terça-feira, 7 de outubro de 2025

this is absolute scorsese

como disse no post anterior, a edição de outubro da Revista Monet veio com dois textos meus: o sobre o recém-falecido Ozzy Osbourne e este sobre o muito vivo e ativo Martin Scorsese (e que foi a capa da edição). a deixa foi a estreia na Apple TV+ do documentário em cinco partes intitulado Mr. Scorsese, dirigido por Rebecca Miller.

em dezembro de 2023 escrevi, também para a Monet, sobre o filme mais recente do mestre, Assassinos da Lua das Flores.

Martin Scorsese, Rebecca Miller e Daniel Day-Lewis

O HOMEM-CINEMA
 
Documentário em cinco partes, estreia do mês na Apple TV+, disseca a vida e a carreira de Martin Scorsese, um dos maiores cineastas da história
 
Prestes a completar 83 anos, Martin Scorsese continua frenético e apaixonado. E muito atento, sempre, ao passado, ao cinema, ao presente e, acima de tudo, à própria mortalidade. Talvez por isso esteja trabalhando como nunca, correndo atrás de muitas coisas ao mesmo tempo. Nos últimos dez anos, por exemplo, Scorsese dirigiu três longas épicos (Silêncio, O Irlandês e Assassinos da Lua das Flores), produziu uma série de TV (Vinyl), contou uma história de Bob Dylan (Rolling Thunder Revue), declarou seu amor à Nova York (Pretend It’s a City), narrou mais uma vez seu amor por artistas que o influenciaram (Made in England: The Films of Powell and Pressburger) e se divertiu atuando como si mesmo (na série The Studio). E até arrumou tempo para abrir seus arquivos para a série documental O Lendário Martin Scorsese, estreia do mês na Apple TV+.
 
Dirigida por Rebecca Miller, a série em cinco partes é um mergulho na vida e obra de um dos maiores cineastas do mundo, com direito a muitas cenas nunca antes vistas de bastidores de seus filmes e entrevistas inéditas com amigos e colaboradores como Robert De Niro, Leonardo DiCaprio, Mick Jagger, Daniel Day-Lewis (marido de Miller), Thelma Schoonmaker, Steven Spielberg, Sharon Stone, Jodie Foster, Paul Schrader, Margot Robbie e Cate Blanchett.
 
“Sou muito grata por ter tido a liberdade artística e o acesso para criar um retrato cinematográfico de um dos nossos maiores artistas vivos. Sua obra e vida são tão vastas e tão envolventes que a obra evoluiu de um longa para uma série em cinco partes ao longo de um período de cinco anos; e elaborar este documentário junto com meus colaboradores de longa data foi uma das experiências mais marcantes da minha vida como cineasta”, afirmou a diretora no release oficial de O Lendário Martin Scorsese.

 

UMA JORNADA PESSOAL
 
O bem e o mal, escolhas, lealdade, culpa, espiritualidade, violência, ambiguidades, pecados, moralidade, redenção, tem de tudo na carreira de Martin Scorsese. Desde o início, nos filmes universitários que fez em meados dos anos 1960, até o presente momento, o diretor assinou 26 longas de ficção, 16 documentários, e mais curtas, comerciais, trabalhos como ator, videoclipes, produções executivas, restauração de filmes antigos e sem dar sinais de parar ou desacelerar.
 
O último filme que lançou, o premiadíssimo Assassinos da Lua das Flores, já tem dois anos de existência, e Scorsese ainda não começou a produção de nenhum novo. É que o diretor precisa ter um projeto com roteiro mais desenvolvido e a certeza de quem pagará por sua realização, e essa conjunção de astros às vezes demora para se alinhar.
 
Então agora, agorinha, não é possível cravar qual será o novo longa de Scorsese: pode ser sobre a banda de rock Grateful Dead, ou um novo filme sobre Jesus (baseado em livro de Shusaku Endo, o mesmo autor que Scorsese adaptou em Silêncio), ou a história de um serial killer no século 19 (The Devil in the White City), ou uma cinebiografia de Frank Sinatra (The Old Blue Eyes), ou sobre a chegada da máfia siciliana em Nova Orleans (Midnight Vendetta), ou um drama policial ambientado no Havaí dos anos 1960/70 com DiCaprio, Dwayne Johnson e Emily Blunt, ou ainda outra parceria com DiCaprio, o drama de época Home (baseado em livro de Marilynne Robinson). Em todos, o cineasta enxerga um fio comum.
 
“Procuro sempre descobrir quem somos como seres humanos, como organismo, e do que são feitos os nossos corações. É isso que acho que estou procurando. Em outras palavras: continuo uma pessoa curiosa”, afirmou Scorsese em entrevista para o jornal inglês The Guardian em 2024. Um ano antes, mais prático, o diretor disse à revista GQ que “estou na idade em que você simplesmente... você vai morrer, não tem jeito. Isso não significa que você não aceite conselhos, nem discuta e argumente, mas chega um ponto em que você sabe o que quer fazer. E você não tem escolha”.

 
“VOCÊ ESTÁ FALANDO COMIGO?”
 
Mas Scorsese sempre soube o que quis fazer, mesmo quando não estava em seus melhores momentos. Foi assim com seus curtas universitários, com sua estreia em longas (o realista Quem Bate à Minha Porta?, 1967) e com seu encontro com o lendário Roger Corman (que o ensinou a dirigir com rapidez e poucos recursos, e assim nasceu Sexy e Marginal, 1972).
 
Seguro no ofício e estimulado pelo amigo John Cassavetes, o diretor resolveu dar um passo além em seu terceiro filme e decidiu falar sobre um mundo que sempre lhe foi familiar, o da máfia da Little Italy de Nova York. Caminhos Perigosos (1973) foi tanto um sucesso de crítica que colocou o nome de Scorsese no novo panteão do cinema norte-americano ao lado de Francis Ford Coppola, Brian De Palma, George Lucas e Steven Spielberg, e ainda por cima marcou a primeira colaboração com o ator Robert De Niro.
 
Sem planos a seguir aceitou o convite da atriz Ellen Burstyn para dirigi-la no drama romântico Alice Não Vive Mais Aqui (1974), que continua uma raridade em sua filmografia por ter uma protagonista mulher, mas rendeu um Oscar a Burstyn.
 
Então veio o encontro, via De Palma, com o roteirista (e futuro diretor) Paul Schrader que tinha acabado de escrever a história de um ex-combatente no Vietnã perdido nas impurezas de Nova York. Scorsese viu os demônios internos do escritor russo Fyodor Dostoiesvski na trajetória do atormentado Travis Bickle (Robert De Niro) e pegou Taxi Driver (1976) para si. O filme ganhou Palma de Ouro em Cannes e se tornou, rapidamente, um marco para o cinema. Scorsese estava com tudo e, pela primeira vez, viu seu mundo ruir.
 
Um dos motivos foi o fracasso de bilheteria de seu único musical, o estilizadíssimo New York , New York (1977), estrelado por Liza Minneli e Robert De Niro. Outro foi o estilo de vida recheado de álcool e cocaína que mergulhou junto com o amigo músico Robbie Robertson durante as filmagens do documentário O Último Concerto de Rock (1978). De Niro quem o resgatou do fosso ao sugerir a história de um pouco conhecido boxeador chamado Jake LaMotta. Touro Indomável (1980) tornou-se mais um clássico instantâneo de sua filmografia.
 
Os anos 1980 foram uma montanha russa de emoções para Scorsese, com direito a O Rei da Comédia (1982), com De Niro e Jerry Lewis, uma sátira pouco compreendida em seu lançamento, mas muito cultuada nos últimos anos; a comédia neurótica Depois de Horas (1985); um tradicional drama de bilhar A Cor do Dinheiro (1986), com Paul Newman e Tom Cruise; e o épico espiritual A Última Tentação de Cristo (1988), um filme muito caro às raízes católicas de sua formação.
 
“A beleza do conceito de Nikos Kazantzakis [autor do livro] é que Jesus tem que suportar tudo o que passamos, todas as dúvidas, medos e raiva. Ele me fez sentir como se estivesse pecando - mas ele não está pecando, ele é apenas humano. E também divino. E ele tem que lidar com toda essa culpa na cruz. Foi assim que o direcionei, e era isso que queria, porque meus próprios sentimentos religiosos são os mesmos. Penso muito sobre isso, questiono muito, duvido muito, e depois tenho uma sensação boa. E depois muito mais questionamentos, reflexões e dúvidas”, afirmou Scorsese em entrevista para a revista Film Comment na época do lançamento de A Última Tentação de Cristo.
 

“EU SEMPRE QUIS SER UM GANGSTER”
 
Vieram os anos 1990 e o cineasta começou a década com mais um clássico instantâneo, Os Bons Companheiros (1990), um violento e pulsante filme de mafiosos estrelado por De Niro, Joe Pesci e Ray Liotta. Com essa mesma energia dirigiu o eletrizante Cabo do Medo (1991), o suntuoso drama de época A Idade da Inocência (1993) e mais um filme de mafiosos, Cassino (1995). A década do cineasta encerrou com dois filmes muito espirituais, e muito diferentes entre si, o budista Kundun (1997) e o urbano Vivendo no Limite (1999).
 
Mas mesmo um diretor estabelecido como Scorsese, com alguns clássicos nas costas, sentiu novos baques nos anos 2000 para conseguir fazer seus filmes. O estupendo Gangues de Nova York (2002), o primeiro filme seu com Leonardo DiCaprio e o segundo com Daniel Day Lewis, foi palco de muitas brigas com o produtor Harvey Weinstein, o que acabou prejudicando sua divulgação. Em O Aviador (2004), o estúdio Warner cortou o orçamento na fase de edição e Scorsese precisou tirar dinheiro do próprio bolso para finalizá-lo. A mesma Warner pressionou o diretor para que pelo menos um dos protagonistas de Os Infiltrados (2006) não morresse para que pudessem dar início a uma franquia, e os executivos ficaram visivelmente tristes quando as primeiras exibições-teste aprovaram a visão do diretor (que, finalmente, ganhou seu primeiro e único Oscar de Melhor Direção).
 
Calejado por décadas de brigas com Hollywood, Scorsese seguiu os anos 2010 sem se abalar. Novamente chamou DiCaprio para protagonizar o thriller A Ilha do Medo (2010), depois fez uma bela homenagem aos primórdios do cinema em A Invenção de Hugo Cabret (2011) e mostrou mais uma vez sua eterna energia em O Lobo de Wall Street (2013). Então, aos 70 anos, meteu o pé no acelerador e na última década produziu sem parar como se pode ver no início do texto.
 
Em conversa com o historiador Richard Schickel, Scorsese confessou que “as pessoas dizem: você se leva muito a sério. Mas essa é a realidade. Estou empacado comigo, então é melhor dar ouvidos a mim mesmo e lidar com isso”. Afinal de contas, o tempo não para e nem Scorsese.

no more tears, mama

na edição de outubro da Monet rolaram mais dois textos, um sobre Martin Scorsese e esse aqui sobre Ozzy Osbourne. quem me conhece sabe que não sou do rock, muito menos do metal, então meu conhecimento sobre Ozzy & Black Sabbath era bem superficial. foi interessante pesquisar sobre o cara, os caras, e (re)ouvir alguns clássicos do grupo que são realmente muito bons ("Paranoid" e "War Pigs", por exemplo).

O PRÍNCIPE LOUCO DAS TREVAS DO ROCK

Documentário inédito No Escape From Now, disponível no Paramount+, reconta a vida de Ozzy Osbourne, um dos maiores ídolos do rock e do heavy metal mundial

Mais de 5 milhões pessoas do mundo todo assistiram a transmissão do último show da banda de heavy metal inglesa Black Sabbath. Foi um sábado, 5 de julho de 2025, em Birmingham, muito próximo ao local de origem do grupo, em 1968. Estavam todos os quatro lá, a formação original: o guitarrista Tony Iommi, o baixista Geezer Butler, o baterista Bill Ward e, claro, o vocalista Ozzy Osbourne. É fato que Ozzy, muito debilitado pelo Parkinson, fez toda sua apresentação sentado em um grande trono preto, mas mesmo assim teve força o bastante para arrepiar todos os 45 mil presentes no estádio. Dezessete dias depois, Ozzy morreu aos 76 anos. 

Ninguém faz ideia de como ele conseguiu viver tanto, afinal de contas foram muitos anos com muitas drogas, além de inúmeros problemas de saúde nas últimas duas décadas. Em 2019, Zakk Wylde, guitarrista e parceiro de longa data, deu uma dica para tamanha longevidade: “ele tem uma espécie de energia, de força, que é maior que King Kong e Godzilla juntos... sério mesmo! Ele é durão!”.

A dureza/resiliência de Ozzy, nascido John Michael Osbourne em 3 de dezembro de 1948, certamente veio de berço. Pai e mãe trabalhavam em fábricas na cidade de Birmingham, a segunda maior da Inglaterra, e tiveram seis filhos, sendo que Ozzy foi o quarto, e o primeiro menino da família (Ozzy foi apelido que ganhou ainda criança). Os oito Osbournes moravam apertados em uma pequena casa de dois quartos e o dia a dia era repleto de dificuldades e obstáculos. 

Na escola, Ozzy descobriu que era disléxico e que as pessoas não entendiam seu jeito de falar. Descobriu também a violência quando, aos 11 anos, foi assediado sexualmente por valentões da escola. Pensou em suicídio. Mas, aos 14, ouviu “She Loves You” dos Beatles e sua vida mudou, então quis ser músico e teve a mais cristalina certeza que seria um rockstar. “Aquela música me fez virar de cabeça para baixo. Meu filho sempre me pergunta: ‘Como foi quando os Beatles aconteceram?’. Tudo o que posso dizer a ele é: ‘Imagine ir dormir em um mundo e depois acordar em outro tão diferente e emocionante que te faz sentir feliz por estar vivo’”, disse em entrevista para o New Musical Express em 2016. 

Só que antes da música acontecer, Ozzy precisou trilhar um caminho incerto: aos 15, largou a escola, e nos anos seguintes trabalhou na construção civil, em fábrica automotiva, em um matadouro, e foi aprendiz de encanador, entre outros trabalhos de curta duração. Aos 17, foi preso roubando uma loja de roupas e passou seis semanas preso porque seu pai não pagou a fiança para que ele “aprendesse uma lição”. 

O que aprendeu foi que precisava continuar procurando a música e, aos 19, viu um anúncio no jornal do bairro: estavam procurando um vocalista que estivesse disposto a trazer algo novo e excitante para o rock. Ozzy se identificou e foi assim que conheceu Geezer Butler e pouco depois Tony Iommi e Bill Ward. 

Então, entre o fim de 1967 e o início de 1968, mais um quarteto de rock se formou na Inglaterra. E o nome? Pensaram em ‘Earth’, uma coisa meio hippie, mas já existia uma banda chamada assim, então alguém lembrou de um filme italiano de horror chamado Black Sabbath (1963), dirigido pelo cultuado Mario Bava. A partir daí um certo tom sombrio e pesado foi adotado, tanto nas apresentações quanto nas músicas. 

Corta para o ano de 1970, quando o Black Sabbath lançou seu disco de estreia (Black Sabbath) e já engatou um segundo (Paranoid), consolidando rapidamente uma sonoridade própria e muito sucesso ao embalo de porradas como “War Pigs”, “Iron Man” e as faixas-titulo. Ozzy, frenético e carismático, deu rosto e voz ao que depois seria chamado de heavy metal. Nascia ali, “O Príncipe das Trevas”. Sob o apelido, Ozzy disse em uma entrevista de 2013, que “é só um nome. Não acordei uma manhã e pensei: ‘Sabe de uma coisa, vou me chamar de...’. Começou como uma brincadeira, e estou tranquilo com isso, sabe? É melhor do que ser chamado de babaca”. 

Durante os anos 1970, Ozzy seguiu com o Black Sabbath por mais seis discos, com maior (Master of Reality, Vol. 4 e Sabbath Bloody Sabbath) ou menor sucesso (Sabotage, Technical Ecstasy e Never Say Die!), e muitos shows, muita estrada e brigas em hotel. Sem falar nas doses cavalares de álcool e cocaína. Em 1978, na gravação de Never Say Die!, as relações pessoais e artísticas dentro do grupo haviam se deteriorado a um ponto sem volta. “A gente vivia muito drogado o tempo todo. Íamos para o estúdio e ninguém conseguia acertar uma música, todo mundo tocando uma coisa diferente, porque estávamos muito chapados; então a gente tinha que parar”, relembrou Tommy Iommi em entrevista nos anos 2000. Todo mundo fazia tudo, mas foi Ozzy quem foi mandando embora em 1979 (por, oficialmente, não ser confiável e ter muitas questões com drogas). 

Nos anos 1980, no início de sua bem sucedida carreira solo, Ozzy Osbourne aperfeiçoou e exacerbou a persona que criara no Black Sabbath: o louco, o roqueiro satanista, o polêmico, o que urina em monumento histórico, e morde morcego no palco e pombo em encontro com executivo de gravadora. Nessa segunda fase da sua vida artística, que vai até meados dos anos 1990, vieram também discos aclamados como Diary of a Madman, Bark at the Moon e No More Tears. 

A terceira fase da vida de Ozzy vai de meados dos anos 1990 até sua morte em 22 de julho de 2025 e tem menos relação com música e mais com sua persona midiática. Tudo começou com o Ozzfest, um festival de música criado em 1996 por Sharon Osbourne, sua segunda mulher e mãe de três dos seus seis filhos, e que durou até 2010. A iniciativa foi baita sucesso comercial e deu uma nova visibilidade ao roqueiro que acabou o levando, junto com parte da família, para um reality show pioneiro lançado pela MTV, The Osbournes (2002-05). Na mesma época do reality, Ozzy descobriu que os tremores que sentia não tinham relação com o tanto de drogas que usou e sim com a doença de Parkinson. 

E seguiu trabalhando, produzindo e vivendo, com direito a reencontros com o Black Sabbath, novos discos, outros realities, muitos shows, o olhar louco de sempre, o humor afiado. Em quase 60 anos de carreira, Ozzy Osbourne vendeu mais de 100 milhões de discos, somando os que fez com o Black Sabbath e os da carreira solo, e fez o que queria do jeito que queria, para o bem e para o mal. Mas tinha uma coisinha que o incomodava. 

Em uma entrevista para a revista Spin em 2023, confessou que “nunca me senti confortável com esse título que me deram – ‘metal’. Porque toco pesado, mas as bandas que são [consideradas metal] são realmente pesadas, e todos nós somos colocados na mesma categoria. Quando você é rotulado em um determinado [gênero], pode ser muito difícil fazer algo um pouco mais leve, uma faixa acústica ou qualquer coisa que você queira fazer. Antigamente, era só rock. Ainda é só rock”.