domingo, 30 de março de 2014

coleção grandes cagadas da folha

a tal marcha da família 2 que falhou miseravelmente (ufa) na semana passada  - e que descrevi no texto "menor que um rolezinho" - é um dos acontecimentos ligados a efeméride dos 50 anos do GOLPE MILITAR DE 1964. é o importante assunto do momento, com direito a alguns avanços significativos da comissão da verdade, e muitas matérias, reportagens, e novas luzes sobre esse triste (e ainda presente no nosso dia-a-dia) momento da história brasileira (vale muito ver o especial feito no site da ebc). na edição deste domingo da folha rolou um editorial sobre 1964 e... bem... o texto é tão absurdo (política, histórica e moralmente) e tão mal escrito que resolvi comentâ-lo em voz alta. 


ontem e hoje, o pensamento vivo da folha

"O regime militar (1964-1985) tem sido alvo de merecido e generalizado repúdio. A consolidação da democracia, nas últimas três décadas, torna ainda mais notória a violência que a ditadura representou [OLHA SÓ QUE LEGAL].

Violência contra a população, privada do direito elementar ao autogoverno. E violência contra os opositores, perseguidos por mero delito de opinião, quando não presos ilegalmente e torturados, sobretudo no período de combate à guerrilha, entre 1969 e 1974 [É ISSO AÍ, FOLHA. PARABÉNS POR TER CHEGADO A ESSA CONCLUSÃO EM 2014. ANTES TARDE DO QUE NUNCA, NÉ].

Aquela foi uma era de feroz confronto entre dois modelos de sociedade --o socialismo revolucionário e a economia de mercado [SÓ TINHAM DOIS?]. Polarizadas, as forças engajadas em cada lado sabotavam as fórmulas intermediárias e a própria confiança na solução pacífica das divergências, essencial à democracia representativa [NÃO SEI VOCÊS, MAS JUSCELINO E JANGO NÃO ME PARECIAM, E NEM TINHAM INTERESSE, EM POLARIZAÇÃO E NEM DITADURA COMUNISTA. MAS PODE SER IMPRESSÃO MINHA, NÉ?].

A direita e parte dos liberais violaram a ordem constitucional em 1964 e impuseram um governo ilegítimo [MUITO BEM, QUASE UM NOME AOS BOIS, QUE MADURO]. Alegavam fazer uma contrarrevolução, destinada a impedir seus adversários de implantar ditadura ainda pior [“AINDA PIOR”, E A FOLHA COMPROU ISSO, COMPRA ATÉ HOJE PELO JEITO], mas com isso detiveram todo um impulso de mudança e participação social.

Parte da esquerda forçou os limites da legalidade na urgência de realizar, no começo dos anos 60, reformas que tinham muito de demagógico [AO OLHOS DE QUEM CARA PÁLIDA?]. Logo após 1964, quando a ditadura ainda se continha em certas balizas [OLHA A DITABRANDA AÍ, MINHA GENTE, ELA APARECEU], grupos militarizados desencadearam uma luta armada dedicada a instalar, precisamente como eram acusados pelos adversários, uma ditadura comunista no país [É COMPREENSÍVEL QUE OS LIBERAIS DA ÉPOCA TIVESSEM ESSE MEDINHO, MAS HOJE EM DIA ACHAR QUE IRIA ROLAR UMA DITADURA COMUNISTA OU SE É BURRO OU MAL INTENCIONADO].

As responsabilidades pela espiral de violência se distribuem, assim, pelos dois extremos, mas não igualmente: a maior parcela de culpa cabe ao lado que impôs a lei do mais forte, e o pior crime foi cometido por aqueles que fizeram da tortura uma política clandestina de Estado [AH JURA?].

Isso não significa que todas as críticas à ditadura tenham fundamento [AÊ, A DITADURA TEVE UM LADO BOM, SENÃO VEJAMOS...]. Realizações de cunho econômico e estrutural desmentem a noção de um período de estagnação ou retrocesso.

Em 20 anos, a economia cresceu três vezes e meia. O produto nacional per capita mais que dobrou. A infraestrutura de transportes e comunicações se ampliou e se modernizou. A inflação, na maior parte do tempo, manteve-se baixa [O LADO POSITIVO QUE A FOLHA VÊ NA DITADURA FOI UM CRESCIMENTO ECONÔMICO QUE PODERIA TER SIDO MAIOR OU MELHOR DISTRIBUÍDO NUM GOVERNO DEMOCRÁTICO E QUE DO JEITO QUE ACONTECEU, CHEIO DE MAQUIAGENS, SÓ SERVIU PARA ENDIVIDAR O BRASIL POR DÉCADAS. ENTENDI.].

Todas as camadas sociais progrediram, embora de forma desigual, o que acentuou a iniquidade [OPA, NÃO SERÁ PORQUE ESSE CRESCIMENTO ECONÔMICO FOI PARA POUCOS?]. Mesmo assim, um dado social revelador como a taxa de mortalidade infantil a cada mil nascimentos, que era 116 em 1965, caiu a 63 em 1985 (e melhorou cada vez mais até chegar a 15,3 em 2011).

No atendimento às demandas de saúde e educação, contudo, a ditadura ficou aquém de seu desempenho econômico [AH PUXA VIDA, VACILARAM NISSO, FOI? PORQUE SERÁ?].

Sob um aspecto importante, 1964 não marca uma ruptura, mas o prosseguimento de um rumo anterior. Os governos militares consolidaram a política de substituição de importações, via proteção tarifária, que vinha sendo a principal alavanca da industrialização induzida pelo Estado e que permitiu, nos anos 70, instalar a indústria pesada no país [PERAÍ, ENTÃO A FOLHA TÁ COLOCANDO NA CONTA POSITIVA DA DITADURA ALGO QUE JÁ ESTAVA ROLANDO DESDE, POR EXEMPLO, GETÚLIO E JUSCELINO?].

A economia se diversificou e a sociedade não apenas se urbanizou (metade dos brasileiros vivia em cidades em 1964; duas décadas depois, eram mais de 70%) mas também se tornou mais dinâmica e complexa [SEI NÃO, MAS PARECE QUE A FOLHA TÁ QUERENDO DIZER QUE FOI A DITADURA, E SÓ A DITADURA, QUE O FEZ O BRASIL SE URBANIZAR] . Metrópoles cresceram de modo desordenado, ensejando problemas agudos de circulação e segurança.

O regime passou por fases diferentes, desde o surto repressivo do primeiro ano e o interregno moderado [OLHA DITABRANDA, OBA!] que precedeu a ditadura desabrida, brutal, da passagem da década, até uma demorada abertura política, iniciada dez anos antes de sua extinção formal, em 1985.

As crises do petróleo e da dívida externa desencadearam desarranjos na economia, logo traduzidos em perda de apoio, inclusive eleitoral [DÍVIDA EXTERNA? MAS A ECONOMIA NÃO TAVA MÓ BOA? E COMO ASSIM EM PERDA DE APOIO ELEITORAL?! QUE ELEIÇÃO?]. O regime se tornara estreito para uma sociedade que não cabia mais em seus limites [FILHINHO, TODA SOCIEDADE, EM QUALQUER MOMENTO HISTÓRICO, É MAIOR QUE UMA DITADURA. SÓ EM REGIMES DEMOCRÁTICOS SE PODE CHEGAR MAIS OU MENOS PRÓXIMO À COMPLEXIDADE DE UMA SOCIEDADE, AFINAL SOMENTE NUMA DEMOCRACIA TODOS PODEM SER ATORES POLÍTICOS]. Dissolveu-se numa transição negociada da qual a anistia recíproca foi o alicerce [NEGOCIADA ENTRE AS PARTES QUE TINHAM INTERESSE EM QUE NADA FOSSE JULGADO, CLARO ESTEJA].

Às vezes se cobra, desta Folha, ter apoiado a ditadura durante a primeira metade de sua vigência, tornando-se um dos veículos mais críticos na metade seguinte. Não há dúvida de que, aos olhos de hoje, aquele apoio foi um erro [PERAÍ, VAI ROLAR A DESCULPA AGORA, ME ABRAÇA].

Este jornal deveria ter rechaçado toda violência, de ambos os lados, mantendo-se um defensor intransigente da democracia e das liberdades individuais [ISSO, É ISSO AÍ!].

É fácil [OI?], até pusilânime [AH NÃO, LÁ SE FOI A DESCULPA MORRO ABAIXO], porém, condenar agora os responsáveis pelas opções daqueles tempos, exercidas em condições tão mais adversas e angustiosas que as atuais [TAVA PUXADO PRO SEU FRIAS, NÉ?]. Agiram como lhes pareceu melhor ou inevitável naquelas circunstâncias [ACHO QUE O MAIS FÁCIL É FALAR QUE O PESSOAL AGIU DO JEITO QUE DEU PRO MOMENTO. PENSANDO BEM FOLHA, ASSIM DÁ PRA DESCULPAR O NAZISMO, A GUERRA DO VIETNÃ, O KHMER VERMELHO, AS LOUCURAS ASSASSINAS DE STALIN E MAO TESÉ TUNG, ETC.]

Visto em perspectiva, o período foi um longo e doloroso aprendizado para todos os que atuam no espaço público, até atingirem a atual maturidade no respeito comum às regras e na renúncia à violência como forma de lutar por ideias [MAS PERAÍ, SE NÃO ME FALHA A MEMÓRIA NO ANO PASSADO A FOLHA, ESTADÃO, E OUTROS ORGÃOS DE IMPRENSA, DEFENDERAM REPRESSÃO DO GOVERNO – ATRAVÉS DA PM – ÀS MANIFESTAÇÕES DE JUNHO. SERÁ QUE APRENDERAM? SERÁ QUE APRENDEMOS?]. Que continue sendo assim."

aiaiai

3 comentários:

Unknown disse...

Havia mais um comentário irônico: quando eles citam a mortalidade infantil, que não apenas seguiu caindo,mas seguiu em ritmo bem mais acelerado depois da ditadura.

kkk disse...

tem uma pesquisa do IBOPE (mas eu n sei se dá pra acreditar muito nas pesquisas...) que foi divulgada num simpósio semana passada na qual a maioria das pessoas pesquisadas (rio/sp geralmente) NÃO apoiavam uma ditadura, porém apoiavam as reformas de base

o que suja ainda mais pra quem diz "jango comuna" trololó

kkk disse...

(sem contar que há uma teoria de que as ossadas de crianças encontradas na vala de perus eram crianças enterradas clandestinamente por conterem surtos de doenças)