não sou de animes ou mangás. vi poucos e sem muito interesse. por isso cheguei na animação michiko e hatchin via urbe e a partir de sua trilha sonora, toda assinada pelo multihomem kassin. desde então o primeiro dos dois discos entrou na lista dos melhores do ano (tanto que "prova de amor" foi minha escolha no podcast de estreia do CORJA; o segundo disco ainda não foi lançado). sons variados do samba a guitarrada, do dub ao sambalanço, com direito a bnegão, gabriel muzak e wilson das neves, entre outros. depois de tanto ouvir a trilha decidi ir atrás dos 22 episódios da primeira temporada (tem no torrent, é fácil, mas com legendas em inglês). 20 poucos minutos cada. originalmente exibido no japão em 2008, a série foi dirigida por sayo yamamoto e produzida por shinichiro watanabe (cowboy bebop).
ambientada em um país latinomericano sem nome, mas com muitas e muitas referências ao brasil, michiko e hatchin é um roadmovie romântico, melodramático e violento. ah, e feminino. a história gira em torno da morena-fatal-cabeça-quente-criminosa michiko malandro (voz de yoko maki, do horror o grito) e de uma menina orfã de 10 anos, hana 'hatchin' morenos (voz de suzuka ohgo, de memórias de uma gueixa), na busca pelo pai de uma e grande amor da outra. aliás, essa é uma das partes mais curiosas da série, pois as mais fortes relações da trama se dão entre mulheres: amigas, inimigas, mãe e filha, irmãs, etc. michiko e hatchin passam os 22 episódios fugindo/apanhando da polícia e do crime organizado, e percorrendo um país continental, tudo em nome da busca por uma figura masculina que acaba se mostrando fraca demais para ambas. outra figura importante da trama é atsuko jackson, orfã criada junto com michiko que cresceu e virou policial. atsuko odeia e ama michiko, prende e liberta, e sofre uma bocado por não ser correspondida.
agora, o tal país sem nome onde a história se passa é uma mistura louca de ingredientes brasileiros: nomes de cidades, sobrenomes de pessoas, cartazes no fundo, paisagens amazonenses e cariocas, o samba, negros e negras, fuscas como carros de polícia, dunas, baianas, favelas e, claro, a trilha de kassin (que ainda tem pedradas como "alça de mira", "carimbó do orfanato", "dulcimin" e "calça de ginástica"). michiko e hatchin é divertido e pitoresco, apesar de um tanto arrastado e repetitivo em algumas ocasiões, e bem que poderia ser comprado por alguma tv paga daqui. tiro certo, certeza.
terça-feira, 19 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário