quadrinhos brought to light (1988), uma parceria genial e altamente politizada do desenhista americano com o roteirista inglês alan moore. é a história da c.i.a. desde sua fundação no final da década de 1940 até meados dos anos 1980. uma história aterrorizante de crimes mundiais, sem tirar nem por. já tinha colocado um link com todas as páginas devidamente scanneadas, mas qual não foi minha surpresa quando achei um áudio do próprio alan moore narrando brought to light. foi lançado em cd no ano de 1998 com produção e composições de gary lloyd (e basta clicar na imagem abaixo para baixar o dito).

sábado, 18 de dezembro de 2010

zé colméia = jesse james



via trabalho sujo.

saudades de bill sienkiewicz

meses atrás falei da saudade que bateu de ver trabalhos novos do desenhista italiano tanino liberatore (ranxerox). agora foi a vez de bill sienkiewicz me deixar esse travo amargo na garganta (saudade dá isso?). de meados dos anos 1980 até o início dos 1990, o americano era O desenhista-artista de quadrinhos. um cara que fazia obras de artes com aquele pessoal que se fantasia e sai por aí bancando herói (ou vilão). era como se o sienkiewicz fosse uma versão expressionista do norman rockwell ou um neal adams lisérgico, sei lá. acho que o conheci na sensacional minissérie elektra assassina (1986-87, roteiro de frank miller) e logo depois veio demolidor: amor & guerra (1990, roteiro de frank miller), mas também pode ter sido o contrário. ah, teve também uma inspirada adaptação de moby dick (1990) para a série classics illustrated, e sua versão de o sombra (1987, roteiro de andrew helfer).

arte de moby dick

tive com ele uma grande alegria e algumas frustrações (em termos de posse mesmo). a alegria veio na forma de brought to light (1988), que consegui comprar no início dos anos 1990 e nunca foi traduzido em português. o roteiro é de alan moore e é, basicamente, a história da c.i.a., suas ações e crimes ao redor do mundo. e tudo contado por uma violenta e falastrona águia de terno pink com muita sede de bebida e cocaína. em poucas palavras, um dos melhores quadrinhos que já li na vida (e alguma alma boa, um wikileaks da vida, scanneou todas as páginas, que estão zipadas aqui).

a águia que representa a "companhia" em brought to light

fiquei babando por sua minissérie autoral, stray toasters (1988), mas nunca tive oportunidade de comprar (muito tempo depois consegui ler e é realmente de babar, aê max valeu!). por outro lado, friendly dictators (1989) já passou pelas minhas mãos, só que na época o pão com manteiga valia mais, se é que vocês me entendem. de resto, friendly dictators é uma série de cards altamente políticos com ilustrações (retratos e charges) de alguns dos caras mais amigáveis que já passaram por esse planeta (gente como pinochet, hitler, mobutu, etc). o mesmo aconteceu com o primeiro número de big numbers (1990), uma esperada nova colaboração de sienkiewicz e alan moore. só depois vim a saber que saíram apenas dois números dos doze previstos e a minissérie ficou inacabada. e depois, sienkiewicz? a gente se perdeu, cara!

arte de big numbers

pelo que entendi em seu site oficial (que é bom, tem várias galerias de imagens e até algumas histórias inteiras) e na wikipédia o que aconteceu foi o seguinte. sienkiewicz deixou de fazer quadrinhos (até mesmo autorais) e focou em ilustrações para cinema (storyboards, posters e arte conceitual), música e publicidade, além de capas, muitas capas. lembro de me deparar, surpreso, com seu traço em cartazes para cinema e capas de discos de rappers como rza (bobby digital in stereo, 1998) e kid cudi (man on the moon: the end of day, 2009). agora em 2010 ele assinou "dark echo", animações para o site da série televisiva dexter. uma das poucas exceções quadrinísticas foi voodoo child: the illustrated legend of jimi hendrix (1995). saudades de ver histórias desenhadas por ele. por isso, para sempre lembrar aqui, separei mais algumas coisas de bill sienkiewicz (e link pra uma ótima e grande entrevista feita em 2001 pela comic book resources).

nossa contribuição para a série friendly dictators: o general humberto de alencar castelo branco (1897-1967). curioso terem escolhido ele, mais brando (aê folha de são paulo, um abraço), e não médici ou costa e silva.

capa da excelente estreia de kid cudi: man on the moon: the end of day

um coringa, que isso não faz mal a ninguém

"aposto que elektra não teve que passar por esse tipo de humilhação. mas eu não posso me vangloriar", pensa uma amarrada mulher maravilha (estudo feito em 2005 para uma possível nova parceria com frank miller, a série wonder woman - bondage).