sábado, 15 de agosto de 2009

um minuto de silêncio, outros tantos de alegria

acabei de receber um email-comunicado do amigo zé luiz soares, dono do villaggio café, com uma notícia triste: o bar vai fechar após 17 anos de inestimáveis serviços prestados a música brasileira. coloco aqui na íntegra; lembrando que o gafieiras fará no final do mês de agosto um especial sobre a história e alguns dos muitos sons que passaram pelo bar (com direito a áudios históricos).

Informamos que o Villaggio Café encerrará suas atividades no próximo dia 29 de agosto, sábado. A casa completou 17 anos de atividades ininterruptas no último mês de junho, desde a sua criação, em 1992. Destes, 16 foram no bairro do Bixiga. Em maio do ano passado transferiu-se para Pinheiros, mantendo a mesma linha de trabalho. No entanto, devido à venda do imóvel para novos proprietários, que irão construir um edifício no local, seus dirigentes optaram pela não-continuidade do projeto.

Considerado um espaço “cult” na cena musical alternativa paulistana, no decorrer dos anos o Villaggio manteve como principais características a regularidade de sua agenda e o foco nos novos talentos da MPB. Com cerca de 300 shows anuais, lançou vários nomes que hoje são sucesso e conquistou o respeito da classe musical e da mídia, sendo reconhecido internacionalmente.


A grade de shows neste mês de agosto será cumprida normalmente e está à disposição no site.
Dia 29 haverá uma noite de despedida, com palco aberto, para qual estão todos convidados. Abaixo, as palavras dos atuais sócios.

alaíde costa no villaggio da praça dom orione, no bixiga, em são paulo

Zé Luiz Soares


Coisas da vida. Assim a gente encarou a situação.


E, diante da alternativa de buscar um novo espaço para recomeçar, desta vez a luz não se acendeu. Indo para o 18º ano de incessantes atividades, senti que era uma espécie de aviso, do tipo: “é preciso saber a hora de parar”.


17 e poucos anos. Sei lá, calculo mais de 4.000 shows realizados, num pequeno palco onde talentos foram surgindo e se sucedendo como slides musicais, que jamais sairão da retina. Acho que deu, né? O Villaggio Café, desta vez, sai de cena, com serenidade e sensação de dever cumprido.


Queria deixar aqui toda espécie de agradecimento. E aí posso falar em nome da ex-sócia Rozana Lima, com quem construí essa história nos primeiros 16 anos, e do Vlado, parceiro mais recente - batalhador incansável, que acabou se transformando num grande amigo e irmão. Claro que não citarei nomes, milhares que são. Mas quem esteve ao nosso lado nesse tempo todo sabe que está na lista: intérpretes, músicos, compositores, arranjadores, produtores, iluminadores, técnicos de som, roadies, fotógrafos, críticos musicais, jornalistas, ex e atuais funcionários, fornecedores, parceiros comerciais, clientes e público em geral. Menção honrosa ao bom e velho Barbosa, funcionário-símbolo da casa: o único garçon-técnico-de-som do mundo! Enfim, uma verdadeira multidão, que contribuiu pra que conseguíssemos fazer tanta coisa em prol da música brasileira que a gente gostava – e ainda gosta – de ter próxima aos nossos ouvidos e corações. Amigos: muito obrigado!

O site do Villaggio continuará no ar por algum tempo. A partir de 01/09 deixaremos ali uma série de informações, depoimentos, blog, textos e fotos, além de matéria de encerramento especialmente desenvolvida pelo competente pessoal do site Gafieiras, com direito a vários áudios históricos. Vai ficar também o Fale Conosco, pra quem quiser nos enviar alguma mensagem.

E a vida segue. Sobre o futuro, posso dizer que o Vlado vem com tudo, em setembro, com o seu “Bagaça! Bar”, prometendo seguir a mesma linha musical do Villaggio, tendo o Barbosa ao seu lado. Eu saio por aí, firme em busca de novas oportunidades e muito feliz com o trabalho realizado. Deixo meu contato: zeluiz.soares@terra.com.br.

Ah, sim: sábado, dia 29/08, será a última noite do Villaggio, com palco aberto. Quem puder vir nos deixará felizes em compartilhar abraços e saideiras.
É isso. Sucesso pra todos. E viva a música brasileira!

paulinho pedra azul no villaggio do bixiga, em são paulo

Vlado Lima

“O que a lagarta chama de fim do mundo, o homem chama de borboleta.” Minha despedida começa com uma citação do Richard Bach (ai, como eu tô profundo!), mas o que eu quero dizer, mesmo, é o seguinte: “bola pra frente que atrás vem gente, pois quem fica parado é poste!”


O Villaggio, depois de 17 anos de bons serviços prestados à música de qualidade, fechará suas portas no dia 29 de agosto. Em compensação, em setembro, o Bagaça! Bar, com a proposta de prestar os mesmos bons serviços à música de qualidade, será inaugurado oficialmente. É o ciclo da vida diria Rafiki, aquele babuíno filósofo do desenho “O Rei Leão”.


O Villaggio escreveu um capítulo importante na história musical da cidade. É, e sempre será reverenciado como o templo maior da música autoral. Eu, como músico & poeta que se apresentou no Villaggio (do Bixiga) e, nos últimos 16 meses, um dos seus proprietários (na Teodoro Sampaio), me sinto privilegiado por ter feito parte dessa história e, principalmente, por ter trabalhado ao lado de um sujeito como o Zé Luiz, um dos caras mais éticos e profissionais que já conheci. Valeu parceiro!


Mas a vida é breve, o sonho é leve, os chineses dominaram a arte de clonar dinossauros de plástico e o tempo não para. Não para nem pra gente chorar o defunto. Afinal, setembro tá aí, batendo na porta, e com ele a promessa de uma primavera colorida e a festa de inauguração do Bagaça!


O Bagaça! será um misto de bar e casa de show, com chopp gelado, comidinhas gostosas e uma programação musical de segunda a sábado. Comigo, nessa empreitada, terei a parceria luxuosa dos meus novos sócios: Rolan Crespo (um dos diretores do Caiubi) e Barbosa (como disse o Zé, o único garçon-técnico de som do mundo!)


Conto com a galera do bem pra divulgar a bagaça, pra conhecer a bagaça, frequentar a bagaça e fazer o BAGAÇA! virar.
É nóiz.

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