um dos melhores títulos de disco da história da música brasileira: cadáver pega fogo durante o velório (independente, 1983). foi isso que pensei quando li, na extinta bizz, um texto sobre esse disco raro e pouco lembrado de uma turma da ponte rio-niterói. disco de samba devedor, ao mesmo tempo, de nelson rodrigues, nelson cavaquinho e stanislaw ponte preta, cadáver trouxe uma série de canções assinadas por fernando pellon, que mais tarde se formaria em geologia e entraria para o corpo de funcionários da petrobras, e participações de cristina buarque, nadinho da ilha, paulinho lemos e synval silva. entre as nove faixas do disco, tenho um carinho especial pela romântica e neurótica "cicatrizes", cantada pela voz pequena de pellon.
cicatrizes (fernando pellon)
em linhas gerais tens os traços iguais aos dela coisas triviais, encantos banais, tão iguais aos que ela traz e pra meu desgosto estampas no rosto um sorriso similar que me faz te odiar e de ti precisar por causa dela.
amor de verdade, não tem jeito, tem que ser perfeito a viver na mentira, prefiro a saudade queimando no peito mas as cicatrizes que só a marcha do tempo revela agora eis-me aqui com você por causa dela.
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