logo que se começa a entrar na floresta do documentário um nome aparece com frequência. um sobrenome, aliás. maysles. de albert maysles. de david maysles. eles são autores de um dos marcos fundadores do moderno cinema documental, salesmen (1968, que ainda não vi, tá aqui na fila). ficaram famosos pelo igualmente genial (e tenso) documentário musical gimme shelter (1970), aquele dos rolling stones em altamont, com direito a hell's angels alucinados assassinando um sujeito e george lucas entre os câmeras. albert maysles foi câmera de outro clássico do gênero, primárias (1960) de robert drew, e correu atrás dos beatles, em 1964, em sua primeira e célebre turnê nos estados unidos (o material foi compilado anos depois em the beatles: the first u.s. visit).
um outro longa deles acabou de sair em dvd aqui pela videofilmes (que já colocou salesmen no mercado). lançado em 1975, grey gardens é um pedaço da história de uma mãe (edith, 1896-1977) e uma filha (edie, 1917-2002). tia e sobrinha de jackie kennedy onassis. excêntricas, falidas e sozinhas em uma grande casa nos hamptons (balneário dos endinheirados de manhattan), mãe e filha se batem entre o passado cheio de sonhos e glamour e o presente confuso e triste. os maysles acabam discretamente participando de um festival de recriminações, chantagens emocionais de alta carga, falas entrecortadas dignas de filmes de orson welles ou robert altman; e tudo sob um clima exasperante e sem respostas fáceis. f-o-d-a. olha o trailer do filme que tem sua direção ainda creditada às editoras ellen hovde, muffie meyer e susan froemke.
é que sábado passado estreou na hbo norte-americana uma versão ficcional dessa história (passará na hbo brasil no dia 15 de junho, 19h). dirigido pelo estreante michael sucsy, e roteirizado pelo próprio em parceria com a canadense patricia rozema (que foi promessa na década de 1990 como diretora de filmes como quando a noite cai), o longa grey gardens (2009) pode facilmente cair no melodrama psicológico de hollywood, mas confesso que quando vi esse promo que tá aí logo abaixo fiquei impressionado com drew barrymore como edie. ah, jessica lange é a mãe, edith. e no usa today tem um texto ótimo sobre a versão 2009 dessa saga familiar.
em tempo: aos 82 anos, albert maysles continua na ativa. agora está envolvido em um documentário sobre o artista plástico keith haring (1958-1990), como diz sua página no imdb. david maysles morreu em 1987. a história da mãe e filha ainda rendeu outro filme (the beales of grey gardens, 2006), com material não utilizado no original. ainda em 2006, grey gardens virou um musical de sucesso na broadway (a primeira e única vez até agora que um musical foi adaptado de um documentário).
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