terça-feira, 31 de agosto de 2010

all beauty must die

vamos lá, rumo aos superlativos. "henry lee", canção sobre um assassinato passional recolhida em algum lugar do meio oeste americano no século 19, é bem assim, superlativa. quer dizer, não a "original", mas gravação feita por nick cave no disco murder ballads (mute records, 1996). não sou fã de cave e conheço pouco o que ele fez antes desse disco. depois passei a seguí-lo, às vezes timidamente e outras novamente surpreso (the boatman's call, de 1997, e dig, lazarus, dig!!!, de 2008). mas é que murder ballads me pegou no contra pé ali por 1996-97. não esperava o clima, os arranjos, a força daquelas dez músicas, entre elas "stagger lee", "o'malley's bar", "the curse of millhaven" e, porra, "where the wild roses grow", aquele dueto com a kylie minogue. e "henry lee", acima de tudo. cantada por cave e pj harvey é, sem dúvida, uma das melhores músicas dos anos 1990 (só por ela dá pra perdoar toneladas de oasis, guns'n'roses, xororós). ainda é o encontro histórico, artístico e amoroso (tiveram aí um namoro intenso e breve na época) de dois grandes artistas. e pra fechar com estilo ganhou um dos melhores clipes da história dos clipes mundiais do mundo. o amor obsessivo, o desprezo, a ira, a morte e a culpa da letra ganharam ares sensuais, apaixonados, na interpretação de nick cave e pj harvey. a direção é de rocky schenk.

NICK CAVE & PJ HARVEY - Henry Lee from Gerri Sferrazza on Vimeo

p.s.: o título do post é um verso de "where the wild roses grow".

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

do lado de cá... mano brown

a tati ivanovici, jornalista, articuladora cultural e cabeça do site do lado de cá, tem passe livre nas quebradas do hip hop paulistano. só assim mesmo pra conseguir falar tão aberta e tranquilamente com mano brown, que vai discorrendo sobre produção, composição e o disco novo do racionais (mas nada de data, título, etc), além de mostrar como se monta um beat. "você não pode se isolar do mundo e fazer uma música só pra você", diz em determinado momento da segunda parte dessa entrevista (e pelo final em aberto, outras partes virão). via @Andre_Maleronka.



sexta-feira, 27 de agosto de 2010

porra, sega!


do jogo bart's nightmare (1992)

pimenta e sal a gosto

segue abaixo um perfil do claude troisgros que fiz para a revista oas (spring). infelizmente, pela correria das agendas do chef franco-brasileiro e a minha própria, a entrevista foi por email, mas acho que o resultado saiu bem honesto.

que marravilha, paulô!

A EDUCAÇÃO BEM TEMPERADA DE CLAUDE


Ele não tinha como fugir. Aliás, melhor, ele nunca pensou nisso. O destino de Claude Troisgros estava traçado muito antes da maternidade, antes até de sua existência ser cogitada na pequena Roanne, cidade bem no centro da França e às margens do Rio Loire. Nascido do mesmo berço que gerações e gerações de cozinheiros, chefs e amantes da boa gastronomia, Claude cresceu brincando entre panelas e fogões, queijos e legumes. Não podia querer outra coisa. E foi para fazer o que gosta que chegou ao Brasil há pouco mais de trinta anos. Mal sabia que fincaria raízes no país, criando família, restaurantes e misturas gastronômicas inéditas.

“Como qualquer francês, a imagem que tinha do Brasil se resumia a futebol, Pelé, Copacabana, samba, carnaval, belas mulheres, praia e sol. Enfim, o Paraíso Tropical”, explicou em entrevista exclusiva. “Naquela época não tinha pretensão alguma. Era mais o desejo de conhecer o país trabalhando no que faço bem que é cozinhar. E depois voltar para casa da família e continuar a tradição Troisgros”. Mas calma porque já chegaremos ao Brasil. Antes é bom falar da tal tradição Troisgros.
Família almoça junto todo dia

Tudo começa com o casal Jean-Baptiste e Marie Troisgros que, autodidatas na cozinha, ganharam notoriedade ao criarem um menu de pratos regionais do interior francês, tudo enganosamente simples, após se mudarem para a cidade de Roanne, em 1930. Jean-Bapstite ainda ganhou fama de polêmico na época ao sugerir que não era nenhum fim do mundo comer peixe acompanhado de vinho tinto. Os dois filhos do casal, Jean e Pierre, foram educados nesse meio, no qual tradição e experimentação sempre conviveram em harmonia. Não deu outra, os dois começaram sua educação formal no início da década de 1940, pouco depois de completarem 15 anos. Em 1957, com experiência acumulada em restaurantes premiados em toda a França, os irmãos voltaram a Roanne para assumirem o Hotel Moderne do pai Jean-Baptiste, que queria ficar mais sossegado cuidando apenas da carta de vinhos.

Foi em Roanne que Jean e Pierre Troisgros criaram, junto com o amigo Paul Bocuse em Paris, os fundamentos da nouvelle cuisine, um jeito mais leve e sofisticado de experimentar a tradição. Pelo lado familiar, Pierre se casou com a italiana Olympe e tiveram três filhos: Michel, Anne-Marie e Claude. Todos seguiram incrementando a história de uma das linhagens mais respeitadas da gastronomia mundial (entre as muitas láureas estão as cobiçadas três estrelas do Guia Michelin que o restaurante de Roanne possui desde 1968). Michel faz sua cozinha na cidade que os Troisgros colocaram no mapa, Anne-Marie em Bordeaux e Claude, bem, Claude foi para outro continente, para um país chamado Brasil.
Bonito por natureza

Em 1979, Claude aceitou o convite do veterano chef Gaston Lenôtre e veio para o Rio de Janeiro com a equipe do Le Pré Catelan (que existe até hoje). O contrato era de dois anos, mas o francês nunca mais foi embora. Curioso e inquieto como todos da família Troisgros, Claude logo descobriu que vários ingredientes que conhecia não eram facilmente encontrados no Brasil do início da década de 1980. Precisou se adaptar, acertar e errar com o que tinha na mão, e aí um novo mundo se abriu diante de seu paladar. “Por necessidade de produtos frescos, da estação, fui até os pequenos produtores e incorporei, naquela época, os produtos do mercado brasileiro. Criei uma personalidade própria que podemos chamar de ‘francês valorizando o produto brasileiro’. Casei a França com produtos como manga, maracujá, inhame, quiabo, jabuticaba e maxixe, entre outros. E isso deu um start para uma nova cozinha brasileira”.

Nasceram assim, dessa necessidade e já no seu próprio restaurante (o Olympe), pratos clássicos como Ravioli recheado de mousseline de inhame em molho aveludado de trufa branca, o Filet de linguado grelhado com banana e o Cheesecake caramelado com calda de goiaba. Agora, como era de se esperar numa família aberta e criativa, o aprendizado brasileiro de Claude acabou contagiando os premiados restaurantes dos familiares ao redor do mundo. “A família já usa receitas minhas como Tapioca caviar, Crepe Passion, Peixe com coco e Cherne com banana. E estão querendo jambu, açaí e tucupi”. Aprendizado tem dessas coisas, multiplica-se e nunca tem fim. Por isso o chef expandiu seu prazer para além da cozinha (mas sem nunca sair dela, claro).

Além de seus restaurantes - atualmente são três, o Olympe, o 66 Bistrô e o CT Brasserie, todos no Rio de Janeiro -, Claude escreve livros, é consultor gastronômico para outros restaurantes e desenvolve linhas de produtos para supermercados e delicatessens (conservas artesanais, por exemplo). Sua simpatia, e o divertido português com sotaque, também lhe garantiram espaço em programas de TV, o que lhe permitiu injetar outros novos mundos em sua cozinha.
Com sabor de descoberta

A ideia de entrar na televisão era desejo antigo de Claude. Mas qual a motivação? “Queria divulgar mais o meu savoir faire (conhecimento), meu amor pelo Brasil e também ficar mais perto das pessoas, que é o que a televisão propicia. O primeiro programa que fiz no GNT já tem quatro anos e era chamado
Adivinha o Que Tem para Jantar?. De lá pra cá consegui me aproximar mais do telespectador, das pessoas que querem aprender as bases, das pessoas que querem comer bem em casa com receitas fáceis, mas com um toque de chef”. O que certamente lhe ajudou nesse processo de conquista foram as viagens que fez pelo Brasil em edições especiais do Menu Confiança, programa que dividiu durante anos com o jornalista Renato Machado e, durante uma temporada, com a somelière Denise Novakovski.

Foram nessas jornadas que caiu de amores pelos pratos e ingredientes do Norte do Brasil. Um dos pratos nacionais que mais gosta é o nortista Pato no tucupi. “Acho que aprendi a ser mais simples no meu jeito de cozinhar. Sempre fui um chef de alta gastronomia e continuo sendo, mas aprendi que podemos comer muito bem sem complicar demais a coisa. Sem precisar usar técnicas muito sofisticadas e apuradas. É isso que quero passar para o telespectador”. Essa é a receita que usa no seu terceiro e mais recente programa,
Que Marrravilha!, no qual ajuda pessoas comuns a cozinharem pratos nada ordinários.

Incentivador e embaixador de uma nova e moderna cozinha brasileira - que, segundo ele, existe sim e “está ultrapassando fronteiras e mostrando para o mundo que o Brasil existe também na arte culinária” -, Claude gosta de citar dois nomes 100% nacionais que já estão fazendo bonito entre fogos e panelas: Alex Atala e Roberta Sudbrack. Da sua parte colocou no mundo uma quarta geração de Troisgros, os filhos Thomas e Carolina, a entrar nesse mundo de muitos sabores e labuta quente e diária. Mas nem por isso sonha em parar. “Tenho grande prazer em descobrir novos produtos, novos sabores e tentar criar alguma coisa que agrade os paladares”. Em resumo, Claude Troisgros ama cozinhar e esse amor é do tipo que dura a vida toda.


p.s.: e a imagem que abriu essa reportagem, do encontro de claude troisgros e paulo tiefenthaler, é um flagra do último episódio da segunda temporada do larica total. saca só o caos e as rãs...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

letra/música #18

ney matogrosso é um sujeito e tanto. intérprete sério e porralouca, coerente e constantemente aberto - o mencionei rapidamente na domingueira passada -, ney tem muitas fases, facetas, momentos. mas acho que minhas preferências acabam recaindo sobre sua fase "séria", de discos como pescador de pérolas (cbs, 1987), as aparências enganam (polygram, 1993), olhos de farol (polygram, 1998) e vagabundo (universal, 2004). só que ontem lembrei de uma música que sempre achei muito engraçada e que é de um de seus discos mais populares, pois é (barclay/ariola/universal, 1983), no qual comemorou dez anos de carreira. toda trabalhada em um homoerotismo caboclo amazônico, "cobra manaus" é de eduardo dusek e de luiz carlos góes (escritor, habitual parceiro de dusek e roteirista de filmes como rock estrela e lua de cristal). prestando um pouco mais atenção na letra é fácil ver uma poesia intensa, cheia de imagens fortes, sensual de verdade, mas... eu só acho ela muito divertida, principalmente pelo gritinho sibilante de ney na hora de falar "manauuuussss". pois então.


cobra manaus
(eduardo dusek e luiz carlos góes)

ondeia, ondeia, balança e venha
ondeia, ondeia, balança e venha
ondeia, ondeia, balança e venha
ondeia, ondeia, balança e venha

ela mora debaixo desse cais
ela gosta de moça e de rapaz
te enrola macio num anel
e te cobre de veneno e mel
ela leva pro rio bons e maus
ela passa sua língua em manaus

cobra manaus
cobra manaus
cobra manaus
cobra
(bis)

ondeia, ondeia, balança e venha
ondeia, ondeia, balança e venha
ondeia, ondeia, balança e venha
ondeia, ondeia, balança e venha

é manaus, cobra rio, cobra amante
é a espreita, é o desejo, é o instante
é o pecado com brilho de brilhante
é o desejo da vida sibilante
violenta os barcos nos seus vaus
com o prazer que ela bebe de manaus

cobra manaus
cobra manaus
cobra manaus
cobra
(bis)

é manaus, cobra amiga, cobra fada
que desperta do sono espreguiçada
quando acorda tudo fica diferente
se espreguiça, se estica e estica a gente

cobra manaus
cobra manaus
cobra manaus
cobra
(bis)
Ney Matogrosso - Cobra Manaus by dafnesampaio4

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

porra, marvel!

pois é, o pessoal da marvel fazendo uma ginástica... e olha que esses são apenas alguns dos exercícios que estão no bizarro gibi mighty marvel strength and fitness book (1976), escrito por ann picardo e desenhado por joe giella, ilustres desconhecidos. tem outros lá no comics alliance, que também desencavou outra apelação setentista de stan lee, a ópera rock spider-man: rock reflections of a super-hero (1975), que ele próprio se encarrega de ser o narrador. não tenho coragem de colocar o audio aqui, é de doer, mas dá para ouvir lá no comics. seguem a capa e a contracapa do heróico bolachão. via @JMTrevisan.

a arte do disco, pelo menos, é do mestre john romita

luke cage no baixo, conan e os bárbaros nos violinos, capitão américa no tambourine, thor no trompete, putz...

política e humor e vice-versa

se pelo menos os humoristões do casseta & planeta e cqc tivessem essa fineza de humor... #socialismomoleque

domingo, 22 de agosto de 2010

domingueira

durante algum tempo e logo quando eles surgiram, o pedro luís e a parede foi pra mim uma espécie de guilty pleasure, pra usar um termo prafrentex. gostei bastante da estreia em astronauta tupy (dubas/warner, 1997) e de músicas como "tudo vale a pena", "pena de vida", "miséria no japão", "navilouca" e, acima de todas, "caio no suingue". toda a parte persussiva/batuqueira do projeto o diferenciava da "nova mpb" de lenines, moskas e quetais. bom, depois de um tempo eu já nem ligava mais de falar que gostava mesmo e daí (é a maturidade, dizem), principalmente depois do excelente disco vagabundo (universal, 2004), aquele feito em parceria com o ney matogrosso. mas queria mesmo era voltar no tempo com "caio no suingue" e seu clipe cheio de gente pelada, uma coisa assim de putaria com algum pudor. um dos diretores é roberto berliner (a pessoa é para o que nasce e herbert de perto).



flashback. talvez 1998 ou 1999. o começo de uma festinha no bixiga com gente de teatro e tal. em um canto da sala, um grupo de quatro garotas negras, lindas, meio que namoradas ou só brincantes, estavam sentadas em um colchão no chão. alguém, ou uma delas, ligou o som e começou a tocar "caio no suingue". elas imediatamente, ali no colchão, começaram a cantar e balançar e brincar, uma caindo por cima da outra. felizes, muito felizes. nunca esqueci dessa cena e, consequentemente, da música. obrigado meninas.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

a música perdida do cambodja

outro documentário imperdível chegando na praça. don't think i've forgotten (cambodia's lost rock and roll) (2010) trata de uma das muitas vítimas da ditadura genocida do khmer vermelho naquele país do sudeste asiático: o rock. existia uma cena musical efervescente durante a década de 1960, mas a guerra do vietnã ali do lado e um consequente bombardeio americano ao país (porque existiam vietcongues que entravam pela floresta) levaram ao poder o "comunista" pol pot. nada mais foi o mesmo e cerca de 3 milhões de pessoas (1/3 da população) foram assassinadas, a maioria monges, professores, médicos e artistas. o longa é de john pirozzi, que já havia visitado o cambodja para filmar sleepwalking through the mekong (2007), um documentário que acompanhou a primeira turnê da banda americana dengue fever por lá (a vocalista chhom nimol é local).



e enquanto o documentário não chega por aqui (cinema? duvido. dvd? duvido. torrent? yeah) vale e muito conhecer algumas músicas que sobreviveram ao genocídio. baixei no blog id reverberations o disco cambodian rocks (parallel world records, 1996) que tem gente da pesada como ros sereysothea, liev tuk, yol aularong e sinn sisamouth, em músicas gravadas entre 1967 e 1971. dá pra baixar aqui.

elasticidade em três acordes

p.s. em 16 de dezembro de 2010: falando em música do cambodja acabei encontrando na grande floresta de possibilidades musicais do la blogotheque um video muito bacana - mais documentário que musical - protagonizado por kong nay, o "ray charles do cambodja". a história desse video está aqui, mas o principal você pode assistir logo mais...

Take Away Show #111 _ KONG NAY from La Blogotheque on Vimeo


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

mais uma do beco

taí música e clipe novos do ca.ge.be. (sigla de 'cada gênio do beco'), um dos melhores grupos de rap a surgir em são paulo nos últimos tempos. "oba! clareou" é a primeira faixa a sair de o vilarejo (equilíbrio discos, 2010), segundo disco de césar sotaque, shirley casa verde & cia. falei do excelente trabalho de estreia, lado beco (equilíbrio discos, 2007) lá no gafieiras.



fiquei sabendo via portal rap nacional.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

rehab jamaicano

versão matadora, jamaicana e rural de "rehab" - aquela mesma da amy winehouse - feita por uma nova formação do the jolly boys. estará no disco great expectation (wall of sound records, 2010) que, segundo o site oficial grupo liderado por albert minott, terá ainda new order ("blue monday"), lou reed ("perfect day") e the doors ("riders on the storm"), entre outras surpresas. ah, e "mento" é uma das raízes rurais do reggae. a dica veio da fotógrafa kleide teixeira, amiga de valtinho (@valtersil) e ouvinte fiel do corjacast.



e nas pesquisas sobre os jolly boys ainda achei esse documentário...

o cinema mudo vive

é verdade, a mais pura verdade, afinal pelas mãos de internautas algumas cenas cotidianas, ou de filmes bem conhecidos, ganham ares silenciosos. e tanto faz ser drama ou comédia. sei lá, eu não canso de me surpreender com esse protagonismo-pessoa-física. olha o que fizeram com a cena clássica de star wars, no qual darth vader revela que é o pai de luke skywalker.



ou então essa sequência de um bêbado americano tendo problemas psicomotores numa loja de conveniência.



enfim, certeza que o "cinema mudo" viverá pra sempre (vide um filme como wall-e, por exemplo).

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

skateboarding is not a crime (parte 2)

um outro documentário sobre skate está prestes a chegar entre nós. enquanto o média dirty money (2010), já falado por aqui, tratava de um período específico (final dos anos 1980 e início dos anos 90) e na cidade de são paulo, o longa vida sobre rodas (ainda sem data de lançamento) traça um painel mais amplo sobre o esporte no brasil. a direção é de daniel baccaro, a trilha é assinada pelos irmãos daniel ganjaman e mauricio takara, e o trailer está aqui.

domingo, 15 de agosto de 2010

"cada internauta é um formador de opinião"

protagonismo social é isso aí. via idelber (@iavelar), que está de volta.

domingueira

quem passou pelos anos 1980 lembra bem de "bloco do prazer" (fausto nilo e moraes moreira) na interpretação acelerada, frevística e pop de gal costa. daí que relembrei dessa música no recente, e primeiro, dvd da cantora marina de la riva. a interpretação de marina é muito boa, ao mesmo tempo cool e alegre, mas ainda não caiu na rede. em compensação achei outra versão igualmente interessante e divertida, e é da baiana marcela bellas. escuta só.




atualização em 27 de janeiro de 2012: o tempo passou e ainda não apareceu a versão feita por marina para o dvd ao vivo em são paulo (somente videos amadores gravados em shows). mas achei esse bom e informal dueto de marina com bruna caram.


o desenvolvimento pede riscos

a história é mais ou menos essa. bróder dos tempos da sociais-usp, paulo arthur malvasi (paulão, o malvado, figura lendária nas cercanias de atibaia e bragança paulista, professor e antropólogo) conheceu a cineasta suzana amaral e bateu uma vontade de produzir algo em parceria. veio a ideia de um curso sobre documentários. pronto. e a luz se fez, porque, afinal, é o fechamento de um ciclo, uma volta às raízes. mais conhecida por seus filmes ficcionais - os belos a hora da estrela (1985) e uma vida em segredo (2001), e até o pouco visto, eu mesmo não vi, hotel atlântico (2009) -, suzana produziu muitos documentários, principalmente para a tv cultura, durante a década de 1970. é dessa sua experiência/vivência que nasceu o curso "cinema documental", que começa lá em 19 de março de 2011 no centro cultural o barco. como documentário é um dos assuntos preferidos da casa, o serviço é completo e logo abaixo segue o release do curso e contatos para inscrição. nem é preciso dizer, mas não custa nada frisar: parada altamente recomendável.

cena de titicut follies, clássicaço incontornável de frederick wiseman

"Cinema Documental - O Mito do Documentário (Módulo I)", um curso de Suzana Amaral

O cinema-documentário é um campo em expansão. Cresce a demanda por documentários, aumentando as oportunidades de trabalho para os que sabem como fazer ou supervisionar a sua produção. Este curso desenvolve o potencial de cada um como autor para conhecer e fazer documentários com paixão. Nas aulas serão projetados e analisados filmes importantes, que formaram e modificaram o processo de desenvolvimento do Panorama Documental, desenvolvendo nos participantes a possibilidade de conhecer os pontos de vista dos grandes documentaristas. Com isso, compreenderão e poderão desenvolver, com criatividade e conhecimento, os vários formatos, estruturas e estilos, contribuindo concretamente para o desenvolvimento pessoal e profissional de cada um e de seus futuros projetos.

Objetivos do curso

- Examinar e refletir sobre a estética dos filmes, os gêneros, estilos para assim poder relacioná-los com suas visões pessoais.

- Compreender as diferentes filosofias dos documentários, suas narrativas e os objetivos de cada um deles para relacioná-los com a cultura dominante e o espírito do Tempo de sua realizações.

- Analisar os vários modos de realização dos filmes que serão projetados.

- Mostrar como a Ética e o ponto de vista afetam as decisões sobre os resultados ,o estilo e a estrutura dos documentários.


> O curso
As aulas participativas serão quinzenais, aos sábados, das 13h30 às 18h30. Local: Centro Cultural O Barco (Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 426, São Paulo)

p.s.: para ilustrar a matéria achei esse video feito em 2009 no qual suzana fala sobre hotel atlântico e seu processo de adaptação de uma matéria prima literária (todos os seus filmes ficcionais são baseados em livros) para o cinema. entre outras coisas. ah, e o título desse post é inspirado numa fala dela no video abaixo que é do excelente canal de entrevistas da saraiva conteúdo.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

laerte da semana #16

tirinha da série "menino" e tem mais lá no manual do minotauro

p.s.: e aqui vai um ótimo video feito para a mtv e que reuniu laerte e seu filho rafael coutinho, um falando sobre o outro. para quem não sabe, rafael também é desenhista e acabou de estrear com um grandes lançamentos do ano - a misteriosa e impactante cachalote (quadrinhos na cia., 2010). e se você for ou estiver em são paulo, o legal é comprar esse livro em quadrinhos na loja cachalote e pegar autógrafo diretamente com o rafael, um dos donos.

domingo, 8 de agosto de 2010

domingueira

o domingo tá acabando, mas ainda dá tempo de colocar um som. taí o power trio caldo de piaba, diretamente do acre, e uma versão dub de "o que pensa que eu sou", sucesso do djavú. a deles se chama "dexavi (o que pensa)" e foi gravada ao vivo na loja baratos da ribeiro, no rio de janeiro (com direito a um tio maluco dançando e curtindo muito).

sábado, 7 de agosto de 2010

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

isso, andreya com y

conheci a inglesa andreya triana através de suas participações no trabalho do bonobo (simon green). até já coloquei aqui o clipe de "the keeper", que tem participação da moça e saiu em black sands (ninja tune, 2010), o último (e bonzão) disco do multiinstrumentista e produtor. mas daí que andreya lançou seu primeiro trabalho solo, lost where i belong (ninja tune, 2010), mostrando que segura muito bem um disco inteiro com sua voz doce e uma ótima levada neosoul (bem, a produção é do bonobo, o que ajuda). o primeiro clipe a sair do disco foi, justamente, o de "lost where i belong", mas nem música, nem video, aproximam-se da beleza que é "a town called obsolete". aqui ó.


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

CORJA #9

muito tempo depois... no ar, a edição #9 do corjacast, que foi gravada na semana que oga se mandou para um período de dois meses em nova york. ele voltou, já tá por aí todo pimpão, e agora vamos nos reencontrar para bolar os novos planos do podcast mais querido da família brasileira (quer dizer, das nossas famílias, pelo menos). então, sem muita lenga-lenga, vamos ao material sonoro da rodada. tem vitor ramil ("mango"), karina buhr ("avião aeroporto"), judy mowatt ("joseph"), the meters ("come together"), joão bosco ("a nível de") e ronny jordan rolando na ambientação da nossa conversinha fiada. segura!

corjacast #9 by valtinho

como sempre, download aí na setinha do lado direito e videos adicionais no blog do corjacast.

porra, sega!




quebrando paradigmas na rede

se você ainda não conhece lucas celebridade, o clamor luzilandense, precisa rapidamente tirar o atraso. figuraça de 25 anos nascido na piauiense luzilândia, lucas brito é radialista, cantor, ator, professor, mestre de cerimônias de eventos, enfim, "um furacão revelado pela comunicação". o seu blog serve como uma espécie de coluna social da cidade e é uma diversão sem fim, mas o bicho pega mesmo nos ensaios sensuais.

muito ativo na internet, lucas quer porque quer participar de um reality show do tipo big brother brasil ou a fazenda e usa seu twitter @lucasfamapop para fazer campanha pesada (e tem mais de 10 mil seguidores, o que é um número bastante relevante). quer dizer, ele quer essa fama midiática para fazer seja lá o que for, e deixa isso muito claro, não finge ser quem não é. mas acho que o mais bacana e divertido sobre lucas é que ele sabe muito bem usar as redes sociais, mesmo que muitas pessoas que o seguem o façam pelo pitoresco. sua última cartada foi entrar no mundo dos vlogueiros (esse pessoal que faz "postagens" em video) e a estreia é retumbante, com direito ao seu quarto com vista para a rodoviária. dá até pena desses vlogueiros - ô nome feio da porra - que ficam falando de assuntos banais do mundo pop. vida real, a gente se encontra em lucas celebridade.



"porque o twitter está aí: eu tuíto meu almoço, tuíto se vou cagar, se vou mijar, se vou fazer qualquer coisa. é pra quebrar paradigmas? então vamos. chega de clichês!"

precisa mais?

teje preso!
(foto do ensaio feito para o blog não salvo)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

um abraço pro sérgio murilo



é que ele completa 69 anos hoje e "marcianita", uma das músicas mais legais do seu repertório, está fazendo 50 anos. ainda pré-jovem guarda, a música é da dupla josé imperatore marcone e galvarino villota alderete (espanhóis? mexicanos? não consegui descobrir) e ganhou uma versão em português assinada por fernando césar (e gravada com muito sucesso por sérgio murilo em 1960, enquanto essa versão acima já é dos anos 1970). de lá pra cá, "marcianita" já ganhou versões de figuras como bobby di carlo, caetano veloso & os mutantes, raul seixas, léo jaime, leno, jussara silveira, grupo rumo, portinho, gal costa e até os trapalhões. mas escolhi o sensacional registro ao vivo feito por mauricio pereira para o disco canções que um dia você já assobiou vol. 1 (lua musica, 2003).