segunda-feira, 2 de maio de 2011

a saga de leona, a assassina vingativa

já faz mais de um ano que ouço falar dos videos de leona, a assassina vingativa, uma 'websérie' feita do jeito que deu lá nas bandas do bairro dos jurunas em belém do pará (o mesmo bairro de gaby amarantos). li até uma boa reportagem feita pelo diário do pará e uma performance durante um casamento, mas nunca tinha parado para assistir suas três partes (até agora) e seus inúmeros desdobramentos. nesse último sábado, após assistir no canal brasil ao ótimo dzi croquettes (2009), documentário de tatiana issa e raphael alvarez, rolou aquele cruzamento de informações. uma das músicas que aparece durante o filme, "vingativa", é de wagner ribeiro, um dos fundadores do cultuado e influente grupo teatral-musical dos anos 1970. gravada originalmente pelas frenéticas em seu disco de estreia em 1977, a música tem em seus versos duas palavras muito caras a saga de leona (surgida em 2009): "vingativa" e "hipócrita". será que a turma da leona conhecia a música? escute aí.



voltando a leona vingativa. na parte 1 somos apresentados aos dois protagonistas, leona e aleijada hipócrita, e ao principal cenário, um quarto. dá para entender também que leona (interpretada por leandro olin, que na época tinha 11 anos) quer subir na vida doa a quem doer. destaque para a fita que não queima, a presença estranha ali no canto da cama, os risos presos, o diálogo tenso e o chute que a aleijada dá em leona, com direito a um pedacinho da bunda, depois de tomar vários tabefes ("eu já disse que tenho o movimento da perna!"). sem falar no final-marca-registrada: "pode cortar!"



já a parte 2 é um épico tipo o poderoso chefão 2. entram novos personagens, tais como o comparsa geraldo (por isso, o alckmin na abertura acima), a empregada nordestina da aleijada hipócrita, a escrivã e, acima de tudo, a corrupta delegada dafne (ou dafiny, enfim, eu mereço). e tome pancadaria, enquadramentos malucos e frases memoráveis de leona ("prepare o táxi que eu tô indo pra paris agora!"), da delegada ("olha o rímel heim?! se tu manchar meu olho, eu te prendo sua vagabunda") e da aleijada ("você vai me matar de novo?"). destaque para um momento mágico aos 5m50 com leona surgindo na delegacia ao som do tema da saga (que música é essa?).



finalmente, a parte 3, um desfecho violento em meio a um terreiro de macumba. gosto principalmente quando soltam o "tema de leona" ao vivo durante a filmagem da sequência, a arma-secador, e a frase "diz que ela é negra e é preta" (que é como a mãe de santo descreve a pessoa que cagueta leona). e no fim, leona e a delegada fogem para paris. pois é, o crime (talvez) compense.



e então, leona partiu para sua amada paris. mas voltou ao brasil, e ao bairro de jurunas, agora no início do ano, dois anos depois do início de suas maquiavélicas aventuras. no video abaixo ela dá seu nome completo após o casamento com um figurão europeu e vai mais além: "poderosíssima como a espada de uma samurai. eu sou apertada como uma bacia. eu sou enxuta como uma melancia. tenho dois filhosinho, um zolhudinho, outro barrigudinho. casei com o dono da parmalat. virei mamífera. só mamo. pertenço a família imperial brasileira orleans bragança. penetração difícil."



o mais interessante desses videos, fora o humor trash, é a alegria dessa brincadeira de amigos e a tranquilidade libertária da sexualidade de todos os envolvidos (por isso acho que podem ser considerados como netos ou bisnetos dos dzi croquettes).

p.s. 1: e como faixa bônus, cenas deletadas da parte 2.



p.s. 2: égua! tem essa entrevista divertidíssima com leona, cheia de detalhes sobre os bastidores da saga.

Um comentário:

Rick Bernas disse...

Saga muito bem explicada.
Ri demais, morri com os vídeos!
Sou mais fão de Leona do que já fui de Paola Bracho... rsrsrs.