grande cantora sulafricana, miriam makeba (1932-2008) foi acompanhada durante muitos anos pelo violão do mestre sivuca (1930-2006). ele também assinou arranjos de muitos dos seus sucessos, entre eles "pata pata". mas nada disso tinha me preparado para esse video lindo com makeba, sivuca ao fundo e "chove chuva" (jorge ben), em algum lugar da segunda metade da década de 1960. dica de andré leão (@alpn00).
separei abaixo dois trechos da entrevista que sivuca deu ao gafieiras em 2004 e que tratam do encontro com makeba (eles trabalharam de 1965 a 1969 e depois se reencontraram algumas vezes como no show zaire 1974, aquele do documentário soul power (2009), mencionado aqui em um post sobre bill withers, outro artista no show):
Miriam Makeba foi em 1965, no final do ano. Ela precisava de um violonista, um contrabaixista e um percussionista. Aí eu fui lá fazer um teste de violão na mão. Quando me mostravam como era o ritmo que ela cantava, era a mesma coisa que um ritmo nordestino, que nós chamamos de balaio. Fui tocar o balaio pra ela cantando. Ela olhou pra mim... A filha dela falava francês e eu não falava nada de inglês. Nessa altura eu já falava francês. “Sivuca, minha mãe quer saber onde é que o senhor aprendeu o ritmo sul-africano tão bem?” Eu disse: “Diga a ela que foi por assimilação. Estou fazendo um ritmo nordestino chamado balaio que é igual ao que ela chama de upacanga, da África do Sul”. Aí fui logo contratado por ela.
Mas aí essa audição que começou às três da tarde, terminou às duas da manhã com todo mundo de fogo. Miriam era muito amiga de Jorge Ben, Jorge Benjor, e começou a cantar “Mas que nada” e eu comecei a acompanhá-la. Ela vibrou! Aí fiquei quatro anos e meio trabalhando com a Miriam.
p.s.: aliás, falando em soul power, o documentário acabou de sair em dvd aqui no brasil pela sony e com alguns extras, tais como ótimas cenas excluídas e uma faixa de aúdio com os comentários do diretor do filme e do produtor do show. tem que ter (ou ver).
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Um comentário:
poderosa onça pintosa! fiquei emocionado ao lembrar da entrevista do sivuca.
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